quinta-feira, março 12, 2009

Poucas foram as coisas de três textos seguidos. E, mais ainda, mais injusto, pouco faz sentido se há uma outra muito mais profunda a ser pensada. Planejada há muito.

E essa outra, que me agonia, que me explode de alegria, que me esforço, que me contorço no dia-a-dia, é tão boba quanto o suor no rosto. Depois de tanto pensar na vida, estudo e sonho, resta o esforço mais simplório dos braços que vão e vêm 17 vezes, do abdômen contorcido 29 vezes e das pernas indo e voltando por longos 12 minutos e 2000 e quarenta metros.

Esforço tolo. Esforço recompensador. Bem mais perto que longe e não, não sou azarão. Vi as chuvas às seis da manhã e ainda assim alonguei a perna dolorida, li do carnaval agitado e, sozinho na praça outrora lotada, rebaixei meu grande amor a um controle de cronômetro e boa notícia no final.

E me perdôo por me alegrar com coincidências bobas, como placas de carro, frases soltas ou lembranças. Como uma crença dos cegos que a vida é como Lost, só que mais otimista. Se penso assim, e se devo acreditar em mim, significa que estou fraco. E preciso é de força.

Perdoem-me. Perdoem-me. Perdoem-me. Sou muito mais que músculos que com tanto amor cultivei. Mas é que meus sonhos, confesso, lembram um capacete de quem nasceu para matar, mas tem símbolos hippies. Dualidade humana.

Que meus lados não entrem em conflito. Que eu não esqueça quem eu sou. Que meu otimismo seja verdadeiro. Que os gritos na reta se tornem gritos ao final.

Que eu grite de alegria.

17, 29, 2040 e quantas vezes mais forem necessárias.

quarta-feira, março 04, 2009

Chove lá fora, está tudo bem, está tudo certo, está tudo OK, mas estou nervoso. O almoço foi gostoso, o salário está em dia, as contas, pagas. E essa expectativa.

Não sei se viajo na quarta. Não sei se viajo na terça. Sou forte ou sou fraco?! Não sei se me jogo no chão e suo até não poder mais, não sei se guardo meu corpo para a hora certa de suar. Conto os exercícios com força e garra ou faço calado, como quem não quer nada, e deixa sobrar um tiquinho sequer de energia?! Cansado, vou lá e consigo. Ciente, desisto na metade. Adivinhar as chances tentando achançar.

Olho os mapas e só vejo a distância, imaginando meu tempo. Ouço as músicas e as cancelo antes do solo final. Olho os braços e os imagino obedientes. Inicio cada frase e sinto vontade de me levantar, como quem pula o tempo. Nessa mania boba de frases curtas. Bem curtas. Curtas. Por que pular se às vezes também quero que ele não passe?! Por que pular se quero é correr?!

V-E-L-O-C-I-D-A-D-E. Já!

Arranco gritos da praça. Arranco grito dos braços. Arranco grito repressor de quando sou derrotado por minhas próprias palavras. E grito, grito, grito de assustar quando os números da contagem ou do relógio me levam ao pódio.

AHHHH!


E está tudo bem.
Está tudo certo.
Está tudo Ok.

Mas a perna treme acima, com glórias no fone de ouvido, e treme abaixo, com coragem fraca ao mesmo tempo do medo de mais nada.