sábado, outubro 28, 2006

Vamos por partes.

Ato 1

Viva os 14. Bis! Herói, ciência, conquista, orgulho. Mais pesado que o ar, levado pela sua leveza.

Raiva. Praticamente esquecido. Homenagem deixada de lado. São mais importantes os tolos. Os bestas. Só mais um acidente. Só mais sangue. Mais juros. Mais dados. Mais mentiras.

Ato 2

De adianta ser livre, se tanta gente vive sem ter o que comer?! E sem ter o que pensar?! E sem ter como escolher?! E ainda há interesses, há ainda estupidez, há ainda a crença numa grande verdade.

"Se têm a verdade, guardem-na!"

E, em certos instantes, eu tenho vontade de, sinceramente, ir logo embora. Porque ir, eu tenho certeza, eu vou acabar indo. Vou pôr nariz de palhaço: e se escolheram entre algum daqueles dois, então pelo menos usem papel higiênico logo após!

Eu não acredito mais em nada. E não fico feliz. Mas tenho ainda algo bem forte dentro de mim. Alguns sonhos que podem ser sonhos, mas ainda assim não quero esquecê-los. Ética. Justiça. Ou, como queiram, vergonha cara. Eu sei: fora do alcance. Fora da realide. Mas eu não posso acreditar que só possa ser assim.

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo."

Ato 3

Sou o eu amante. O eu macarrão. Fica comigo esta noite. E aquela também. E mais outras tantas. O eu que lembra Fernando Pessoa (ou Alvaro de Campos?!).

Ato 4

Não há tempo. Há correria. Tantas coisas. Tantas coisas.

Ato 5

E neste eu sorrio. Porque tanta coisa bem que podia pelo menos dar em algo legal porque tem também muita coisa pra ser feita um pouquinho mais longe! Em 24 horas, serei passageiro de um Airbus. E isso me deixa feliz. Adoro até as escalas.

Volto dia 31. Noite de Hallowen. Ocean Air (isso presta?). Fokker 100. Exatamente 10 anos do conhecido acidente. Espero que esse não seja um adeus!

Mas, e se for, fica comigo esta noite?

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