quinta-feira, dezembro 29, 2005

"Macte Animo! Generose Puer, Sic Itur Ad Astra"



Você decolaria faltando poucos dias para a aposentaria?
Você não têm preguiça. Não tem vontade. Apenas alma.

Está lá, guardado. Ainda não abandonado. Se aparecer um inimigo, tenho certeza de que usaria sua mira com a vitalidade de 30 anos atrás. Mesmo sem radar, sem míssil, sem nada. Sei que iria. Só com tua beleza.

Como quando toquei em ti, como quando voou tão perto da minha janela que juraria que entrariam ali mesmo. Um barulho que não incomoda, uma obsolescência que nem envergonhava. Foi uma honra ter você no céu, foi uma honra ter você na parede do meu quarto.

Bom descanso, meu querido. Só mais dois dias para entrar na história.

"Coragem jovem! É assim que se sobe aos céus"

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Nego gostar de musicais.

Mentira, mentira pura!
Eu gosto sim. Corpos que mechem, dançam e em fúria. Eu gosto da fúria.
O rosto raivoso para sorrir dar três passos para trás e logo depois pular girando. Homens na cadeia. Amigos cortando o cabelo. Clichês e clichês compondo a vida única.

Eu minto se digo que não gosto de musicais. Eu minto se digo que nunca pisei para ver até onde o motor aguenta.
Sim, eu já fiz isso. Sozinho, tão cheio de pensamentos e cantando com fúria e ardor.

Terceira. Ainda não. Ainda não. Ainda não.
Quarta. Quinta. Fundo.
Nada no retrovisor; pé no freio.

Quando deu?
Eu não soube.

"Mas naquela estrada
naquela madrugada
acho que matei alguém
e no mesmo instante
morri um pouco também"


É, mas Cry Baby sempre foi considerado por mim como um filme de comédia. E já faz tanto tempo.

sábado, dezembro 24, 2005

Eu nem preciso dizer que hoje meu pai vai me fazer ouvir músicas bem novinhas.

"Ei! Está chegando o ano 2000! Tanto tempo faz que ele morreu!"


Presentes e comida. E só. Nada de milagre, nem desculpa esfarrapada para tomar vinho.
Sou mais Chester.

Aliás, chegou o fim do ano. Há luzes, árvore, livrinhos novos e uma ou outra camiseta a mais para ficar guardada. É a troca de agendas. São os dias decisivos. Já disse vários tchaus. Já disse alguns "Olás".

Sim, eu não sou muito de Natal. Mas encham a boca para me desejarem um feliz ano novo.
(O terceiro capitulo está prestes a ganhar formas...)

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Não adiantou sonhar com rio com nome de árvore.
Pinheiros.
Não vou andar de avião. E a reposta não veio feito um "não". Só o nome que não estava na lista. Eu vou ficar aqui. Eu vou terminar minha monografia. Sair do CDVHS até dia 22. Não mais estágio, não mais temporário. Não mais achar que emprego bom seria ser atendente em livraria. Eu vou olhar para frente com vontade e pedidos. Eu vou ver o Natal e o Ano Novo pedindo para virar gente grande. Eu vou olhar para frente.

Eu vou ter que olhar para algum lugar.

"Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale à pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena"

terça-feira, dezembro 13, 2005

É até um sentimento de culpa.

Ter um trabalho que me faça depois sentir cheiro do mar. Todos os dias, ter um tempinho de ver o azul (do céu ou do oceano), colocar os pézinhos na areia. Caminhar.

É até um sentimento de culpa em não comer carne com uma ampla companhia de verduras; ou tomar sucos de sabores escolhidos pela cota nutricional. Ir e voltar para casa de bibicleta. Meio ambiente, gasolina a menos, sem barriga aos quarenta.

Não sei, é meio que um sentimento de culpa. Correr, correr, correr; e depois contar como é lindo o céu nascendo, ou se pondo, talvez, no meio da estrada vazia com partida e sem linha de chegada.
Um banco na praça, deitar na grama verde. Um livro frente à cachoeira, uma tarde chuvosa brincando de qualquer coisa. Um friozinho e viagem só pra depois matar saudade.

Quer saber? Quero morar na praia e na serra ao mesmo tempo.Quero trabalhar pra contar história e curtir a vida. Quando eu crescer, eu faço tudo isso. Ah, e ainda vou escolher trabalho como quem pensa em brigadeiro ou chocolate flocado.

terça-feira, dezembro 06, 2005

"Eu tenho muitos amigos,
tenho discos e livros,
Tenho sorte e juízo, cartão de crédito
e um imenso disco rígido,
Tenho a consciência em paz.

Tenho mais do que eu preciso.
Mas, se eu preciso de paz...
Tenho muito mais dúvidas do que certezas.
Hoje, com certeza,

..."

Um beijo, até sexta
Até sexta.
Sim, essa sexta.

sábado, dezembro 03, 2005

Começa mais ou menos aos 6 ou 7 anos. O vizinho tem bonecos legais, um tanque interessante, um helicóptero com canhão.

"A partir de agora, todo dia das crianças, aniversário e natal eu peço Comandos em Ação pra mãe"

Os maiores no aniversário, os mais baratinhos no Natal, já que era só lembrancinha. Consciência do consciente da inexistência de Papai Noel já aos 6 anos. Em alguns anos, já teria a coleção inteira!

E no aniversário seguinte, vem finalmente um super-tanque com 3 soldados, ogivas nucleares, adesivos auto-colantes, 4 bonecos inclusos e partes acessórias não inclusas, mas que só desenhadas na embalagem faziam sonhar. Mas no Natal seguinte, ganha-se uma "Batalha Naval". E, quer saber? O máximo.

Fica-se velho. Aos 11, eu quero é Super Nitendo. Aos 13, só ir pro cinema e uma calça azul...
E porque não lembrar que aos 8 eu pensei que o Lego era realmente legal? E que ali eu pensei: "A partir de agora, todo dia das crianças, aniversário e natal eu peço um Lego pra mãe". Mas fica velho, o plano muda, o brinquedo preferido deixa de ser. A coleção nunca se forma.


E o tanque, o lindo tanque azul com ogivas nucleares, foi dado nem sei quando, a nem sei mais quem.

Ah, ogivas nucleares... Será que vocês já eram?