terça-feira, novembro 16, 2004

O mundo é mais bonito que eu pensava. E é tão azul.

Quando se passa das nuvens, parece tudo ser meio irreal. Decolar não é apenas sair do solo, é ser outra pessoa. O universo, um gigante de metal lotado de cabos, fios, tubos e dutos.

Motor 1, Motor 2, Motor 3, Motor 4...


Solavancos. Cinto de segurança. Das pequenas janelas, movimento da Base sempre vista sobre o muro. Era o meu avião que se movia. O meu avião, meu vôo. E não o de ninguém que eu perguntaria depois se a decolagem é tão emocionante quanto o pouso.
Da velocidade, a altitude. E a cidade cada vez menor, em quadrados que remetiam lembranças de uma vida em terra. Minha casa, a Universidade, o rio Cocó, a costa...

Celestial. Imenso. Azul.

Em 20 anos, aviões para mim se transformaram. No início, máquinas que reinavam absolutas, na admiração e desconhecimento. Depois, a paixão exercida com leituras e movimentos de pescoço ao passar de qualquer som de hélice ou jato.

Mas hoje isso mudou. Missão: reabaster dois caças F-5E com 2000 libras de combustível, para cada um. As asas: o KC-130H FAB 2462. Antes, eu poderia escrever várias linhas sobre essa missão. Mas embarquei com uma propósito diferente: admirar.


Em livros e revistas, eu sabia que o céu é o habitat de pilotos e suas aeronaves. Hoje, eu descobri que o céu tem vários tons de azul.

Hoje eu voei. Nas asas da Força Aérea Brasileira.


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