domingo, outubro 02, 2011

O mar não é mais que água violenta. Vida e morte. Como um sangue asqueroso e grosso que gruda nas paredes das minhas veias da cabeça e do coração.

São só alguns passos da areia às pedras molhadas, à violência de uma onda, uma parte de mim quebrada. Mais rápida, mais sincera, mais correta que a pane interna.

Ossos partidos por força, não por fraqueza. Como uma consequencia da vida, e não a proximidade da morte. Pelo menos ter o céu e a praia como última vista. Melhor que uma perede branca, seja ela de onde for.

E a voz no telefone pede para mais tarde, já não mais me entende e engole sílabas como quem reduz seu tempo. E cada noite que eu consigo dormir sem ter tido suor no rosto é a minha dúvida.

Do céu ser só uma pintura branca. Ou uma imagem que vai se distorcer com meu sangue onde não devia. Como uma onda que invade a terra. E espanta pássaros, como leva embora a vida.

Et de chansons d'amour
La mer

Que meus filhos não sejam só uma permissão literária.

Um comentário:

Ariadne disse...

Chorei...