sexta-feira, dezembro 25, 2009

Ouço The Winner Is e lembro daquela maravilhosa manhã, que já faz tempo, e tão poucos meses!

Ouço-a enquanto caminho, caminho como sem fim, caminho até pensar em percorrer a longa estrada só à pé. E vejo avião ao meu lado. E do outro. E sobre o viaduto acima da cabeça.


Vou só pela rua feita para ser só, sem ligar quase nada a nenhum lugar. Vou bem. Vou bem. Há pouco fiz o caminho à noite, sem luz, sem roupa pro frio, sem qualquer abraço na hora de nem poder dizer "cheguei".

E mesmo que a noite tenha sido salva, mesmo que o plano telefônico salve a minha alma, mesmo que o tênis sujo seja só uma lembrança da juventude que já passou, ainda olho para aquela figura na parede e nada sinto. Nada. Indiferente.

A festa é para todos nós. E é só uma festa. É só comida, presentes, e felicidade. Nada além. Nada.

E às vezes isso me dói na hora de andar pela rua, sozinho. Não por medo. É que essa rua não vai até longe. Para lá, preciso das asas, das turbinas, da autorização para decolar.

Eu não acredito. Definitivamente, e ainda mais, eu não acredito. E assim, na hora ter a noite salva, de fechar os olhos e ouvir a voz lá de longe, de ver a terra sumir depois da nuvem, eu me sinto vivo. Eu me sinto vivo. Eu me sinto vivo.

E uma vida só me basta.

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