terça-feira, maio 31, 2011



Nosso dia-a-dia é feito de materiais trabalhados. O plástico na forma perfeita. O metal que aquece e esfria ao nosso gosto. o algodão desprovido de qualquer lembrança vegetal, agora com falsas flores sobre o nosso frio de noite. Manipulamos o mundo a nossa imagem, gosto e às vezes até semelhança de tudo sem nós.

Mas a natureza nos lembra como somos manipuláveis, ainda. Que uma força pode ser maior, seja ela vinda debaixo da terra, sejam até células dentro de nós. A vida pode parecer ser feita por palavras que surgem em monitor de cristal líquido após pressão sobre um teclado.

Mas ela ainda começa, e pode acabar, com o mesmo suspiro de sempre. Bem maior que nós.

sábado, maio 07, 2011

Sinto o gosto da finitude.

Entre a doença da minha mãe, e a loucura do meu pai, o prazer de estar vivo é melhor.

Faço planos para o futuro. Que seja longo.

Penso no homem que pensa que não está só. Estaciona em lugar errado para conhecer alguém do outro lado do auto falante. Ele derrama leite sobre o chão e o mistura a lágrimas.

Vejo a bandeira queimada na televisão. Rio.

Sinto vida surgir dos dedos. Eles já nasceram. Espero dá-los uma trajetória.