quarta-feira, junho 23, 2010

Que seja como Policarpo!

Veja em matas e céus um sentido de pátria. Sinta nos sotaques a beleza de diversidade. Sofra do frio, do calor, e lembre como é grande da ponta a outra. De imensidões verdes, de gigantescos azuis. E no meio o belo amaralo das praias.

Ah, as praias!

Que não me seja pecado achar mais belo os quadros que me mostram como há de ser. Cabeça, tronco, membros. Piso, teto, janelas, cenário. Acusem-me de não saber compreender o gênio. Respondo que sei reconhecer talento, e um bem-feito é sempre maravilhoso.

Longe das dúvidas provocadas, das questões postas por questionar, da beleza idiota da roda de bibicleta na entrada do salão. Afasta-me de mim este cálice. De pura bobagem e somente sangue quente.

O seio nú encanta por se esconder. E não me culpem! Quero os poemas de métrica, quero ver o cunho vernáculo do vocábulo. A beleza a ser apreciada, e não uma gosma a dizer que assim acho. Minha beleza. Meu seio em outrem.

Achar. Achem o que quiserem. Não sou moderno. E amo os hinos do Bilac.

quinta-feira, junho 17, 2010

Não deixo de escrever, apenas não concluo. São frases pela metade, capítulos sozinhos de livros sem começo nem fim, pensamentos de elevador. Nego que só escrevo quando estou triste. Se só o faço por saudades, deveria fazê-lo todos os dias. É a ausência de amigo ateu, de pensamento rápido. Dos finais de semana planejados, de tanto em tão pouco tempo.

Olho no calendário e vejo os finais de semana. Acesso o mapa e tento traçar planos. Às vezes mudar paredes, em algumas ter como grande surpresa um retorno a mais. Sim. Eu me sinto mais completo, mais amado, mas além de beijos também há abraços.

Avião já não é novidade. "Vamos às instruções de segurança, mesmo se o senhor for um passageiro frequente". Eis, afinal, o ser desejado no olhar da então janela de ônibus. "Passageiro frequente". E é bom! Como é maravilhoso! Vejo nuvens e luzes e sorrio por ter sentido. Às vezes vestido de azul, às vezes não, sempre com o mesmo compromisso e fé. Azul na pele, mesmo desnudo.

E fé. A fé que faltaria nos joelhos, palavras e genuflexório. E me sobra em acreditar. Me sobra em entender. Me sobra em confiar. Confiar ao ponto de permitir até os erros para alguém.

Palavras. Palavras não exatas. Vindas tantos anos pós inventadas. Agora que não é mais a barba que diz que estou velho. É a falta dela.

Eterna presença etérea.