segunda-feira, setembro 17, 2007

Sempre é uma grata surpresa quando me lêem. Escrevo aqui como quem pensa no ônibus – vai embora rápido, e teria bem mais se eu me levasse a sério.

Obrigado

Não existe, pra mim, situação mais desesperadora que estar perdido. Posso até não saber o nome das ruas nem como chegar, mas até em cidades estranhas tenho noção onde está o norte, o lugar de dormir e para onde ir. Culpa do Google.

Também não tem mais filme com segredos. Gostei do ator?! Poucas hora depois descubro que ele também fez aquele outro filme, que o diretor fazia comédias juvenis e que etc etc etc. Mal de wikipedia. AdoroCinema também é bom.

São poucas as coisas que eu me permito ainda não ter lido, nem sequer uma linha. Nem sei o nome verdadeiro de Richard Bach. Se foi piloto de verdade, se além dos livros que amo ele tem mais alguns.

Só soube pela minha mãe que ele casou e foi morar no meio do mato com a amada. Como assim?! É louco?! Não tenho muito idéia se é verdade, mas me dei conta, um dia desses, que é uma boa opção.
Atravessamos o rio de fundo de lama veloz. Olhamos as vacas, e, que pena: havia pessoas do outro lado. Talvez ainda estivéssemos lá.

quinta-feira, setembro 06, 2007

"E só de te ver
Eu penso em trocar
A minha TV num jeito de te levar
A qualquer lugar que você queira
E ir onde o vento for
Que pra nós dois
Sair de casa já é se aventurar"


Nunca comprei uma TV. Quando ganhei paredes, olhei mais para a estante, as páginas e concluí os afazeres. Deixei de lado a chance de ver a partida, só para secar os cabelos, cheirar a blusa onde ficou teu cheiro, três ou quatro páginas antes de apagar a luz.

E eu, que nunca comprei uma TV, mais uma vez vou te levar praquela praia de ondas tortas. Mais uma vez para me ver na paz que eu tanto quero.

Amém
Lembro deles lavando as mãos de um jeito que até hoje tento imitar. Depois ri da roupa que me deram. -Mãe, tem um rasgão aqui embaixo! Um balão na ponta de um tubo. Pensaria eu, anos depois, parecia máscara de piloto de caça. -Enche a bola. -Mas eu não sei encher bola. –Tenta. Acordei com um sono que durou uns dois dias.

Aquele incômodo se foi e uma dor apareceu no lugar, mas foi embora com o tempo. Um pacote de bombons do meu lado. –Tio Xavier que te deu. Não podia comer nenhum. Lembro de tomar banho nos braços da mãe e do pai e de quando ela trocava aquele curativo tão grande que eu dizia nem precisar usar cueca.

Eu lembrei dessa agonia no baixo ventre, na dor de levantar peso. Do grito que ainda deve ecoar no consultório quando o médico puxou todos os pontos de uma vez. A cicatriz ficou escondida para virar homem, mas na terceira cirurgia de hérnia do meu pai eu lembro que já fiz uma também.

Então vamos parar com essa história de fazer academia e continhar com as caminhadas que é muito mais aconselhável!

segunda-feira, setembro 03, 2007

"Uso obrigatório de óculos ou lentes corretivas"

Teoricamente, fui otário. Quantas vezes não ouvi "coloca o óculos dentro da bolsa, tenta fazer o exame sem, se não der certo, aí tu vai e coloca"?!

Mas esqueci. Na verdade, como as coisas geralmente são, só lembrei depois. Pior ainda, bem na hora. Só faltei olhar pro médico - por mais que ele nem tenha olhado pra mim - e dizer: "Doutor, posso fazer sem óculos?".

É claro que não ia dar. Com ele, até alguns pontos finais no Word ficam imperceptíveis. Sem, é melhor nem sair de casa.

Então, por quê?! Pra que fazer questão de burlar o único exame físico para se sentir por cima?! Pensando bem, "Uso obrigatório de óculos ou lentes corretivas" devia vir estampado da capa de todas as minhas revistas ao copo com leite.

Sim, um dia desses, o derramei inteiro no chão porque não vi direito. E é por isso, que, a partir de ontem, eu nunca mais faço retorno no posto!