quinta-feira, junho 17, 2010

Não deixo de escrever, apenas não concluo. São frases pela metade, capítulos sozinhos de livros sem começo nem fim, pensamentos de elevador. Nego que só escrevo quando estou triste. Se só o faço por saudades, deveria fazê-lo todos os dias. É a ausência de amigo ateu, de pensamento rápido. Dos finais de semana planejados, de tanto em tão pouco tempo.

Olho no calendário e vejo os finais de semana. Acesso o mapa e tento traçar planos. Às vezes mudar paredes, em algumas ter como grande surpresa um retorno a mais. Sim. Eu me sinto mais completo, mais amado, mas além de beijos também há abraços.

Avião já não é novidade. "Vamos às instruções de segurança, mesmo se o senhor for um passageiro frequente". Eis, afinal, o ser desejado no olhar da então janela de ônibus. "Passageiro frequente". E é bom! Como é maravilhoso! Vejo nuvens e luzes e sorrio por ter sentido. Às vezes vestido de azul, às vezes não, sempre com o mesmo compromisso e fé. Azul na pele, mesmo desnudo.

E fé. A fé que faltaria nos joelhos, palavras e genuflexório. E me sobra em acreditar. Me sobra em entender. Me sobra em confiar. Confiar ao ponto de permitir até os erros para alguém.

Palavras. Palavras não exatas. Vindas tantos anos pós inventadas. Agora que não é mais a barba que diz que estou velho. É a falta dela.

Eterna presença etérea.

Um comentário:

Ariadne Coelho disse...

"a fé que me faz aceitar o tempo muito além dos jornais e assim mergulhar no escuro, pular o muro, pra onda passar"

Adorei o post. Adorei as palabras não exatas. Vem pra casa que tem beijos e abraços! Todos só pra ti, amor!

amo-te