sábado, maio 28, 2005

A felicidade vem sozinha. É um sorriso no canto da boca. De quando menos se pensa. E se pensa uma coisa linda.

Que vem sozinha, e vira tudo.

"Eu vi a cara da morte, e ela estava viva"

Eu lembro. Caia a noite, e eu estava lá. E passavam horas, e eu lá. Quando menos me via, sozinho, no escuro que havia chegado. A noite caia e me encontrava caido.
Só, sozinho.

Por favor, antes de dormir, pense em mim. É o que garante minha existência. Sem bem, sem mal. Não há. É quando se torce para te odiarem. Para você existir. Mas passou, passou...

Com uma arma na mão, os suicidas são fracassados por pensarem. Mas será que se tira a vida por reflexão?

sexta-feira, maio 20, 2005

Cantem cisnes, cantem.

Cantem com o entardercer. Cantem ao silêncio em seu fim.

Cantem cisnes, cantem.

Cantem, pois eu não decoraria mais datas.
Cantem por ontem, 19 de maio de 2005.
Cantem por hoje, 20 de maio de 2005.

21. 22. 23.
Eu não decoraria.

Maio.

terça-feira, maio 10, 2005

"Estranho seria se eu não me apaixonasse por você
O sal viria doce para os novos lábios
Colombo procurou as Índias mas a Terra avisto em você
O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário
Estranho é gostar tanto do seu All Star azul"

O all-star não é azul. É bege. Não é o 12, é o sexto. E eu nem mesmo conheço o bairro das laranjeiras. Mas sorrio.

São lindas as músicas lindas.

domingo, maio 08, 2005

A cidade caiu
Não, não caiu
Sumiu, das mãos de quem dita a dor

A cidade tava vazia
Vazia e des-sentida
Muda, torna nova cor
Endurecer, mas sem perder a ternura jamais.

Conceito de orgasmo, deixe de lado. Quero falar de revolução, do sangue quente que toma ruas e pulsa instituições. Das ondas, de pernas e mãos, que sacodem estruturas e afogam a realidade.
De sonho que nasce em noite fria no deserto; de prato de comida roubado de panela cheia; de aperto de mão de mãos que não se uniam.

Sem perder a ternura. A ternura é a origem. O sorriso, o afeto, a amizade, o amor. Amor aquele que te mostra que, sim, é humanamente possível. Morro acima, suor abaixo. Vida ao trabalho, pelo prato, da comida, vida, para o trabalho.

Mas vida. Com sorriso de dentes sujos e morte de cama pobre. Mas feliz. De atravessar o rio, sem forças para atravessar o rio, mas atravessar o rio. Sem ar, mas continua. Com gritos de urro.

Gritos da cidade que cai. Em nossas mãos.

(Ainda bem que o Che morreu. Seria difícil se sempre se acordasse)

sexta-feira, maio 06, 2005

Eu escuto vozes.

Toda vez que falam comigo.

A fé vem na dor.

-Por quê?! Por quê?!

Parece que comi cimento. Uma dor na barriga que não se transforma em dor de barriga. Minha doença mensal, é de praxe. A fé vem de dois lados. Olhar site de plano de saúde. Pensar no que teria feito.
-Será que fiquei doente porque ia me vestir de virgem maria?!

Já me condenaram a ver um espírito e sujar minhas calças. E um tão cristão já me apontou o dedo para prever um futuro comigo, agonizante, clamando ao céus um perdão.

Eu prefiro só pensar que teus braços são minha cura.

segunda-feira, maio 02, 2005


É uma bola vermelha em torno de uma bola azul.
É o negro infinito.
É a plenitude do universal.
É a certeza de não estarmos sós. De iguais, ou d'Ele Superior.
É um outro mundo.
É um celeiro de flores e baobás.

É uma reprodução da BBC publicado na Folha On Line. O primeiro planeta fora do sistema solar a ser fotografado. Cerca de cinco vezes o tamanho de Júpiter e em uma órbita de quase duas vezes a distância de Netuno em relação ao sol. Se falarem muito, acharão o pi. 3,14. Planeta 2M1207B em torno de uma massa de Hélio e Hidrogêneo.

Um lar e uma estrela.
Distantes daqui.
(3,14, pi)