
Quando eu crescer, eu quero ser astronauta.
Menos, menos. Pode ser só isso, aquilo ou lá esse outro. Mas tem que ser. Precisa ser. Deve ser. Ser. Próxima semana? O que pensar? Vontade, vontade, vontade.
Vontade de vida.
Isso, aquilo, aquilo outro.
Meu livro, minha redação, meus alunos
Meu filho, meus aviões, meu jornalismo,
Meu isto, meu aquilo. Aquilo outro.
E aquele outro, tão admirado, almejado, já terá que ser eu. A gente termina o colégio, ai vai pra faculdade, termina, arranja um emprego e em uns 5 anos eu já estarei lá. Três, talvez.
Simples assim. Simples de falar.
Eduardo, olhar singelo para repórter novo, nova idéia, São Silvestre, navio-aeródromo, Paris, Moldávia (por que não?), grisalho, bicicleta, livro, saudades de hoje...
Sim, é dor. Dói viver isso. Dói não saber ao certo. Já que eu não vou ser astronauta, vou pelo menos olhar pela janela e ver tudo e toda a gente pequeninha? E gente pequenininha, pelo menos? Minha gente...
(eu pensava que era só fechar os olhos e esperar o fim do ano.
eu quero fechar os olhos, ter 60 anos, e lembrar de tudo isso)
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