terça-feira, janeiro 05, 2010

Não há hora para morrer. Não há o que dizer ao corpo enrijecido. Não adianta falar em alguém se na mesma noite vamos dormir com a certeza daquele alguém ter ficado sob cimento. É duro. É fato. E é verdade.

É verdade que a ligação telefônica poucos minutos antes ganha força. Um capricho de petit gateaux há meses é a certeza de ter feito tudo corretamente. E aquela mão que me apertou com a força dos olhos que não piscavam enriqueceu, afinal, o último olhar.

Cheiro de flores.
Cheiro de flores.
Cheiro de flores.

E sinto saudades de quando era só colocar Los Hermanos e todos gostavam. Falta de só atravesar a rua e vê-la. Ausência de amigos ateus, com piadas inteligentes e belas frases de teorias malucas com o "La Conjugasion" na mão. Oui, je sens que plus ça change, plus c'est la même chose. Je le sens. Je te sens.

Aquele corpo frio me fez chorar a dor da partida. E me deu certeza de que aquele creme de galinha nunca mais será provado. Como nunca mais vai existir o tempo em que não havia pêlos nas pernas. Ou o tempo quando havia galos, noites, quintais e barba.

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