Perdoe-me o escatológico. O banheiro nos ensina a felicidade.
Utilizar o vaso jamais será sinônimo de prazer. Nunca. A não ser, claro, para um ou outro doente. Mas sigamos o mundo da normalidade. Nunca o desejamos. A não ser quando precisa. Quando o elevador parece demorar, quando as escadas não têm fim e o corredor comprido demais. Nessas horas, ir ao banheiro traz sorriso, traz alívio.
O ser humano está sempre desejoso por mudanças. Mudança para melhor. Um novo carro, uma casa própria, aquele CD, uma bolsa mais bonita, o computador veloz. Mas não há nada que mais desejamos que o status quo. Estar como é.
É por isso que o banheiro ensina a felicidade. Sorrimos por nada. Nada muda ali. Saímos com os mesmos compromissos, dívidas, preocupações e prazeres. Mas sorrimos. Um riso sincero, sozinho, feliz.
Como um avião no pouso de retorno. Toca a roda mas leva quase uma hora para pôr o pé na rua. Mesmo assim, às vezes tem palmas. Cansado, a mochila mais cheia peso menos na volta.
Desejamos, queremos, lutamos por mudança. Mas nada, nada, nada, nada como conseguir a vida de volta. A vida que se gosta.
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