sexta-feira, novembro 30, 2007

Ainda bem que esse mês tá acabando. Parecia que não acabaria, nunca.

Deu vontade de se desfazer de blog, de fazer o que não faria, de ficar na cama sob os gritos de despertador. Uma luta.

Mês que vem, é outro mês. Mais de 30 dias, mas com um tal sentido de amanhã.

Olhando as datas e querendo que elas virem horas. Olhando os anos e pensando que eles seriam séculos.

Tão empolgado quanto uma Ferrari à 60 Km/h. Em uma estrada asfaltada.

quarta-feira, novembro 14, 2007

Dos textos que eu não terminei.
Das conquistas que eu não fiz.
Das realizações que ficam para depois.

Um sol que vem de manhã.
Uma insônia que me repulsa no fim do dia.

E um ano que acaba.
Com tudo bem.

domingo, outubro 21, 2007

Cheiro de flores. São só flores.

A boca seca pede água.
Não por álcool. O gosto azedo de um sorvete tão doce.

Cinco horas. Dezessete. Quando o sol voltar, é segunda-feira. Tenho que pegar no tranco.
1,2,3, vai!

Não vai.

Boca seca, mente sede, e água até a tampa dos pulmões. Mesmo assim, última força, para emburrar o barco.

Contra a corrente.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Leio o último Douglas Adams devagar.

Capítulo em capítulo. Como quem vai de gole em gole, torcendo para não acabar. Não tenho pressa.

Misturo as páginas com reportagens para ter mais noites com improvabilidade infinita. Mando meus vikings atacarem os celtas com cavaleiros e catapultas.

Enjoei do "yes, sir", troquei por música. Música. Das minhas bandas que já são memória. Dos anos 90 que, um a um, vão fazendo 10 anos.

Hoje é 12 de outubro, acordei 8 horas, e não estou com sono. Será que é isso o que chamam de envelhecer?!

segunda-feira, outubro 01, 2007

Mais que aos céus, nessas noites é como ir célere à lua.

Da lembrança dos sorrisos ao pensar de como seria bela a idéia de ter todas as noites, estar acima, ser tudo. Mais ainda, como são boas as férias.

Entenda-me. Dentre tantos sistemas, sensores e controles, os parcos e maravilhosos momentos de mandar um beijo, um abraço e pensar em felicidade. Perfeitos.

De se esquecer de estar isolado. Nessa cápsula diminuta que me leva à lua. Com tão pouco ar que um grito ou um sorriso já podem fazer os olhos vermelhos e o peito doer.

Ar?

Daí eu lembro que, lá na lua, eu morreria em um ou dois segundos. Um só instante. Até antes, talvez, de sentar os dois pés. Sem vento. Sem ter o que comer. Tudo por poeira e pouca gravidade.

É quando bato meus dedos nesse botão vermelho, com letras amarelas, como quem dedilha uma canção. Uma das tantas que eu não sei cantar.

"Segunda-feira blues"

Nova meia. Uma calça. Olhos na agenda, tantos minutos para.

Faltam cinco dias.

Faltam tantos meses.

Passa a vida.

segunda-feira, setembro 17, 2007

Sempre é uma grata surpresa quando me lêem. Escrevo aqui como quem pensa no ônibus – vai embora rápido, e teria bem mais se eu me levasse a sério.

Obrigado

Não existe, pra mim, situação mais desesperadora que estar perdido. Posso até não saber o nome das ruas nem como chegar, mas até em cidades estranhas tenho noção onde está o norte, o lugar de dormir e para onde ir. Culpa do Google.

Também não tem mais filme com segredos. Gostei do ator?! Poucas hora depois descubro que ele também fez aquele outro filme, que o diretor fazia comédias juvenis e que etc etc etc. Mal de wikipedia. AdoroCinema também é bom.

São poucas as coisas que eu me permito ainda não ter lido, nem sequer uma linha. Nem sei o nome verdadeiro de Richard Bach. Se foi piloto de verdade, se além dos livros que amo ele tem mais alguns.

Só soube pela minha mãe que ele casou e foi morar no meio do mato com a amada. Como assim?! É louco?! Não tenho muito idéia se é verdade, mas me dei conta, um dia desses, que é uma boa opção.
Atravessamos o rio de fundo de lama veloz. Olhamos as vacas, e, que pena: havia pessoas do outro lado. Talvez ainda estivéssemos lá.

quinta-feira, setembro 06, 2007

"E só de te ver
Eu penso em trocar
A minha TV num jeito de te levar
A qualquer lugar que você queira
E ir onde o vento for
Que pra nós dois
Sair de casa já é se aventurar"


Nunca comprei uma TV. Quando ganhei paredes, olhei mais para a estante, as páginas e concluí os afazeres. Deixei de lado a chance de ver a partida, só para secar os cabelos, cheirar a blusa onde ficou teu cheiro, três ou quatro páginas antes de apagar a luz.

E eu, que nunca comprei uma TV, mais uma vez vou te levar praquela praia de ondas tortas. Mais uma vez para me ver na paz que eu tanto quero.

Amém
Lembro deles lavando as mãos de um jeito que até hoje tento imitar. Depois ri da roupa que me deram. -Mãe, tem um rasgão aqui embaixo! Um balão na ponta de um tubo. Pensaria eu, anos depois, parecia máscara de piloto de caça. -Enche a bola. -Mas eu não sei encher bola. –Tenta. Acordei com um sono que durou uns dois dias.

Aquele incômodo se foi e uma dor apareceu no lugar, mas foi embora com o tempo. Um pacote de bombons do meu lado. –Tio Xavier que te deu. Não podia comer nenhum. Lembro de tomar banho nos braços da mãe e do pai e de quando ela trocava aquele curativo tão grande que eu dizia nem precisar usar cueca.

Eu lembrei dessa agonia no baixo ventre, na dor de levantar peso. Do grito que ainda deve ecoar no consultório quando o médico puxou todos os pontos de uma vez. A cicatriz ficou escondida para virar homem, mas na terceira cirurgia de hérnia do meu pai eu lembro que já fiz uma também.

Então vamos parar com essa história de fazer academia e continhar com as caminhadas que é muito mais aconselhável!

segunda-feira, setembro 03, 2007

"Uso obrigatório de óculos ou lentes corretivas"

Teoricamente, fui otário. Quantas vezes não ouvi "coloca o óculos dentro da bolsa, tenta fazer o exame sem, se não der certo, aí tu vai e coloca"?!

Mas esqueci. Na verdade, como as coisas geralmente são, só lembrei depois. Pior ainda, bem na hora. Só faltei olhar pro médico - por mais que ele nem tenha olhado pra mim - e dizer: "Doutor, posso fazer sem óculos?".

É claro que não ia dar. Com ele, até alguns pontos finais no Word ficam imperceptíveis. Sem, é melhor nem sair de casa.

Então, por quê?! Pra que fazer questão de burlar o único exame físico para se sentir por cima?! Pensando bem, "Uso obrigatório de óculos ou lentes corretivas" devia vir estampado da capa de todas as minhas revistas ao copo com leite.

Sim, um dia desses, o derramei inteiro no chão porque não vi direito. E é por isso, que, a partir de ontem, eu nunca mais faço retorno no posto!

domingo, agosto 12, 2007

O sol vai já se pôr. Ainda não tomei banho. Não quero, mas preciso.

Passaram tantos meses, e tudo ia, de fato, feito um piloto automático. Não aquele mal: se eu o liguei, foi para apreciar a paisagem.

As autenticações eletrônicas nos papéis que têm números depois do R$, outros guardados para o futuro se acumulando para anti desengordurante, as disciplinas indo embora e mais alguns certificados chegando. Tudo como planejado.

Aos sábados, macarrão e cinema. Aos domingos, tarde longa de pés, lençol, chocolate e desejo da outra sexta.

Não essa. Já são mais de 17 horas e eu ainda não tomei um banho para tirar o teu cheiro, tão forte, de hospital. Amanhã, sem ter nem pra quê, vou pentear os cabelos e usar calculadora.

quarta-feira, agosto 08, 2007



Dezessete vira sete. Eu sorrio porque é da noite. A vontade que dá é de ir para casa. Quanto custa? Não importa: eu iria. Uma falta de ingresso, uma hora perdida, pouca ou nenhuma gasolina: nada se compara com isso. Porque casa é uma lembrança que não posso alcançar com as pernas nem com tudo o que tiver na carteira.

Resta então decidir em qual corredor caminhar agora, comemorar (?!) que o atraso seja só por mais 2 horas. Vão ser mais de 24, ao final, todas elas, entre desconhecidos. Sabe aquele vizinho que você não lembra o nome ou aquela menina que na terceira série sentava na primeira ou sexta fila, você não lembra ao certo?! Quem me dera que estivessem aqui!

Onde não há qualquer coincidência, referência, ponto em comum. Não que eu não fale, mas a história é a mesma: "Vim de Fortaleza. Conexão em Natal. Aqui no Rio era só escala, mas mandaram descer e cancelaram o vôo. Cheguei 22h30". "Sim, eu sou cearense, é que o nosso sotaque não é como a Globo pensa".

"Tô indo pra Curitiba, coisa de trabalho". "Deve tá frio mesmo, mas tô levando casaco!". "Pois é, pra gente julho é tão quente quando janeiro, tanto faz". "Dormi no hotel, teria o dia livre, mas vim tentar remarcar o vôo... não deu certo, então o jeito é esperar, né?" "Prazer, você também".

Pelo menos veio comida quando eu já confundia Lan Chile com lanchinho. Riem. Dizem de onde são. Há quantas horas, para onde vão. E, no chão de frente do painel que mais uma vez anuncia "Cancelado", acabo lembrando, tão forte, como sou brasileiro. Totalmente perdido entre tantos sotaques, todos, desesperados.

(E neste esquecível 24 de julho, chorei no Galeão. Nunca pensei que Curitiba fosse tão longe, 36 horas, e que minha casa fosse tão boa)

terça-feira, julho 31, 2007

Quando está a três graus, corrijo-me, MENOS três graus, um fortalezense como eu, criado entre as fozes dos rios Ceará e Cocó, num embolado de ruas, morros, mar e sol, corre feito um doido. Vai logo, bate uma foto, dá uns pulinhos de felicidade e, logo em seguida, sente os ossos doerem. Pensa até que vão quebrar.

Daí torce que a roupa tivesse mais uns 10 metros de espessura, lembra que ficava só de bermuda e, mesmo tendo viajado tantos quilômetros com uma tremenda vontade de pegar esse tal de inverno, só deseja a hora, a bendita hora, de voltar; matar saudades, dela e da praia. É aí que Pinto Martins, mais uma vez, é nome santo.
Bem vindos a Fortaleza.

Sobrevivi àquela noite. E, pelo que parece ser, a mais 30! Por enquanto. É que ao contrário de "Olhos Famintos 2", que eu só continuei vendo para rir e imaginar a cara das pessoas apostando que era uma grande história, existem bons filmes. Um deles eu nem lembro o nome, só de uma cena. O menininho na maca, barulhos, movimento, e daí só o céu.

Era tudo branco. Bem branco. Somente branco. Daí, legendas: "-Vovô?! É você?" Era. Conversou um pouco, mas daí os tais barulhos saíram de uma constante, voltando a pulsos, voltando a imagem para a maca, voltando o sorriso dos pais.

Fiquei impressionado. Não fazia mais de um ano que aos cinco vi um balão de oxigênio desfazer meus sentidos para acordar sem poder usar as pernas, com um saco de bombons e essa cicatriz que até hoje guardo.

Tive medo de ir lá. Não por encontrar o vovô. Mas porque, pensando bem, branco com branco, deve ser um saco. Essa tal eternidade, que perguntei pra minha mãe quanto tempo durava. "Pra sempre". Como assim, pra sempre?

Devia ser um saco essa tal eternidade! No começo, beleza, não dá para morrer, onisciência total, oi vovô, oi vovó. Mas depois bem que ia ficar meio chato. Esse tal de pra sempre... ...E ainda mais sem cores!

Daí eu respirei. Fiquei com um pouco mais de medo do balão. Mas sempre que vôo, imagino um pouco como poderá ser lá: agua em sua forma gasosa, atmosfera rala. Maldita ponta de asa, que insiste em existir!

sábado, junho 30, 2007

"Fool enough to almost be it
Cool enough to not quite see it
Doomed
Pick your pockets full of sorrow
And run away with me tomorrow
June "


É como todo rito de passagem. Preciso morrer um pouco.

Aconteceu na quinta. Experimentei o que deve ter sido o último minikalzone dos tempos que saía do IDER nas carreiras, Pici ou 55, para ir na pós na Unifor. Aulas que do meu mundo só eu vi, só eu passei. Palmito. Maravilhoso palmito. Suco de... goiaba. Cantinho de
parede, guardanapo.

Depois de dias, já hoje, olhei pelo vidro para toda a longa Pontes Vieira. É ali que vou voltar a caminhar, todos os dias, sabia? Mas se será mesmo "todos", não sei. Pode ser que mude. Pode ser que tenhamos novidades e, claro, pode ser que tudo fique exatamente igual.

É esse tal de mês de junho. Que desde o primeiro dia eu penso "só faltam 30". E agora, já quase no fim, parece que se prende a toda hora. Então eu venho aqui e agradeço. Se você faz parte da minha vida, de perto ou mesmo nem sabendo como, obrigado.

Sei que nada disso é muito lido, e que ninguém comenta mesmo, mas sei que estou vivo. Se eu passar dessa noite, é que sou mesmo forte. Olha lá, meia-noite, só mais algumas horas para os 23.

sexta-feira, junho 29, 2007

Como tudo é amplo, belo, feliz...

E sou pegue pela realidade. Pegue pelo tornozelo, levado à lona, com suor de um dia inteiro e ainda insistia em alguma verdade. O relógio que indica que a hora vai chegando, a censura, a pilha de roupas, de livros, de linhas, nos poucos segundos de vida entre já dormir e já levantar.

...e assim eu penso sobre o que há muito não pensava, o sentido dessa tal existência, como gosto, como amo...

Busca pelo sentido exato de cada palavra. Não quis dizer isso. Meu tom é meu. Ok.. Concordo. Aceito. Faço mais rápido. Dois ou mais parágrafos, mais vinte minutos, menos tantos centavos. Pouco importo.

Mas do que eu falava mesmo? Que bela história viria trazendo o tal sorriso?

Pegue pelo tornozelo. Ao chão.

quinta-feira, junho 21, 2007



"La bombe humaine
tu la tiens dans ta main
Tu as l'détonateur
Juste a cote du cœur
Faudrait pas quej'me laisse aller"

Medo.
Coragem.
Carbono.
Quatro anos é quando já sabe "teimar". Você diz: "precisamos conversar". Recebe uma carreira. Você clama: "não é assim que se faz". Ganha uma certa indiferença.

Ai vai, balança a mão com um jeitinho suficiente pra chamar a atenção de um jato a 2000 por hora, dizendo bem articulado: "Tchau tô in-do em-bo-ra, tu-do bem?". Nada. Vai fechando a porta fazendo o máximo de zuada. Nada.

Daí que pegar minha chinela depois do banho é uma dúvida tão séria quanto, lógico, eu dou esse pedaço de chocolate, ai eu sei que a coisa tá complicada. Mas são os quatro anos, fazer o quê?!

Sabia que quatro, na Córeia, é tido como coisa de azar?! Pois é, mas o jeito é esperar certinho chegar aos cinco. Até lá, quem sabe, eu ponho dos eixos. Caminho lado-a-lado, consigo ver um filme direito... ...vai ver que assim eu ganho tchau na hora de ir embora.

quinta-feira, junho 14, 2007




Mudo. Mudamos. Algumas vezes em cima do muro.
Feito como temos as tais conversas humanistas entre os oito maravilhosos ingredientes adicionados ao fetuccine. Logo após, sorvete. Da Mc Donald's.

Dia seguinte, reconheço na conhecida as roupas e cores de quem decidiu ser "mulher da vida". Saia curta, maquiada logo de manhã, pernas ainda com pêlos, deixando tão claro que é das que leva porrada para levar um pouco de comida para casa. Cansada de catar, mas ainda com vontade de ir lá na Sé traçar planos pra melhorar a vida.

Ela me olha com constrangimento, eu sinto as dores do mundo. E sim, vou na Sé, não para rezar. Mas meu coração ateu quase acredita nesses tais sonhos. Ações humanistas. Defino metas para os dias seguintes e vou no banco para mais notas.

Nada a partir daí importa. Só interessa quando fecha a porta e aproveito o que mais humano tem na gente, que não depende sequer de nada, só nós dois, se quiser, nem das roupas. E, no final das contas, a única coisa que amasso são abóboras, enquanto penso em tudo isso.

quarta-feira, maio 30, 2007



O mais difícil é a volta. Já sabendo melhor o caminho, acelero um pouco mais, uso muito a sinaleira e quando vou pensando em ficar cansado, chegamos. De cara, quer dizer, bem no meio dela, é o nariz que nota a diferença do ar. Mais cinza, menos leve.


Há tantas pessoas nas ruas, as árvores, de absolutas, viram exceção. Quando tem água, vem entre concreto, e fede. Fede feito o asfalto, fede feito as pessoas no ônibus, fede feito a comida do self-service que, aposto, tem um monstro do outro lado.

Lá é diferente. Imagino um alguém com aquele chapéu bem bonito, branquinho, preparando aquela bolonhesa maravilhosa como quem passou o dia inteiro esperando o momento de me servir. A estrada, quando tem tinta sobre piso cinza, tem também laterais verdes e vivas. E mesmo que não queira, o dia começa cedo, então abro o zíper e lá está, o riacho, a poucos metros do travesseiro.

Mas como eu disse, o difícil é voltar. Descarrego as fotos, guardo as roupas que ficaram limpas, penso em uma ou outra frase. Conto quanto sobrou. Dia seguinte, seria vez de acordar cedo. Mas é difícil.

Eu preciso voltar.

quinta-feira, maio 24, 2007

A foto acima, rara, foi batida em 1955, por um fotógrafo que desconheço. Mostra a construção da Igreja de Fátima, no então bairro Redenção, atualmente chamado Bairro de Fátima, em Fortaleza (CE). A obra foi iniciada em 1951, após a visita de uma imagem de Nossa Senhora, vinda de Fátima (Portugal).

Pergentino Maia, que hoje é só o nome da rua onde fui assaltado um dia desses, doou a área para a construção da Igreja e da praça Pio XII. Vendeu todo o resto para as famílias mais abastadas que sonhavam em morar perto de onde se tornaria a principal Igreja católica da cidade, com procissões que superam as realizadas na Sé. Não sei onde gastou o dinheiro.

Os adultos daquela época, hoje, são alguns idosos que resistem em belas casas, especialmente entre a Avenida 13 de Maio (antiga pista de corridas de cavalo) e a Av. Borges Melo, que ligava a Base Aérea à "Estrada do Leite", hoje conhecida por Av. Gomes de Matos. Belas casas, com várias colunas, varandas e amplos quartos.

Cada vez mais raras. Dia após dia, dão lugar a farmácias, bancos e academias. Duas delas tombaram há dois meses. No seu lugar, um grande centro comercial vai ser inaugurado. A propaganda é ufanista: "Bem Vindos ao Futuro".

(Tenho esta foto em um CD, em alta-resolução. Daqui a uns 50 anos vejo o que fazer com ela)

Vez por outra vou lá. De um lado, onde se corria, na época em que educação física era chamada "recreação". Via sacos girarem, folhas e os padres com seus carros. Do outro, as quermesses da adolescência, quando já não quis ir.

Pois aí em cima - alguns anos depois da foto, claro - aprendi o gosto da hóstia, o cheiro da cinza, como se diz adeus às almas e perdi a fé. Entre frases pré-ensaiadas "aceito, aceito, aceito", sem saber a pergunta, decidi que o ruim não é acreditar na falta de lógica, é ser rebanho.

Mas não a deixei para trás. Vez por outra, desço um pouco antes do ponto de ônibus, e fico ali a olhar. Vejo uma empresa lucrativa, vejo as lembranças, vejo um bairro que amo crescendo ao redor.

Vez por outra.

quinta-feira, maio 10, 2007

Fecho os olhos.

A barra de ferro me segura. As pessoas ao lado, também. Esqueço o perigo, o dia, fome, texto. São uns 20, 25 minutos.

Três ou quatro itens na folha da agenda. Só consegui um ou dois. Digo estar doente, devo estar. Vejo a hora ir embora, amanhã faço melhor.

Amanhã acordo mais cedo. Mas não durmo. Abro os olhos. Acendo a luz. Até quando?! Esqueço a hora, viro a página, a figura perde a graça. O avião enfada. A música dói na cabeça. Escovo os dentes.

Nem sou daqueles que só sai de noite, nem sou daqueles que preza pela hora que acorda. Seguro na barra de ferro. Fecho os olhos e aguardo. O final de semana, o final do mês, o final do ano. O pouso, se é que um dia terei.

Caio de lado na curva, passo o cartão e sorrio para a licença. Dou um jeito no fone de ouvido e espero o dia seguinte. E aqui, nestas linhas, a música que seria tão linda não tem letra, é só uma melodia.

quarta-feira, maio 02, 2007

Desculpa, desculpa mesmo, Mariana.

É sério: eu até tentei. Acordei cedo, peguei informação cedinho, passei o dia na espera, mesmo que não falasse. Bem que você poderia ter facilitado para mim, não é?

Porque do meu final de semana que começa sábado meio-dia até domingo de noite eu estava a postos, mas ninguém esperava (por mais que agora digam quem tinham certeza) que fosse logo na hora que se dorme já de olho nas feiras. Aliás, você chegou já era segunda, e nem teu quarto tava arrumado ainda.

Certo, terça foi feriado. Mas você acredita que bloquearam minha conta e hoje eu fiquei até sem almoçar só para poder deixar tudo direito?! Que falta de sorte! Tive ontem a noite inteira pra ir te ver, mas sem um realzinho para gasolina não deu certo.

Tá, tudo bem, eu confesso: também tinha que adiantar trabalho para o dia seguinte. Porque no dia seguinte, ocupado desde ter sono até ter sono de novo, já não seria suficiente para cumprir o que se precisava. Mas eu garanto que entre uma parada ou outra do ônibus, no arquivo carregando ou na hora do copo d'água eu pensei em você.

Sábado dá certo. Só me perdoa que três dias pareçam ser a vida inteira para quem nasceu nesta semana. Mas a vida é assim, ah, você vai ver.

sexta-feira, abril 27, 2007

Esperança é um pêndulo que balança. Às vezes acho que com uma força que parece vento de agosto. Em alguns dias, é uma calmaria que deixa a água suave, mas não leva para nenhum lugar. Noutros, vira voraz vento veloz.

Mas eis que esta tal de esperança, na maior parte do tempo, é verdade, insiste em vir por nossos olhos olhando para os outros. A gente a perde até quando vê, presta atenção, mas jamais acreditaria que ali, ali mesmo, tão movimentado, seria surpreendido.

Uns dez ou quinze meninos. A idade não varia muito disto. Foi preciso falar grosso. Não, você não vai jogar essa pedra em mim. Não, eu não tenho "um bucado de onça na carteira". E sim, estou apenas indo para casa andando. Criavam coragem. Não tiveram: me safei. Mas um dia vão ter, mais cedo ou mais tarde. Mais que pedras, sei que vai ser à bala.

Foi-se. Só que voltou, no dia seguinte, lá longe, no meio do sertão da caatinga que se chama assim e não fede. Pelo contrário. Tava com aquele cheiro bom de chuva, barro molhado e milho crescendo.

Estes eu pude contar. Eram dez. A idade, não variava muito disto. Mas bastou ficar calado. Eles que cantaram. Eles que falaram em ser tal de cidadão. Eles tinham a rima. Eles embolaram, se fizeram de doutor a cumpadi, falando de terra, falando da terra.

E veio de novo.
Esta velha esperança de acreditar em todos.

quinta-feira, abril 12, 2007

Tacava a bola na parede com força e dava um salto, fazendo pose, para defender feito homem-elástico. É claro que eu sabia aonde ela ia, mas errava quando era hora de ser o goleiro reserva. Bom mesmo era se ver como artilheiro.

Luisinho. Até admitira. Nome de craque. Só era pena que na escola as outras pernas na quadra não ajudassem como o portão da garagem, e o apelido que ainda hoje odeio fosse só mesmo uma referência ao tamanho. Deixa pra lá. De tarde, esquecia tudo, vestia a blusa do meu pai - ia até depois do joelho - e fazia gols sozinho.

Em uma certa época, eu não ficava tão sozinho e pegava ele me olhando. Daquela cama de hospital na sala de casa, meu avô nunca pode fazer um único comentário, mas eu sentava e contava tudo. Se ele pensou que um dia teria mais gente na torcida, errou feio. Primeiro porque morreu pouco depois, ali mesmo. Segundo porque a parede não deixava ver o que eu fazia quando cansava.

Olhava pra cima. E não era em busca de Deus, nem de ajuda. Pelo contrário. O martírio de alguns me fazia bem. Era um barulho que vinha crescendo, baixava o trem de pouso e curvava para depois morrer na pista perto dali. E enquanto eu olhava as camisas começaram a chegar só mesmo até a cintura, aprendi tanta sigla que até hoje não sei pra quê. Tudo culpa dos AT-26 do 1°/4°GAv, os Xavantes do Pacau da BAFZ e sua rota de pouso.

Estava certo. Decidido. Eu ia ser piloto. E dos bons. Nunca entraria em guerra, mas teria lindas imagens, uma vida agitada e certeira. Pirassununga, Natal, Fortaleza, Anápolis e dali qualquer distância seria pouca para um supersônico. Mais velho, cruzaria oceanos levando gente para lugares distantes.

Só que a Varig não voa mais para o Japão. E os esquadrões foram reagrupados. É óbvio que o plano não faz sentido hoje. Nem nunca. É que são tortos. Vesgos. Pra perto de um lado, pra longe do outro. Estrabismo. Astigmatismo. Sangue escorrendo dos olhos para o rosto como bom resultado de cirurgia que já era uma certa desistência do Dr. Héverson.

Se um curativo incômodo e 3 dias de cegueira quase eterna eram explicações visíveis para ser desfalque nas olimpíadas da 4° série, o que eu não via é que não eram só os titulares que não notavam algo ao não perceberem a ausência do eterno reserva. Aquilo deixava claro que se um dia eu for pra Le Bourget, infelizmente, haverá aeromoças.

Não descobri como um grito, como em Little Miss Sunshine. Foi engolido aos poucos, ano após ano. Conselho após conselho. A cada grau que insistia em não ir embora, a cada dor de cabeça nos 4 anos que decidi simplesmente não depender deles. Consegui passar no vestibular, tirar carteira de motorista e ler muitos livros fingindo ver claramente bem. Só que nesses quase 1.500 dias, teve quem só pensou que eu tinha esquecido de colocá-los naquela manhã. Óculos já eram parte de mim.

Eu não acordaria, nunca, em Pirassununga. Eu não teria a desejada saudades de casa. Mas não cedia. Continuava sonhando com asas, mesmo quando olhava grades curriculares de arquitetura, geografia ou mesmo pedi para ganhar um violão. A resposta foi sim, mas depois de um ano pegando coragem para pedir, ficou difícil perguntar "e aí?" quando notei que não lembraram mais. Deveria ter pedido direto na loja. Fica a lição: não peça nada na praia, que lá só vende peixe e coca-cola. Aprendi isso, mas não quis nem saber de ver aquela prova. Vai que eu passaria. Seria bem pior.

Mas fiquem contentes por mim: o violão nunca veio mesmo. Ainda bem. A voz não é tão melhor que os dribles. Só que ela ainda tem um pouquinho de força, só um fiozinho, que já é o suficiente para perguntar: alguém me ajuda a ser um bom goleiro de verdade?! Quem sabe eu acabe indo aos céus, que nem o vovô.

segunda-feira, abril 09, 2007



É numa praia de ondas tortas que a gente esquece se é domingo ou algum dia dos que terminam em feira. Onde a água ganha valor a cada passo e a fome, sede e até a dor na perna, que insistia em não ir para frente nem mais um metro.... não importam mais. Só porque uma pedra foi esculpida pelo mar e ficou conhecida como furada.

Tudo por uma bela vista.

Seja ela de dia, com sol a pino e a água que não decide se quer ser verde ou azul, ou de noite, quando dá para ver estrelas que eu juraria que não estavam ali. E a hora depende só da vontade e da luz, mesmo que a gente durma depois de umas poucas voltas nas ruas de belos pratos e alguns sonhos, ou acorde quando já queria estar na praia.

Deixa. Vira para o lado, sorri. Bate mais uma foto. Pra quê caminhar mais um pouco se já deu para descobrir que beleza maior não há?! Ah... Jeri...

Tudo por uma bela vida.
Em ondas tortas

sexta-feira, março 30, 2007

Desde novembro. Antes disso, julho. E, em ambas, foi um jura de "só hoje", porque, afinal, o Luis estava em Fortaleza.

Fora esses dias, só o Reveillon. Claro: este precisa de meia noite. Mas fora esse tal 31 de dezembro, nenhum outro.

Se passou das 10, melhor dormir.

E, sem ser um cara medroso, vou me redendo ao medo.
"graceful swans of never topple to the earth
and you can make it last, forever you
you can make it last, forever you
and for a moment i lose myself
wrapped up in the pleasures of the world"

E obrigado por ter me feito conhecer esta música.

quinta-feira, março 22, 2007

Adoraria não conhecer o futebol. Que quando me perguntassem "o que é isso?", eu respondesse que achava que era uma modalidade de badmington. Isso porque, conhecer este esporte maluco que te faz sentir do topo à fossa nos poucos metros entre uma bola e o gol, significa amá-lo.

Não dá para ser indiferente, não é surpresa que movimente torcidas, movimente pessoas, seja paixão, vida, bandeiras, motivos. E gostar de futebol é sinônimo de ter um coração com cores, sejam elas tricolores, alvinegras, alviverdes, rubronegras, multicoliridas ou até monocromáticas. Esperar ver aquilo como número é como ter um alguém e trocar por um radiador furado.

Mas me arrependo. Sempre me arrependo lá para os 35 do segundo tempo. Aquela sensação desconcertante, aquela luta interna, "calma, amanhã é mais um dia e minha vida não vai mudar", "Corre logo seu saco de batata! Não vê que dá para traçar cinco, cruzar e ainda correr para fazer de cabeça?", lógica, ilógica. Eu chutaria no canto, eu correria todo aquele campo, eu que nem sei ver direito, eu que canso.

Esse esporte maluco que se for pênalti dentro dos 90 minutos já é pulo, cantoria e abraço em um desconhecido; mas se for decisão por pênaltis cada um deles parece o fim do mundo. Uma bola, linhas, alguns heróis - mesmo que estejam com preguiça e tenham bebido no mesmo dia - e um bando de bestas enlouquecendo do lado de lá do alambrado, sem nem ver direito.

Eu queria não gostar de futebol.
Eu queria não ter um time.

Mas, se der, sábado estarei fingindo, mais uma vez, que todo este tempo aqui fora é só um lapso até os próximos dois tempos.

sábado, março 17, 2007

"-O Carl achou nossas fotos lindas"

Mais dois dessalinizadores, uma política pública, detalhes das tecnologias apropriadas e uma versão "de luxo" da apresentação do programa, já com resultados, umas histórias de sucesso, uma edição bem feita e fotos perfeitas.

Opa! Isso vai ser bom de fazer.

Quais os dias que tenho aula à noite?! Neste, neste, neste, na Unifor. Lá atrasa, tem contratempos e vez por outra folga muito longa. Pelo menos, leio tudo e mais além. Naquele, no outro, e na próxima, na Assembléia.

Fui até de blusa social, mas sorri do mesmo jeito quando descobri que o coffe-break não era só pro primeiro dia, e sim para todos. Quarta, os paranaenses. Terminei a SUPER do mês, vamos à ASAS. Mais um artigo do livro?! Consigo no feriado. Tem que ser neste, porque no próximo, u-hu, Jeri.

Eu vou, eu vou, pra Jeri, eu vou, eu vou....

E o filme desta sexta, qual vai ser?

Cheguei em casa sorrindo. Cabelos molhados e o seu madrugada, da blusa, querendo ser amassado por outro corpo. Agora, almoço. Nem do Tilápia, nem do Delícias, nem dona Regina, é da mãe. Passar esses arquivos, gravar aqueles CD's.

(Il faut que je fasse tous ces choses, je dois être hereux, besoin d'un ou deux jour pour nous. Envie de la vie. Tout droit, avant, allons-y)

segunda-feira, março 12, 2007

Essas palavras não têm nada demais.
Não são poéticas, não são precisas. Não marcam.
E ainda se repetem. Repetem. Repetem.


Nem são especiais. Mas quem as lê, certamente, o é. Alguns vêm perdidos do google, outros já direto. Nem sei o que querem, nem o que pensam.

Mas são poucos. Felizmente, sei de onde são. Alguém em Pedra Azul gosta de mim. Pedra Azul?! Gostei da pesquisa. Trouxe uma palavra adorável: jequitinhonha. Se fosse comestível, certamente eu quereria mastigar jequitinhonha vendo um jogo.

Ou chamar meu amor pro canto pra fazer uma jequitinhonhazinha. Com jeitinho. Palavra engraçada. Só vou ter pena de quem me lê de Beijing e de Hangzhou.

Só me resta dizer:

xiè xiè

(E eu achando que "jequitinhonha" era coisa engraçada)

sexta-feira, março 09, 2007


Um pouco de concreto.
E alguma chuva.


E mais um Boeing, do idle ao full, deixou a cidade mais vazia.



E ainda diz que tem problemas.


Ousa pensar que eu não espero a sexta-feira como quem pede um copo d'água depois de sei lá o quê. E, tão linda, reclama que o cabelo tá arrupiado. Melhor assim, melhor livre, caindo sobre os olhos

E diz que tem problema de pele. Onde?! Eu pelo menos não vejo. Toma leite sem poder, não sente sono nem às seis da matina, bate o pé antes de dormir. Sons, ruídos, barulhos estranhos. Até bons.

Se fica chata, ai de todos, ai de mim. Perdeu a graça, pouco importa se o sol vai se pôr denovo: acabou-se o mundo. Mas é só inventar algo. Uma máquina, uma piada, artimanhas para frescar com a cara: "ih, já tá rindo de novo".

E sorri para pose posada. E até quando a foto dá errada dá tudo certo.

Sexta-feira

terça-feira, março 06, 2007

Uma carteira sozinha no asfalto. E Reais ainda dentro. Peguei e corri, levantando acima da cabeça como quem ganhou um troféu. Um pulo de alegria. Gloriosa vitória de voltar ao status quo, era a minha,

Não teria como ir para o aniversário. Semana de aula, chegando em casa após as 22h, dificilmente conseguiria algo além de um pedaço de bolo. Azar. Mas aquele carro ainda poderia ficar comigo. Sorte.

No caminho, POW! "Eu só fiz mexer na minha bolsa" não é desculpa, querida. Que pena! Levanto rápido, olho: nem um amassado, nem um arranhão. Ah, tudo bem, não foi nada, vamos embora. Já estou quase atrasado para a aula, e que bom que não teve problema.

Passa um sinal. Passa outro. Oh não! A minha carteira?! Onde está?! 9 reais. Pouco importava. Cartão. Identidade. Carteira de motorista. Foto bonitinha. Passe card (esse sim, importantíssimo!).

Volta! Nervos, veia subindo pela testa, sangue descendo para os pés, garganta seca. Maldito, maldito! Rebuliço. Luz acesa. Não está aqui. Estava no colo! Foi ao chão, foi ao chão!

Corro. Se rápido, poderia não ver no escuro. Se lento, poderiam pegar na minha frente. Mas vi. Vou jogar na lotaria! Até as moedas, até as moedas!

Ir em frente. E acabou que não teve aula. Mas tive sorte, de acabar a noite num colo.

quinta-feira, março 01, 2007

Quem diria?! Um ano. Não haveria porque não, mas quem diria?!
365 dias.

Liberdade para escolher a cor da embalagem, pensamento futuro no fim de cada mês, desafio virar fichinha. Planos distantes, tão perto.

É só um ano, mas hoje eu vou caminhar quando sair daqui pensando como se tivessem sido uns 10. E lá em casa?!
Fazer bandeira desses trapos, devorar, concreto e asfalto

Casa, casa...

quarta-feira, fevereiro 28, 2007



A gente aprende. Esperança perdida.

Felicidade sem avenida, sem cachaça, sem fumaça, só alegria.

Ética. Política. Insegurança. Salário, esforço, pão. Cinema.

Indas e vindas.
Feito acidentes que fazem aviões darem em árvores.

"Mas se depois de cantar você ainda quiser me atirar
Mate-me logo à tarde, às três que à noite eu tenho compromisso
E não posso faltar por causa de você"

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Passa o tempo, e ao mesmo tempo não passa. Vem poeira, degrado, mau cheiro. E vai embora, sem acabar o terno abraço. E se os olhos não poderam ficar abertos ao último instante, abrem-se depois de décadas. Séculos.

Uma última frase antes. Antes.

Antes das seis horas, talvez?! Por aqui, meu tempo é mais curto. Só mais dois minutos, só mais dois minutos. Espera sentada, ao lado. De novo a foto. O que terão dito: "Acho melhor tomarmos sorvete só uma vez por final-de-semana", "Quando você dormir, eu vou ler um pouquinho de revista de avião, tudo bem?" ou ainda "eu te amo"?

Indubitavelmente, tanto faz.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

-7 a +7
Nas extremidades, um Biófilo Panclasta e um Vogon. No centro, eu e você. Mais para cá, mais para lá, depende de um ou outro risco, fico mais humano, menos profissional, mais dinâmico, menos sincero.


+30 a +50
Dependo do resultado, um ignorante e egoísta, mas resoluto e decidido. Ou um santo em pelo de gente, um pouco irresposável e com dificuldade de prazos.

E nem sequer usaram cores!

Era só uma brincadeira, mas qual meus sonhos, agora? Onde perder ou passar algumas tantas... 40 horas? De um lado, mais trocados. Do outro, mais livros. Calma, calma. São só possibilidades.

quarta-feira, janeiro 31, 2007

A cama é uma lembrança distante. A sala é só uma passagem entre um banho, uma toalha e alguns parágrafos já de olhos quase fechados. Antes disso, uma boa parada. Às vezes mais rápida que se desejaria, e distante, mas certeira. Exata.

Ainda antes, com o sol ainda por esquentar, são os olhos que se arregalam assustados. Mais cinco minutos. Mais três minutos. Mais um minuto. Mais um? Não dá. Água gelada acorda. Leite e mais um e sessenta para o sindiônibus. O cabelo?! Deixa pra lá.

Venho, e vou, quando o dia já foi embora. No meio, de tudo, um pouco, ou bem muito. Às vezes tranqüilo, quase sempre, no limite. E, mesmo assim, empolgação para um ar-condicionado gelado e lanche voraz, delicioso, mesmo que seja só um biscoito em mais um ônibus lotado.

Programa da noite: aula. Com textos lidos na hora do almoço e colegas que só podem não querer perder a novela. Não me importo, mesmo sento o único a ver sentido no número 75. E ter uma faixa vermelha como dádiva. Na pior das hipóteses, 55.

E é aí que a cama é uma lembrança distante. Que passa rápido. E mal dá tempo, sequer, de pensar no que virá adiante.

Boa noite, amanhã tem mais.

Equipe do projetos de fogões ecológicos do IDER.
Da esquerda pra direita: Jörgdieter Anhalt, engenheiro; Humberto Leite, jornalista; Gerda Nickel, engenheira florestal; Thompson Souza, técnico desenvolvimento rural; Suzelle Freitas, enfermeira; Ákilas Girão, o cara "mecatrônico".

Espero que essa foto tenha grande sentido em pouco tempo.

E sabe o principal que eu ganho?! Saber como pensa gente tão diferente! (ainda há catadores, pesquisadores, financiadores e pescadores)
É sempre assim.

Eu os conheci ainda pequeno, menino. Nesse caso, até cresci com eles.

Enquanto eu, escola, faculdade, suor e lembranças, eles, sumiço. Agora a gente se reencontra.

E ainda melhor.

"After all these years
Forget about all the troubled times
Munificent, artless and ascetic
Playing like a scared
Enthusiastic pawn"

quinta-feira, janeiro 25, 2007

Eu iria escrever aqui, sim, aqui mesmo, uma frase, só uma frase, que iria deixar boquiaberto que por aqui passasse.

Como se o tempo parasse, como se tudo ficasse mais leve e a eternidade, mesmo que efêmera, estaria presente tão solenemente.

Uma só frase. Ou uma só palavra.

Só que agora ela me falta.

"What does it matter to ya
When ya got a job to do
Ya got to do it well
You got to give the other fella hell"

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Suave.

Um cheiro suave que vinha crescente, girando o olhar. No começo, provavelmente, uma parada que mãe não entendia. Depois, perca de atenção no caminho do rodízio de pizza. Desconcentração quando se tentava decorar as palavras, de última hora, antes da prova de inglês. Mais agora, pensamentos difusos em caminhada.

Um cheiro bem suave. Que, de tão doce, foi criando sentindo. Eram as flores. As paredes antigas. Uma arquitetura, eu diria, dos anos 40. Quando ainda era terra da Dona Nenê. Quando meus avós, de um lado, ainda estavam lá pelas beiras de Iguatu e, do outro, de Russas.

Aos 16, pensava ter cheiro de morte. Aos 19, pensamentos difusos sobre história. Memória. Não ficou marcada por mim, nem por muitas fotos. Só o costume de todo 13 evitá-la. Preferir caminhar. E, ano após ano, os dias 13 de maio se sucederam. E eu nem imaginava o quanto gostaria daquela avenida.

Que foi crescendo mais rápido que meus centímetros, que foi tirando o cheiro dos jardins por asfalto e fumaça. Progresso?! Quem sabe. Vão-se mudando os cheiros. Vai embora mais um jardim. Mais um empreendimento com a qualidade Mota Machado.

Tão veloz!

quinta-feira, janeiro 04, 2007



Senhores, livre para matar.

Mas não matamos. Nem sequer decolamos em transporte camuflado. Não empunhamos armas. E passamos dos 22 anos. Fico
feliz que fotos antigas, com amigos ao lado de aviões militares, sejam só sorriso como "um dia no parque". Foi aquela semana maravilhosa.

Feito três meninos. Que nem morreram, e nem mataram. Ficaram ali, perambulando pela pista de pouso e pelo pátio, acompanhando fotógrafos estrangeiros e vendo matérias sairem copiadas nos jornais.


E vão-se alguns minutos só nessas fotos. E mais outros na próxima. E como poderia eu, sozinho, conseguir organizar todo este imenso diretório?!
Anos incríveis esses últimos.

De amigos pizzaiolos, dançarinos, risonhos, olhos fechados, roupas de frio, biquines. Amigos e amigas. Amores. Por vezes assumindo diversos papéis na minha vida.


De militares a terroristas.



(eu fico melhor como o quê?)

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Vi uma pilha de velhos disquetes: jovem, sou um dinossauro. Sou de uma época distante em que um primo ter 200 disquetes era digno de contar para todos os amigos. Como alguém poderia ter quase 300 mb de arquivos?!

Tenho que fazer um arquivo. 3,25Gb. Só de fotos. Ainda faltam músicas, apresentações, aulas. E os tais documentos mais importantes que bem antes justificavam "a máquina" que logo logo demonstrou ser ótima para se jogar Doom2.

Mas penso agora em voltar para um joystick de seis botões e um direcional. Não que seja melhor (e porque eu me dava bem): é mais simples. Com tantos links, vírus e trapaças, eu só espero o dia que locais legais fiquem áridos.

Como os espaços públicos que recebe gente como a gente. Malditos, malditos!
"Daisy, Daisy,
give me your answer, do.
I'm half crazy
all for the love of you.

It won't be a stylish marriage,
I can't afford a carriage.
But you'll look sweet
upon the seat of a bicycle
built for two"

Teria eu um raciocínio heurístico?!

Seria, eu, um louco sem braços, com vontades assassinas pelo simples prazer de ser só, gélido, eterno, pelos confins e além, sempre?!

Não, não sou heurístico. Não fui criado em 1992. Antes disso, até. Não tenho olhos vermelhos.

Só essa fala mansa e um pensamento que assusta?

Não, eu não sou assim. E adoraria uma bicicleta de dois lugares, até.

terça-feira, janeiro 02, 2007

Nem escrevi mensagem nenhuma. Fiz a lista de e-mails, mas nada.

Foram 10 dias maravilhosos. Bem vida. Do stress ao suco de melão. Sapato, meia, calça.

Gramado.

Acordei o dia 1º, mais uma vez, gripado.

E só tenho um pedido para este novo ano: ver o seu fim. Mais nada.