Back in US
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Back in USSR
Essa cidade é estranha. Sim. E irônica. Eis que no país de tantas praias, tantas paisagens e diversidade, muitos de todos os cantos decidem se reunir aqui, presos a serem iguais como os prédios são caixas de sapato.
E ficamos perdidos! Ficamos todos perdidos! Os que gostam da praia, percebemos, correm no asfalto de sunga e tênis. Ridículos. Não seriam tanto se o mar estivesse logo ali, mas não está.
Nos enganamos. Os prédios daquele canto me lembram a praia da infância. Naquele outro, os quase arranha céu parecem esconder um marzão entre eles. Mais para o sul, as casas fingem não ser daqui.
Não ser daqui. Poucos são. Na verdade, já a metade. Mas a outra parte que não o é tenta nomear as ruas sem nome com lembranças das terras tão distantes. Numa esquina, eis o Rio Grande do Sul. Na feira, sobe o cheiro de comida que minha avó faria.
Nas vias, avenidas e quadras, sejam elas super ou não, escorrem sotaques, costumes e placas de carro de todos os lugares. Entre concreto e asfalto, as próprias árvores também solitárias se retorcem como quem sente saudades da floresta.
E as vozes tentam se igualar como se aqui fosse um só lugar. Não é. Vejo os hipermercados um em frente ao outro e penso como deve ser difícil fazer comércio por aqui. Olho os carros parados em vagas públicas e sorrio pela ideia, e detesto a prática. Mas adoro as árvores.
Sim, senhoras e senhores, eu não sou daqui. Mas é o meu lugar. Uma cidade onde só se fala em dinheiro com o desenho de uma comuna para pensar o futuro do país. De todo um país. Toda uma nação que se encontra no aeroporto para chorar e matar as saudades de nomes de ruas, praias e temperos.
terça-feira, janeiro 05, 2010
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