Sou viciado.
Plenamente. Mãos trêmulas, agonia, insônia, olhos fora da órbita. Fome fora de hora. Escrevo poucas palavras com a perna indo e voltando, roçando, esfregando, puxando cada pequeno pêlo na perna da cadeira que é muito mais quieta que a minha. Sã.
Viciado. Plenamente.
Estou em crise de abstinência, tenho certeza. Hoje a noite não acaba tão cedo, hoje, a noite não acaba tão cedo. E eu juro pra mim mesmo que esse relógio dá voltas ao avesso. Três, dois, sete, oito, nem olho, nem pisco, atentamente desconcetrado. Vício.
Daqui a pouco deitar no chão e ter overdose. Sem uma gota de álcool, sem uma chama de cigarro, sem nariz vermelho, nem veias expostas.
Vício. Viciado.
Em si mesmo.
terça-feira, janeiro 31, 2006
segunda-feira, janeiro 30, 2006
É verdade: fiz silêncio. Sumi.
Como vento. Vento com água. Vento com fumaça. "Sonhei que um cara saia de dentro de mim e dizia: -Aí dentro é maior páia!"
Existo. Só sumi.
Não desisti. Não desexisti.
Andei escrevendo umas coisas no bloco de notas. Fazendo umas ligações. E no final de tudo, vi como estou cansado. Cansado! Quero dormir.
Ou não acordar nunca mais.
Fazer bandeira desses trapos.
Devorar, concreto e asfalto
Como vento. Vento com água. Vento com fumaça. "Sonhei que um cara saia de dentro de mim e dizia: -Aí dentro é maior páia!"
Existo. Só sumi.
Não desisti. Não desexisti.
Andei escrevendo umas coisas no bloco de notas. Fazendo umas ligações. E no final de tudo, vi como estou cansado. Cansado! Quero dormir.
Ou não acordar nunca mais.
Fazer bandeira desses trapos.
Devorar, concreto e asfalto
terça-feira, janeiro 17, 2006
sexta-feira, janeiro 13, 2006
Quando eu crescer, eu quero ser astronauta.
Menos, menos. Pode ser só isso, aquilo ou lá esse outro. Mas tem que ser. Precisa ser. Deve ser. Ser. Próxima semana? O que pensar? Vontade, vontade, vontade.
Vontade de vida.
Isso, aquilo, aquilo outro.
Meu livro, minha redação, meus alunos
Meu filho, meus aviões, meu jornalismo,
Meu isto, meu aquilo. Aquilo outro.
E aquele outro, tão admirado, almejado, já terá que ser eu. A gente termina o colégio, ai vai pra faculdade, termina, arranja um emprego e em uns 5 anos eu já estarei lá. Três, talvez.
Simples assim. Simples de falar.
Eduardo, olhar singelo para repórter novo, nova idéia, São Silvestre, navio-aeródromo, Paris, Moldávia (por que não?), grisalho, bicicleta, livro, saudades de hoje...
Sim, é dor. Dói viver isso. Dói não saber ao certo. Já que eu não vou ser astronauta, vou pelo menos olhar pela janela e ver tudo e toda a gente pequeninha? E gente pequenininha, pelo menos? Minha gente...
(eu pensava que era só fechar os olhos e esperar o fim do ano.
eu quero fechar os olhos, ter 60 anos, e lembrar de tudo isso)
quinta-feira, janeiro 12, 2006
Será que alguém notou?
Blusa branca. Bermuda verde. Terça.
Blusa branca. Bermuda verde. Quinta.
Não tive culpa, juro. Só que notei que entre a prova de gramática do francês e a prova oral, simplesmente só coloquei o pé fora de casa para comprar pão. A roupa ainda tá limpinha!
No meio dos dois dias, só falto ir dormir com o monitor na cama. O computador quer eutanásia, o disco-rígido fica entrando em coma, mas eu seguro, insisto, reinicio e lá venho para o bloco de notas.
É monografia, é trabalho que às vezes dá trabalho mesmo sendo com amigos, é encontro de monitores... É monografia. É monografia. É monog.. Assim mesmo, escrito dois e uma metade. Homenagem aos capítulos. Primeiro, lindo, segundo, lindinho e o terceiro, parindo. Parindo em suspiros. Em dores (no pescoço), em vibração (sozinho).
Anoitece, tudo fica escuro. Só o monitor e eu. Com ponderações, argumentações. Sozinho e com o dia inteiro em casa, mas ocupado e bem cansado.
Mas calma. Estou para terminar tudo.
Vou aproveitar e sair daqui a pouco pro jogo do Fortaleza. É pertinho, no PV. Que roupa eu vou? Já sei... a bermuda verde e a blusa branca!
(Mas eu juro que hoje vão pro cesto)
Blusa branca. Bermuda verde. Terça.
Blusa branca. Bermuda verde. Quinta.
Não tive culpa, juro. Só que notei que entre a prova de gramática do francês e a prova oral, simplesmente só coloquei o pé fora de casa para comprar pão. A roupa ainda tá limpinha!
No meio dos dois dias, só falto ir dormir com o monitor na cama. O computador quer eutanásia, o disco-rígido fica entrando em coma, mas eu seguro, insisto, reinicio e lá venho para o bloco de notas.
É monografia, é trabalho que às vezes dá trabalho mesmo sendo com amigos, é encontro de monitores... É monografia. É monografia. É monog.. Assim mesmo, escrito dois e uma metade. Homenagem aos capítulos. Primeiro, lindo, segundo, lindinho e o terceiro, parindo. Parindo em suspiros. Em dores (no pescoço), em vibração (sozinho).
Anoitece, tudo fica escuro. Só o monitor e eu. Com ponderações, argumentações. Sozinho e com o dia inteiro em casa, mas ocupado e bem cansado.
Mas calma. Estou para terminar tudo.
Vou aproveitar e sair daqui a pouco pro jogo do Fortaleza. É pertinho, no PV. Que roupa eu vou? Já sei... a bermuda verde e a blusa branca!
(Mas eu juro que hoje vão pro cesto)
segunda-feira, janeiro 09, 2006
"Saiba: todo mundo foi neném
Einstein, Freud e Platão também
Hitler, Bush e Saddam Hussein
Quem tem grana e quem não tem
Saiba: todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
e também você e eu
Saiba: todo mundo teve medo
Mesmo que seja segredo
Nietzsche e Simone de Beauvoir
Fernandinho Beira-Mar
Saiba: todo mundo vai morrer
Presidente, general ou rei
Anglo-saxão ou muçulmano
Todo e qualquer ser humano
Saiba: todo mundo teve pai
Quem já foi e quem ainda vai
Lao-Tsé, Moisés, Ramsés, Pelé
Gandhi, Mike Tyson, Salomé
Saiba: todo mundo teve mãe
Índios, africanos e alemães
Nero, Che Guevara, Pinochet
e também eu e você"
Einstein, Freud e Platão também
Hitler, Bush e Saddam Hussein
Quem tem grana e quem não tem
Saiba: todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
e também você e eu
Saiba: todo mundo teve medo
Mesmo que seja segredo
Nietzsche e Simone de Beauvoir
Fernandinho Beira-Mar
Saiba: todo mundo vai morrer
Presidente, general ou rei
Anglo-saxão ou muçulmano
Todo e qualquer ser humano
Saiba: todo mundo teve pai
Quem já foi e quem ainda vai
Lao-Tsé, Moisés, Ramsés, Pelé
Gandhi, Mike Tyson, Salomé
Saiba: todo mundo teve mãe
Índios, africanos e alemães
Nero, Che Guevara, Pinochet
e também eu e você"
segunda-feira, janeiro 02, 2006
Inúteis.
São inúteis as lembranças dos primeiros dias. O primeiro, primeiríssimo, em especial, dificilmente será lembrado lá para dezembro, ou até janeiro, quano será início novamente.
E a primeira semana, lenta, preguiçosa, acaba sendo arrendada para o nada quando for falar do ano inteirinho. São os dias-exceção, que já são o presente 2006, mas que ainda não mostram bem como serei esse ano.
O que verá pela frente, o que será? É só uma estrada para ir em frente; os fogos de artifício são apenas a linha de partida.
Sim, são dias inúteis, e até podem ser esquecidos como qualquer noite com uma avenida no pára-brisas. Mas me fazer saber tudo o que eu amo. Carro velho, uma moça, areia da praia, cheiro de chuva, cheiro do mar;
Pés e lençois.
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