Eu até consigo rir.
E tão pertinho de casa! Tão perto! E mais perto ainda das duas motos da policia que passaram uns 30 segundos depois, mas não viram os braços ao céu. Muito menos ouviram. 190. Relativa demora. Ronda, e já era. Foi-se: sou estatística.
Mas eu rio. Imagino os dois vendo um alvo fácil: olhos quase fechados, fone de ouvido (onde eu tava com a cabeça?), passo lento. Imagino que gritaram "-É um assalto!". E nada. Precisaram pegar no braço como quem diz "-Onde que fica a Coronel Pergentino Maia?". Eles bem sabiam.
Só não eram muito espertos. Ficaram sem carteira. Sem celular. Levaram só um negócio que acharam meio esquisito. Foram embora olhando, provavelmente porque nunca tinham visto um antes. Vão vender barato: tava até começando a quebrar. E eu não perdi meus reais, nem meus números. Só me foi embora, com a velocidade do crime, a suave voz da Fernanda cantando o que eu já sabia.
"Você pensa que faz o que quer
Não faz
E que quer fazer o que faz
Não quer
Tá pensando que DEUS vais ajudar
Não vai
Que que há males que vêm para o bem
Não vêm"
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