quarta-feira, agosto 08, 2007
Dezessete vira sete. Eu sorrio porque é da noite. A vontade que dá é de ir para casa. Quanto custa? Não importa: eu iria. Uma falta de ingresso, uma hora perdida, pouca ou nenhuma gasolina: nada se compara com isso. Porque casa é uma lembrança que não posso alcançar com as pernas nem com tudo o que tiver na carteira.
Resta então decidir em qual corredor caminhar agora, comemorar (?!) que o atraso seja só por mais 2 horas. Vão ser mais de 24, ao final, todas elas, entre desconhecidos. Sabe aquele vizinho que você não lembra o nome ou aquela menina que na terceira série sentava na primeira ou sexta fila, você não lembra ao certo?! Quem me dera que estivessem aqui!
Onde não há qualquer coincidência, referência, ponto em comum. Não que eu não fale, mas a história é a mesma: "Vim de Fortaleza. Conexão em Natal. Aqui no Rio era só escala, mas mandaram descer e cancelaram o vôo. Cheguei 22h30". "Sim, eu sou cearense, é que o nosso sotaque não é como a Globo pensa".
"Tô indo pra Curitiba, coisa de trabalho". "Deve tá frio mesmo, mas tô levando casaco!". "Pois é, pra gente julho é tão quente quando janeiro, tanto faz". "Dormi no hotel, teria o dia livre, mas vim tentar remarcar o vôo... não deu certo, então o jeito é esperar, né?" "Prazer, você também".
Pelo menos veio comida quando eu já confundia Lan Chile com lanchinho. Riem. Dizem de onde são. Há quantas horas, para onde vão. E, no chão de frente do painel que mais uma vez anuncia "Cancelado", acabo lembrando, tão forte, como sou brasileiro. Totalmente perdido entre tantos sotaques, todos, desesperados.
(E neste esquecível 24 de julho, chorei no Galeão. Nunca pensei que Curitiba fosse tão longe, 36 horas, e que minha casa fosse tão boa)
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