Uma carteira sozinha no asfalto. E Reais ainda dentro. Peguei e corri, levantando acima da cabeça como quem ganhou um troféu. Um pulo de alegria. Gloriosa vitória de voltar ao status quo, era a minha,
Não teria como ir para o aniversário. Semana de aula, chegando em casa após as 22h, dificilmente conseguiria algo além de um pedaço de bolo. Azar. Mas aquele carro ainda poderia ficar comigo. Sorte.
No caminho, POW! "Eu só fiz mexer na minha bolsa" não é desculpa, querida. Que pena! Levanto rápido, olho: nem um amassado, nem um arranhão. Ah, tudo bem, não foi nada, vamos embora. Já estou quase atrasado para a aula, e que bom que não teve problema.
Passa um sinal. Passa outro. Oh não! A minha carteira?! Onde está?! 9 reais. Pouco importava. Cartão. Identidade. Carteira de motorista. Foto bonitinha. Passe card (esse sim, importantíssimo!).
Volta! Nervos, veia subindo pela testa, sangue descendo para os pés, garganta seca. Maldito, maldito! Rebuliço. Luz acesa. Não está aqui. Estava no colo! Foi ao chão, foi ao chão!
Corro. Se rápido, poderia não ver no escuro. Se lento, poderiam pegar na minha frente. Mas vi. Vou jogar na lotaria! Até as moedas, até as moedas!
Ir em frente. E acabou que não teve aula. Mas tive sorte, de acabar a noite num colo.
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