quinta-feira, julho 08, 2010

Nunca pensei que, aos 26 anos, pulsaria por meus pais como quem pede pedido de aniversário. Eles chegam com mala e cheiro de maresia. Vem com vontade de conhecer ruas e lugares de fotos, mas têm maior prazer de estarmos, assim, com sofá e filme. E aqui, um duo feliz de gordura e calos nas mãos.

Como em um domingo à tarde de uma vida que passou. Como eu os sinto em saudade.

Percebo, mais uma vez, ser uma mistura entre a escrotização dela e a permissividade social dele. De um lado, maravilhoso humor negro e acidez gostosa, como um copo de coca-cola. Ao par, o talento de encontrar vida nas entranhas verdes de uma superquadra. Fazer o vendedor dizer obrigado, assim mesmo, em itálico, verdadeiro.

Daremos, juntos, adeus ao roxinho aos 60 mil Km e dizemos Oi ao raivosinho pegue na maternidade. Pegue com um sorriso deles que diz "eu gostaria de ser comigo, mas é bom ser seu". Agora vejo mapas rodoviários com mais coragem.

Sinto saudades, mato saudades. Traço caminhos e arrumo novas rodas para os próximos. Sempre nós dois.

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