terça-feira, novembro 07, 2006

Un, deux, trois, quatre, cinq, six, sept, huit, neuf...

Fica incompleta, incontada, incerta. Um avião que chega a menos. Pelo menos, nos nossos tempos, não se morre: um atraso de 1 hora, no meu caso, de 15 horas, do amigo que vem de nem tão longe, ou férias adiadas, no caso de outro. Mesmo assim: Um, dois, três. Até dez. Respira. Só assim para não explodir.

Biófilo.

Na mão que aperta o dedo até o doer. No suor, pele, em pêlo, teso... você. Você que chora, você que ri, você que fala, você que canta, você insegura, você que às vezes falta na foto.

E eu, que se fé for amar as árvores, o mar e as nuvens, sou santo. Que me lembro, ali, dentro do ônibus: tudo acaba um dia. Penso um pouco no que preciso fazer antes disso. Uma paisagem, uma viagem, ter saudade, serra e praia. Ao mesmo tempo. Faltar uma foto para saber o que é saudade (como numa terça-feira, 6 da manhã, à pé, sozinho e sem se perder em ruas curvas que sobem e descem, sem sono de tanto trabalho, querendo saber que horas iam limpar o Pelourinho).

Ver até mesmo a mais profunda das dores. Ver as ruas e ver sangue de tantos, de tantas peles.

Panclasta

Vontade de jogar, tirar, ir embora, explodir. Sem mortes, pelo menos. Cruzes, moedas, assinaturas, sapatos sociais. Tudo embora. Mas calma: é só uma idéia meio longe.

Eu respiro. Sorrio (a foto!). Sento. Começa mais um filme, mais uma vontade, mais uma vida interessante. Uns garotos que vivem e morrem lá no céu.

Sorria, francesa, chegou até dez.

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