quarta-feira, janeiro 31, 2007

A cama é uma lembrança distante. A sala é só uma passagem entre um banho, uma toalha e alguns parágrafos já de olhos quase fechados. Antes disso, uma boa parada. Às vezes mais rápida que se desejaria, e distante, mas certeira. Exata.

Ainda antes, com o sol ainda por esquentar, são os olhos que se arregalam assustados. Mais cinco minutos. Mais três minutos. Mais um minuto. Mais um? Não dá. Água gelada acorda. Leite e mais um e sessenta para o sindiônibus. O cabelo?! Deixa pra lá.

Venho, e vou, quando o dia já foi embora. No meio, de tudo, um pouco, ou bem muito. Às vezes tranqüilo, quase sempre, no limite. E, mesmo assim, empolgação para um ar-condicionado gelado e lanche voraz, delicioso, mesmo que seja só um biscoito em mais um ônibus lotado.

Programa da noite: aula. Com textos lidos na hora do almoço e colegas que só podem não querer perder a novela. Não me importo, mesmo sento o único a ver sentido no número 75. E ter uma faixa vermelha como dádiva. Na pior das hipóteses, 55.

E é aí que a cama é uma lembrança distante. Que passa rápido. E mal dá tempo, sequer, de pensar no que virá adiante.

Boa noite, amanhã tem mais.

Equipe do projetos de fogões ecológicos do IDER.
Da esquerda pra direita: Jörgdieter Anhalt, engenheiro; Humberto Leite, jornalista; Gerda Nickel, engenheira florestal; Thompson Souza, técnico desenvolvimento rural; Suzelle Freitas, enfermeira; Ákilas Girão, o cara "mecatrônico".

Espero que essa foto tenha grande sentido em pouco tempo.

E sabe o principal que eu ganho?! Saber como pensa gente tão diferente! (ainda há catadores, pesquisadores, financiadores e pescadores)
É sempre assim.

Eu os conheci ainda pequeno, menino. Nesse caso, até cresci com eles.

Enquanto eu, escola, faculdade, suor e lembranças, eles, sumiço. Agora a gente se reencontra.

E ainda melhor.

"After all these years
Forget about all the troubled times
Munificent, artless and ascetic
Playing like a scared
Enthusiastic pawn"

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Eu iria escrever aqui, sim, aqui mesmo, uma frase, só uma frase, que iria deixar boquiaberto que por aqui passasse.

Como se o tempo parasse, como se tudo ficasse mais leve e a eternidade, mesmo que efêmera, estaria presente tão solenemente.

Uma só frase. Ou uma só palavra.

Só que agora ela me falta.

"What does it matter to ya
When ya got a job to do
Ya got to do it well
You got to give the other fella hell"

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Suave.

Um cheiro suave que vinha crescente, girando o olhar. No começo, provavelmente, uma parada que mãe não entendia. Depois, perca de atenção no caminho do rodízio de pizza. Desconcentração quando se tentava decorar as palavras, de última hora, antes da prova de inglês. Mais agora, pensamentos difusos em caminhada.

Um cheiro bem suave. Que, de tão doce, foi criando sentindo. Eram as flores. As paredes antigas. Uma arquitetura, eu diria, dos anos 40. Quando ainda era terra da Dona Nenê. Quando meus avós, de um lado, ainda estavam lá pelas beiras de Iguatu e, do outro, de Russas.

Aos 16, pensava ter cheiro de morte. Aos 19, pensamentos difusos sobre história. Memória. Não ficou marcada por mim, nem por muitas fotos. Só o costume de todo 13 evitá-la. Preferir caminhar. E, ano após ano, os dias 13 de maio se sucederam. E eu nem imaginava o quanto gostaria daquela avenida.

Que foi crescendo mais rápido que meus centímetros, que foi tirando o cheiro dos jardins por asfalto e fumaça. Progresso?! Quem sabe. Vão-se mudando os cheiros. Vai embora mais um jardim. Mais um empreendimento com a qualidade Mota Machado.

Tão veloz!

quinta-feira, janeiro 04, 2007



Senhores, livre para matar.

Mas não matamos. Nem sequer decolamos em transporte camuflado. Não empunhamos armas. E passamos dos 22 anos. Fico
feliz que fotos antigas, com amigos ao lado de aviões militares, sejam só sorriso como "um dia no parque". Foi aquela semana maravilhosa.

Feito três meninos. Que nem morreram, e nem mataram. Ficaram ali, perambulando pela pista de pouso e pelo pátio, acompanhando fotógrafos estrangeiros e vendo matérias sairem copiadas nos jornais.


E vão-se alguns minutos só nessas fotos. E mais outros na próxima. E como poderia eu, sozinho, conseguir organizar todo este imenso diretório?!
Anos incríveis esses últimos.

De amigos pizzaiolos, dançarinos, risonhos, olhos fechados, roupas de frio, biquines. Amigos e amigas. Amores. Por vezes assumindo diversos papéis na minha vida.


De militares a terroristas.



(eu fico melhor como o quê?)

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Vi uma pilha de velhos disquetes: jovem, sou um dinossauro. Sou de uma época distante em que um primo ter 200 disquetes era digno de contar para todos os amigos. Como alguém poderia ter quase 300 mb de arquivos?!

Tenho que fazer um arquivo. 3,25Gb. Só de fotos. Ainda faltam músicas, apresentações, aulas. E os tais documentos mais importantes que bem antes justificavam "a máquina" que logo logo demonstrou ser ótima para se jogar Doom2.

Mas penso agora em voltar para um joystick de seis botões e um direcional. Não que seja melhor (e porque eu me dava bem): é mais simples. Com tantos links, vírus e trapaças, eu só espero o dia que locais legais fiquem áridos.

Como os espaços públicos que recebe gente como a gente. Malditos, malditos!
"Daisy, Daisy,
give me your answer, do.
I'm half crazy
all for the love of you.

It won't be a stylish marriage,
I can't afford a carriage.
But you'll look sweet
upon the seat of a bicycle
built for two"

Teria eu um raciocínio heurístico?!

Seria, eu, um louco sem braços, com vontades assassinas pelo simples prazer de ser só, gélido, eterno, pelos confins e além, sempre?!

Não, não sou heurístico. Não fui criado em 1992. Antes disso, até. Não tenho olhos vermelhos.

Só essa fala mansa e um pensamento que assusta?

Não, eu não sou assim. E adoraria uma bicicleta de dois lugares, até.

terça-feira, janeiro 02, 2007

Nem escrevi mensagem nenhuma. Fiz a lista de e-mails, mas nada.

Foram 10 dias maravilhosos. Bem vida. Do stress ao suco de melão. Sapato, meia, calça.

Gramado.

Acordei o dia 1º, mais uma vez, gripado.

E só tenho um pedido para este novo ano: ver o seu fim. Mais nada.