quarta-feira, novembro 30, 2005
Que em vivo ardor tremendo estou frio;
Sem causa juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco, e nada aperto."
Aos céus, eu levanto aos mãos.Eu leio Camões, eu caminho desde o Hemoce. Para casa.Casa?! É, cama, comida, privada. Eu como, e sinto fome. E durmo, e o pescoço ainda reclama. Trabalho. Uma coisa. Duas coisas. Porque não três? Ao mesmo tempo. Futuro? Sei lá para quê. Nunca vi uma expectativa que não fosse ex.
Em janeiro, provavelmente, será tudo diferente. Nem adianta imaginar um rio com nome de árvore ou uma nova sala: será diferente. E já nem lembrarei mais o que estou pensando agora. Mas até janeiro, muita coisa vai mudar. Muita. E obrigado por não se importar em dançar nos meus acasos. Muito obrigado por estar ao meu lado.
"É tudo quanto sinto um desconcerto
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio;
Agora desvario, agora acerto"
sexta-feira, novembro 25, 2005
Não, não é.
É justo?
Não, não é.
E sou vilão, sou muito mau, sou atroz, sou insensível.
Sou só uma bomba que explode. Mal manuseada.
Feio água, que separaram o hidrogênio e o oxigênio para virar combustível.
Fez-se fogo onde havia cachoeira.
Fica vazio, o porta-retratato.
E hoje é sexta-feira.
Eu não vou ter pressa de voltar para casa. E nem tenho nada marcado.
Mas nada como não sorrir sem saber se leva uma tapa.
E agora, quase sorrir. Já que afinal, quem diz o que é o certo pra mim?
terça-feira, novembro 22, 2005
Meu pai e minha mãe têm uma coisa muito parecida:
-O número que você ligou está...
Desligo sem nem ouvir o resto. E o resto de quase tudo deles é diferente. Toalha, roupa amassada, cheque pra trocar, tira a rede do mêi, na tua família também tem linguarudo.
Nem sei o que diabos será que eles pensam de mim. Se é que pensam. Na escola eu fui esquecido umas duas ou três vezes, e ontem quando eu cheguei não tinha pão. Tá, mas, tudo bem, eles devem lembrar a maior parte do tempo.
-Quanto foi o jogo do Figueirense?
-Vai comprar o pão?
Ah, meu pai, ah, minha mãe.Se eu contasse para vocês, vocês nem iam acreditar. E conto. Tudo, todos os detalhes. No dia seguinte comento.
-De quê?
É, não ouviram. Tudo bem. Basta esperarem....que eu compro o pão e mostro a tabela completa.
Com todo o prazer do mundo.
sábado, novembro 19, 2005
Dirigir até a metade do caminho, viajar só, sozinho,
Só com o meu pai.
Hoje eu quero ir longe no Brasil, sem rumo, sem caminho,
Te encontrar parada (sorrindo?), olhando para mim
E falando de vida.
Um vôo, um carro, um hotel, um trabalho
Fracasso ou sucesso: você do meu lado
Acaso ou destino, você ali. E eu só
Com você: sorrindo
Hoje eu quero vacilar o beijo
E sorrir de tudo isso
Olhar pra ti e entender tudo
(desejo, destino, desatino)
E você sorrindo
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Hoje eu vi Elizabethtown. Eu chorei, eu ri, eu pensei. Eu pensei com carinho. Eu pensei em você. Pensei com carinho. Calma, menina; calma, menina.
Falta pouco para o destino
segunda-feira, novembro 14, 2005
É.
É, a gente fica velho. Sendo o mais novo, dão um jeito e você fica velho. Tão mais velho! Que ele olha, não entende direito, mas te olha. Olha e ri, olha e pula em cima. Às vezes, olha e admira.
É, a gente cresce.
Nunca dormiu muito fora de casa (ainda ontem, nem no próprio quarto!), e já se imagina sozinho. Só uma cama, uma mala, e uma metrópole imensa do lado de fora.
E memória. É, a gente leva muito consigo.
Já olha para o futuro como um plano. De gente grande.
E ele me olha! Admira, imagina? Apenas olha.
Olha, olha...
E não entende direito. Olha e ri, olha e pula em cima.
É, ele olha.
Sem nem imaginar que é tão rápido o crescer.
Ainda ontem nem no próprio quarto!
É, nem tão ontem.
É, a gente cresce.
É...
segunda-feira, novembro 07, 2005
Ufa! Deu-se o insucesso do artilheiro.
Que o faça como seja feito, que o faça como seja feito, que o faça seja feito!
Foi-se! A glória que só se vê em um instante.
A bola repousa. A bola esnoba. Poderosa! Gloriosa... Rola e desenrola na rede adversária.
Defesa falha!
Sorriso que não apaga.
Fortaleza, mais uma tarde de final de semana.
Aliás, sempre achei um charme mulheres de óculos.