Je ne parle pas anglais. Un petit peu, pero no mucho.
Mas adoro algumas palavras.
FATE.
Parece com fato, mas é mais forte. É fato irrevogável, desses da vida que a chama de destino. Rima com LATE, de atrasado, passado, demodé. Melhor assim.
Curvo os pés sobre os fatos tão claros e me pergunto como não havia pensado sobre isso antes. Se parecia só uma menina, é que seria minha. Minha última, minha única. De fato, mesmo que parecesse tarde, sempre.
O nome acima do texto pago, desejado, lido e relido, agora em uma tabela com telefone e pedidos a analisar. Por mim, faríamos todos! Por mim, um turbina em cada página de jornal! Se os jatos me fizeram delirar com uma só foto, que eu hoje eu clique ENVIAR e torça para que, em algum lugar, um menino também sonhe com os olhos um pouco menos tortos que os meus.
E penso que, não, não é tarde.
Nunca é tarde se já faz parte da vida.
Seja para os papéis na minha mesa. Seja para a alegria ao abrir minha porta.
quarta-feira, agosto 11, 2010
segunda-feira, agosto 02, 2010
Abro os olhos. Creme. Barba. Bigode. Banho. Sinto um pouco de frio e visto a primeira parte da roupa. Branco em cima, cores sólidas abaixo. Geladeira, caneca, leite, um minuto e vinte. Chocolate. Duas colheres. Bebo cereal, mastigo o leite. Olho o relógio.
Creme. Dente. Perfume. Resto da roupa. Sapato. Oi. Beijo.
Elevador. Caminho, espero, ônibus. Chego. Elevador. Oi.
Saio. Elevador. Caminho. Ônibus, espero, chego.
Elevador. Vem vindo elevador. Passos rápidos. Sorriso no rosto. Pulsação que ainda hoje insiste em subir. Só mais uns passos. Como é longo esse corredor! Chego! Sim, cheguei! Estou em casa! Dedo na sirene.
Péeem
Abre a porta. Sorrio.
E a vida faz todo o sentido.
Creme. Dente. Perfume. Resto da roupa. Sapato. Oi. Beijo.
Elevador. Caminho, espero, ônibus. Chego. Elevador. Oi.
Saio. Elevador. Caminho. Ônibus, espero, chego.
Elevador. Vem vindo elevador. Passos rápidos. Sorriso no rosto. Pulsação que ainda hoje insiste em subir. Só mais uns passos. Como é longo esse corredor! Chego! Sim, cheguei! Estou em casa! Dedo na sirene.
Péeem
Abre a porta. Sorrio.
E a vida faz todo o sentido.
Eu não anistiei ninguém.
Eu não abria uma só das grades. Não pouparia de um só choque elétrico quem ligou os fios. Tenho medo dos uniformes, mataria-os. Odeio os libertários em busca de troca de cabeças, e corte de tantos outros. Mataria-os. Todos. Todos. Todos.
Eu não anistiei ninguém.
Eu não sofri nenhum dos crimes.
Eu não tive uma só palavra apagada.
Nem sequer um sonho cancelado.
Mas tenho um país de mentes fechadas. Por quem as fechou. E por quem até hoje gostaria que assim fosse, só para ter um inimigo claro a derrotar.
Eu não anistiei ninguém.
"E tudo aquilo tudo o que eles sempre lutam
É exatamente tudo aquilo que eles são"
Eu não abria uma só das grades. Não pouparia de um só choque elétrico quem ligou os fios. Tenho medo dos uniformes, mataria-os. Odeio os libertários em busca de troca de cabeças, e corte de tantos outros. Mataria-os. Todos. Todos. Todos.
Eu não anistiei ninguém.
Eu não sofri nenhum dos crimes.
Eu não tive uma só palavra apagada.
Nem sequer um sonho cancelado.
Mas tenho um país de mentes fechadas. Por quem as fechou. E por quem até hoje gostaria que assim fosse, só para ter um inimigo claro a derrotar.
Eu não anistiei ninguém.
"E tudo aquilo tudo o que eles sempre lutam
É exatamente tudo aquilo que eles são"
Às vezes tenho a impressão que Brasília nada mais é que um bairro de Fortaleza. Um bairro meio distante, onde levo minha vida. No sábado, depois do cinema, poderia pegar um ônibus barato ou dirigir por alguns buracos até chegar onde gostaria.
Iria. Poderia. Seria.
Lembro dos dois mil e tantos quilômetros. Lembro dos amigos que não vejo em uma contagem crescente de meses. Será que eles ainda me estimam como o contrário é tao real?!
Tive meus pais. Tive meu sobrinho. Tive até sorriso de conhecer essa cidade que antes, de verdade, não conhecia. Eu me senti como lá. Até uma perna fazer barulho de quebra.
De tão perto, tão distante. Tão frágil como um corpo que se protege sob capuz e braços abraçados de desespero do que fazer. Sem saber. Sem ter muita ideia. Sem sentir a dor, mas a todo instante imaginá-la negociando entre uma dor que poderia ser fatal e o alívio de uma chegada.
Mas visto azul. Sim. Eu visto azul! E por toda aquela tarde pensei como cada revista de avião valeu por existir. No céu mais alto que já voei. No cuidado mais importante que já fiz. Ter minhas mãos mais confiáveis que qualquer instrumento médico.
Feliz aniversário pra mim. Feliz dia das mães, pra ela. Feliz por todos os dias que perdemos.
Iria. Poderia. Seria.
Lembro dos dois mil e tantos quilômetros. Lembro dos amigos que não vejo em uma contagem crescente de meses. Será que eles ainda me estimam como o contrário é tao real?!
Tive meus pais. Tive meu sobrinho. Tive até sorriso de conhecer essa cidade que antes, de verdade, não conhecia. Eu me senti como lá. Até uma perna fazer barulho de quebra.
De tão perto, tão distante. Tão frágil como um corpo que se protege sob capuz e braços abraçados de desespero do que fazer. Sem saber. Sem ter muita ideia. Sem sentir a dor, mas a todo instante imaginá-la negociando entre uma dor que poderia ser fatal e o alívio de uma chegada.
Mas visto azul. Sim. Eu visto azul! E por toda aquela tarde pensei como cada revista de avião valeu por existir. No céu mais alto que já voei. No cuidado mais importante que já fiz. Ter minhas mãos mais confiáveis que qualquer instrumento médico.
Feliz aniversário pra mim. Feliz dia das mães, pra ela. Feliz por todos os dias que perdemos.
Assinar:
Postagens (Atom)