sexta-feira, janeiro 12, 2007

Suave.

Um cheiro suave que vinha crescente, girando o olhar. No começo, provavelmente, uma parada que mãe não entendia. Depois, perca de atenção no caminho do rodízio de pizza. Desconcentração quando se tentava decorar as palavras, de última hora, antes da prova de inglês. Mais agora, pensamentos difusos em caminhada.

Um cheiro bem suave. Que, de tão doce, foi criando sentindo. Eram as flores. As paredes antigas. Uma arquitetura, eu diria, dos anos 40. Quando ainda era terra da Dona Nenê. Quando meus avós, de um lado, ainda estavam lá pelas beiras de Iguatu e, do outro, de Russas.

Aos 16, pensava ter cheiro de morte. Aos 19, pensamentos difusos sobre história. Memória. Não ficou marcada por mim, nem por muitas fotos. Só o costume de todo 13 evitá-la. Preferir caminhar. E, ano após ano, os dias 13 de maio se sucederam. E eu nem imaginava o quanto gostaria daquela avenida.

Que foi crescendo mais rápido que meus centímetros, que foi tirando o cheiro dos jardins por asfalto e fumaça. Progresso?! Quem sabe. Vão-se mudando os cheiros. Vai embora mais um jardim. Mais um empreendimento com a qualidade Mota Machado.

Tão veloz!

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