terça-feira, janeiro 15, 2008

Porta fechada, quarto escuro. Era tempo de ter vontade de ter olho nas costas, luz acesa sem interromper o sono, janela aberta... Ou melhor fechada?! Teria medo de um leve toque na ponta do pé debaixo do lençol, uma voz, uma luz, qualquer coisa. Uma Criatura?! Eu riria.

Temor, hoje, é uma bola de pêlos cheia de dentes e frases engraçadas que imito. Alma (alma, não: fantasma. Se é nossa conhecida, é alma. Se é dos outros, é assombração), ET, monstro, sei lá o quê.

Fica o medo de ladrão, de seringa, de seringa (mais uma vez, pra dar ênfase), colesterol, juros, cartão de crédito e crediário. Febre amarela, bêbado e manutenção precária também.

Então antes que o amor seja só nos tempos em que passar a cólera, eu abraço o sobrinho, a mulher e falo de um dia a filha. Medos vão, medos vêm: mas um quarto escuro continua sendo a melhor coisa de ter ficado grande.

Criaturas, criaturas...

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