terça-feira, janeiro 31, 2006

Sou viciado.

Plenamente. Mãos trêmulas, agonia, insônia, olhos fora da órbita. Fome fora de hora. Escrevo poucas palavras com a perna indo e voltando, roçando, esfregando, puxando cada pequeno pêlo na perna da cadeira que é muito mais quieta que a minha. Sã.

Viciado. Plenamente.
Estou em crise de abstinência, tenho certeza. Hoje a noite não acaba tão cedo, hoje, a noite não acaba tão cedo. E eu juro pra mim mesmo que esse relógio dá voltas ao avesso. Três, dois, sete, oito, nem olho, nem pisco, atentamente desconcetrado. Vício.

Daqui a pouco deitar no chão e ter overdose. Sem uma gota de álcool, sem uma chama de cigarro, sem nariz vermelho, nem veias expostas.

Vício. Viciado.

Em si mesmo.

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