sábado, outubro 29, 2005

"A voz do povo é a voz de Deus
mas eu acho que quem escreveu essa frase era ateu
porque o povo tá calado. Tá calado esperando Deus
batendo palma pro Diabo"

Iguatu. Gostei. Ver falando a prática da teoria. Ver a Márcia Vidal descabelada de madrugada, na rodoviária. Dormir no banco da praça; brega:

-pensannnndo nela....

Caminhar sozinho. Ver pela TV o jogo em casa. Lembrar de quando minha mãe trocou uma passagem de luxo por 2 desconfortáveis só porque o filho queria andar de ônibus grande. Um poste, outro poste. Sem postes. Estrada escura. Estrelas. Ronco na cadeira ao lado. Ela na minha cabeça. Uma luz no fim do corredor, é o motorista.

A velha linha de trem. Onde meu avô trabalhava. Nem há cartão postal, então que eu apareça com os trilhos. Mesmo que já tenham sido trocados: meu avô passou por lá!

Seminário. (Com as despesas pagas). Viva CDVHS. Viva estar com a mente aberta para novas experiências. Vivam as comunicações comunitárias... Viva uma bolsa, uma passagem, uma coragem e uma vontade.

Eu já tô já voltando praí...

quinta-feira, outubro 27, 2005

Sono insone.
Insônia.

Onde estavam os versos?
Por anda andas?!

Sono insone, meu, minha dama...
Companheira de toda uma vida.
Que se recusa à minha cama.
Para quem não lembra, eu tenho um sobrinho. E tem 2 anos.
Para quem não sabe, também tenho uma mãe. A idade é muita, e é professora por formação...

Pano rápido, uma palestra...
"-Então, nessa atual perspectiva, os professores precisam tirar leite de pedra..."
"-De pedra não, é da vaca, vovó!"

Passa um dia, passam dois. Chega minha irmã para pegar o menino na creche...
"-Olha, o que o Luan anda vendo? Passou o dia todo falando que o Severino roubou o dinheiro!"

quinta-feira, outubro 20, 2005

-Gláucia falando.
-Olá Gláucia, aqui quem fala é Humberto, de Fortaleza...
-Tudo bem?
-Na verdade, era para estar. Comprei uma câmera sua no MercadoLivre e adorei, muito bom o material, a bolsa de brinde é ótima. Mas tivemos um problema (...)

Pânico. Entramos em pouco de pânico quando o inesperado acontece. Tudo é chato. Quando meche no bolso, é chato duas vezes. Quando é muito, é mais chato ainda. Seria uma boa compra, mas foi como diz Marlim: "A felicidade está indo embora". Primeiro, a tensão por saber de fato o que é. Depois, a frustração na fila do banco. Por fim, a tensão, na hora de negociar. Mas não...

-Ah.. tudo bem Humberto. Tudo resolvido assim.
-Obrigado! Tchau!

Fui eu sortudo?! Acho que não.
Afinal, ri com os fiscais. Ri com os outros punidos. Ri com a idéia de mandar uma foto que era minha cara de insatisfação.

E rindo da insatisfação, a gente acaba satisfeito.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Será que estou velho demais para isso?
Será que meu estômago não aguenta mais pó de guaraná?
(Digestão é esporte radical!)

Será que eu não sou menino-véi ou sempre fui assim?
(A perna dói, nunca sinto sede, o som é bom, a companhia é boa, o público nem tanto)
Será que eu sou chato em não querer procurar pessoas?
Será que sou certo em ficar feliz em achar por acaso?

Será que engenheiros vem depois para um show?
Será que os Los Hermanos também voltam?

O que será que aquela mulher (de máscara cirurgica) pensou ao me entregar esse papelzinho na entrada?
Será que eu vou pro inferno?

"Acho que alguém aqui pirou, eu ando desconfiado que esse cara sou eu
Às vezes acho que eu não produzo nada, às vezes sei eu viajei errado
Às vezes acho que eu sou excluído
do paraíso

Às vezes acho que o centro do universo está no meu umbigo
Todo dia quando eu entro no banheiro
Está tudo lá
Da escova para cabelo ao fio dental

Tem dias que eu olho no espelho e falo: tai um cara legal
Tem dias que eu tenho a convicção de que eu não sou normal
Tem dias que eu to puto, alguns dias maluco
Graças a Deus a maioria dos dias eu estou contente

Também tem os dias doentes

Mas esses, eu sei, fazem parte da vida
Esses fazem parte da vida e se isso for só pretensão
Não, não é possível, neste mundo só tem “maluco”
Ou serão só lúcidos


Eu espero um sinal de um homem lúcido: amizade
Eu espero o sinal de uma mulher lúcida: amor
Eu espero sinal de um povo lúcido: paz
Eu espero como você espera
Um disco voador

Acho que alguém aqui pirou..."

quinta-feira, outubro 13, 2005

Às vezes eu rio quando você quase chora. Sem nem saber ao certo onde está, com a avenida conhecida logo ao lado.

Se construirem no terreno baldio vizinho a sua casa, adeus!, estará na rua. Se falir a loja, nunca mais acha o caminho. Se fecharem uma rota, você passa longe, bem ao largo.

Às vezes eu rio quando você quase chora.Sem saber nem ao certo contar. Quartorze menos sete são oito. Quarenta e três é número impossível e seis vezes seis é coisa demais. Não vou atrás. Sorrio e aguardo o erro. É trinta e seis.. É trinta e seis.

Às vezes eu rio quando você quase chora. E eu olho pra ti e vejo cabelos, rosto, cílios, beiços, beijos, seios, pernas, braços, abraços. Agarro. Um ser vivo. Respira. Um dois três.

Nessas horas eu quase rio.
Quando você quase chora.

quinta-feira, outubro 06, 2005

"às vezes parece que eu não tenho medo
às vezes parece que eu não tenho dúvidas
às vezes parece que eu não tenho... ...nenhuma razão pra chorar
você esquece que eu não sou de ferro
(até o ferro pode enferrujar)
você esquece que eu não sou de aço e faço questão de provar:
olhe pra mim...enquanto eu me quebro"


Sim, há tragédias. Pequenas, é veras, mas elas existem. A noite que não dá tão certo. A vitória certa que vira goleada indigesta. Prego. Dinheiro que vai embora. Escuro. Ter que andar de mototaxi (isso é que é tragédia!). A vontade de ver tudo tão direito. E lembrar que não dá certo. Nem sempre se pode dar certo. Nunca ser tão sincero.

"às vezes tudo, às vezes nada, às vezes tudo ou nada, às vezes 50%"

segunda-feira, outubro 03, 2005


-Ei, tio, bate uma da gente!

Já seria bem a 200° foto em dois dias. E eu bem sabia que eles não veriam a foto, que era só mania de pedir, apenas isso. Mas o pedido foi tão delicado e sorridente que não deu pra resistir.

-Certo, mas se você fica entre elas duas vai ficar bem bonito...

Já o sorriso, a careta, a simplicidade não foram combinados. E gostei do resultado.
A foto também acabou publicada no jornal Diário do Nordeste com o crédito no meu nome. Mas o que eu quero mesmo é mandar imprimir e mandar pros meninos do Canindezinho...