quarta-feira, novembro 18, 2009

Pensava no dia 16. Pensava que cinco antes eu ganhava os ares e escrevia palavras bonitas sobre o azul. Lembrava que um ano antes, com aquela certeza que não soube de onde vinha, não, eu sabia, sabia muito bem, acordei cedo e tranquilo. Saí de casa para hoje vestir azul.

E voava, neste dia 16, sem saber se o voo voava de ida, ou de volta. E a lista na minha agenda cresce só com a incerteza do nome dos lugares que anoto quando estou em viagem. Nas primeiras páginas, está lá um endereço que já não exite mais. Lugar de lembranças de quando como havia galos, noites e quintais; barbas; cabelos desgrenhados; sonhos em flexões de braço e convites de casamento à quatro mãos já de alianças.

Onde posso chamar de "casa", sou uma lembrança antiga em um retrato quase formal na sala. A expectaviva por ouvir o que fui ouvir, sentir o que havia a sentir, e, de surpresa, correr para o hospital cotendo o sangue vivo sobre os olhinhos fechados que assim permaneceram até bater a testa no canto da piscina.

Sim, ele vive. Sim, ela vive. E se o sangue correu o sangue do meu carro que corre longe de mim, é que ali naquele ponto do mapa há algo. Algo pra mim.

quarta-feira, novembro 11, 2009

E ainda acordo algumas noites perdido no espaço e no tempo. Como quem vai levantar e pegar o zero onze, ou o zero vinte-e-nove, ou o zero-trinta. Ou um zero-sete-cinto, com faixa vermelha, que traz o sorriso do frio que hoje até atormenta.

Paredes em torno, nem tão esquisitas. A saudade como uma variável a ser administrada com uma força acima do normal, senão a ponte arrebenta do lado de lá. O calendário vai chegando ao fim.

Das fotos, lembranças do futuro. Lembrar que virá.