terça-feira, dezembro 09, 2008
E a vontade de nas cidades distantes descobrir o que há depois de cada prédio grande, numa busca que têm nomes e números estranhos com um sono que não se satisfaz nem se realiza. Olhar pra baixo em busca de sombra ou um copo d'água já quente por entre lençóis de ontem mal compreendidos pelos olhos vagos, vesgos e embaçados.
E sangrou, sangrou, sangrou meu avô que nunca morreria, e tinha certeza eu, agora morreria, mas já come carne e vê TV em silêncio no barulho que tanto ama. Não morre. Não morre. Não morre. E se não bebo mais, não fumo, e ando, tenho que ter medo de sangue?! Medo de carne podre servindo de viva, agonia, aquela agonia, descendo a virilha e saindo na ponta da agulha.
Agulhas, agulhas, agulhas, gosto acre na boca, suor, horas acordado, de olhos fechados, madrugada sem fim ao escutar as paredes e ver os sabores e cheiros. Por anos?!
Eleições para presidente. Novas moedas?! Desinteresse na sombra com pedaços de pano que vão embora e antes davam prazer. E antes ainda davam medo de formas disformes ou precisas como marcar a hora do último suspiro ou se trancar na geladeira vendo ferro e fogo dos céus.
Céus, céus, céus. Para onde não vou. Da vertigem, dor de cabeça de pouco ar, medo e olhos imprecisos de quem não voa. Boca seca. E um copo d´água vazio ao lado. Tantas cortinas e um telefone sem números.
Até logo, até logo. É quase hora do almoço.
sábado, novembro 08, 2008
"Sorte de hoje: Você é o próximo a ser promovido na sua empresa"
Álvaro de Campos:
"Merda! Sou lúcido"
E o post vai curto que o trabalho não acabou. Sábado, 16 horas e 42. O 16 do F-16 aberto à visitação a menos de 500 quilômetros de mim, mas só pelos próximos 18 minutos. O 42 do sentido de vida.
Garçom, ou sei lá quem, traz conta.
Quanto dá?! Quando dará?!
segunda-feira, novembro 03, 2008
A diferença é o que temos em comum. Nossa diferença.
Pés rápidos de um lado; música instrumental aqui; o que será, que será, por trás daquela pose e óculos quadrado que ainda ousa dizer ficar melhor em mim?! Iogurte, ou iorgute, como diríamos por aqui, ou no Piauí, aqui, ao lado do pão de queijo; refrigerante zero, um pouco de guaraná, carne moída e um chocolate, logo ali. Como será, será, será, dos que levam feijão e dois quilos de café?!
Eu não. Eu não.
Calculo o leite por dias só, seja só sem ela aqui, seja só sem ela lá. Ganhei, neste mês, de 10 a 2. No próximo, levo de goleada.Contas de centavos. Trôco do bombom e o almoço, se tão barato, não é almoço não, é lanche... Juízo!
Casa perto, casa longe; com janelas, mas sem praça. Antidesengordurante já tenho, água, nem sempre. Hora colocar água de radiador?! Não, não mais. Casar. Sim, sim, sim. Já é. E será.
E vejo leite em uma caneca só. Chocolate em pó, saudades. Futuros. Com Pouca Vogal, uma panela de queijo derretido pedindo atenção e esses sons lentos de viola rápida.
Passos lentos, já agora. Peso da leveza de uma linha tênue sem assinatura, sendo Leite só, sem sequer duas canecas para água. Tênue e forte. Como o chocolate em pó, nosso.
quinta-feira, outubro 30, 2008
segunda-feira, setembro 29, 2008
Todas as vezes que vejo um filme baseado em um livro e, geralmente, um livro bem conhecido, o debate entre "livro X filme" é de uma mediocridade notável. Com críticas tão severas ao cinema, dá vontade de dizer: "pois me dê o seu ingresso e vai ler ali no estacionamento, vai".
É óbvio que a experiência de um livro é melhor. Pra começar, a gente quase sempre lê sozinho, sem precisar fazer todo o social de ir pro cinema, quase sempre acompanhado. Ler é uma aventura que dura dias ou semanas, solitária e libertária.
Ler é ter um relacionamento íntimo com cada parágrafo. Ver um filme é sexo rápido no tempo de estada de um motel.
Cada personagem tem o rosto que o leitor quiser. A imaginação, com mais poder que as limitadas combinações de letras, dá cheiro, gosto, cor e vida. O cinema não tem cheiro, mas tem rosto. Tem sotaque. Tem uma face que estava lá, naquela outra história. Tem o som, esse sim mais irritante ainda, de quem pensa que milho estourado combina com legendas.
Mas, e daí?!
José Saramago é difícil demais para a maioria das pessoas. É longo demais para a maioria dos dias. E também é bom demais para ficar restrito somente aos que podem encher a boca, sem ninguém perguntar, que já leram o livro. E ele é bem melhor.
Mas, pelo menos, pode chegar a mais gente. E o próprio Saramago gostou, como mostra esse vídeo emocionante do diálogo entre o autor e o diretor Fernando Meireles.
sexta-feira, setembro 12, 2008
Vontade do sabor dos outros. E essa receita, aqui na cabeça, com ingredientes e fazeres para meus próprios pratos entre as mesmas paredes.
Certo plano de blusa preta, calça preta e tênis de cor, feito fazer o tipo que essa barba é nova, com olhos nos horários e sem hora pela chave do no bolso. Mas ela é uma só, os relógios são decorados e a única a se impressionar do cabelo e do calçado tem minha cama como certa.
Das vontades de agradar e agradar-se; dos risos e sorrisos planejados ou eleitorais; falta água, fico fora - culpa da única chave. E antes que ouse falar de perfeito, sinto o cheiro real do nosso sabor. Agridoce.
sábado, setembro 06, 2008
sábado, agosto 30, 2008
Sim. Eu aceito.
A vós jogo toda glicerina que passou pelo couro acima da cabeça. À vós os cabelos que um dia foram cuidados, um dia descuidados, e que hoje sonho em cuidar de novo. Tanto faz, agora. Sim, meus senhores, os pêlos acima e abaixo da boca; como o suor acima da vida debaixo de qualquer tic-tac de cronômetro em corrida em voltas.
Mais que glicerina. Bem mais que glicerina. Em troca, basta, tão somente, e tão unicamente, repassarem-me essas asas de galinha.
Não fazem voar por si. Mas já dava para sorrir entre aquelas aves de olhos mais retos.
E até.
quarta-feira, agosto 27, 2008
E lá na rua, aqui na rua, automóveis, tão velozes, queimam. Imóveis. A fumaça sobe entre as linhas mal pintadas, no chão escuro e nos buracos maus, mal tapados quando longe do muro de vermelho e números. Mesmos números dos sorrisos de estúdio e frases decoradas.
Tudo feito de palavras. Uma ou duas; não dizem nada, mas sabem o que pedem. Pedem os dedos, ver a foto e barulhinho. Pronto. Quatro anos para duas ou três palavras se desfazerem.
Eu, estudante da UFMG. Eu, entre as horas sentado com pontos em negro na agenda; ousando ter pontos azuis de compromissos em que faço meu horário. Eu, entre antidesengordurante e sabores de amores de mais cedo, com o pensamento em opressivas instituições democráticas de muita liberdade.
E o eu, sonhador, decidindo sonhar em se sentir um estrangeiro. Mesmo que um estranho só de sotaque. Mas entre o sonho de nudez e o sonho de uniforme.
Sentido, sim, senhor.
Não faz sentido, não senhor.
Senhor.
sexta-feira, agosto 01, 2008
Cresceu com uma marca estranha, na bunda. Não lembra como foi, nem sequer chorou: ao som da faca e cor de sangue, só tombou mais forte entre os peitos da mãe. Essa outra, tão acostumada a ver vida crescer entre pernas de partos, via morte na pequena terra da família. Foram os dois cabras que cuidavam das cabeças e do pasto, foi-se a pouca riqueza praqueles homens de chapéu de cangaço.
Lá longe, bem longe, lá pras terras de muito mato, muita água e muito trabalho, a outra que não sei o nome, mas diz-se ter Leite ao fim, lavava roupa em um tanque maior que o Rio Nilo. Pobre dela. Como conta da lavanderia, perdeu um filho que nem sequer se decompôs em terra. Deglutido.
Relato lúcido do último ano de lucidez da mãe da minha mãe, entre promoção de Fiesta 97 0 Km e resultados de exames com vista para a escada do Center Um.
História do pai do meu pai. Das barbas incompletas bem antes que sujas de graxa e chinelas sem conceito de propriedade privada.
E eu, bisneto do irmão do devorado pela cobra, sobrinho-neto da esfaqueada por cangaceiro, criado com leite de salas de aula e motores batidos de Fuscas e Opalas, sorrio com a aprovação do Departamento de Ciências Políticas. E, por si só, isso me faz otimista.
Leite entre dentes no achocolatado de manhã cedo. Copo de água antes de dormir.
Minha apostasia em sorriso, em raiva, em ira, em felicidade.
Felicidade. Cada suspiro uma negação da certeza infalível.
E essa apostasia! Essa apostasia, cada vez mais definitiva, em cada passada sob o viaduto e sobre as dunas.
Pôr do sol.
Pedaço de pizza.
domingo, junho 29, 2008
Aí ele pensa em querer sair para andar de bicicleta, lutar contra nazistas só com o mouse e o teclado, pular onda no mar. Não, menino, não pode. Vai tirar esses pêlos do rosto e saber quanto deu a conta de luz.
Tem e-mails para ler. Tem aqueles planos maravilhosos para colocar em prática. Tem que planejar o futuro. Tem que acreditar. Mesmo se for muito difícil, tem que acreditar.
Hoje eu já tenho litros de antidesengordurante. E uma fé ainda maior em Le Bourget.
sexta-feira, junho 13, 2008
Treze de junho de 1983. Há exatos 25 anos, a humanidade foi além de qualquer limite antes conhecido. Naquele dia, um objeto construído pelo homem cruzava as fronteiras do Sistema de Solar pela primeira vez. Em tempos de Guerra Fria, quando uma hecatombe nuclear poderia acontecer a qualquer momento, foi um dia de esperança. Hoje, com o medo do aquecimento global, há quem ainda espere algum sinal positivo vindo do espaço.
quarta-feira, junho 04, 2008
Imagino quantos viram aqueles prédios, como eu vi, mas sem saber direito em qual quarto dormiriam na semana seguinte. Monstros de ferro, concreto e vidro a engolir milhões de vidas com o sonho de asfalto e cifras.
Mesmo que cifras só para o feijão e a vontade de voltar.
Teria eu, também, este sonho de falar como falo e ser acusado de sotaque arrastado?! Tirar uma lasquinha de tanto cinza, enfrentar o frio e perder-se entre o ônibus e o jantar?!
Em um metrô debaixo da terra, em avenidas anônimas, em querer tirar foto onde é só mais uma esquina pra quem passa ao lado. Impressionado com o preço de tudo, com o tanto de revistas na banca, as possibilidades, as possibilidades.
Não há concreto. Não há vidro. Não há asfalto. Não há sequer só aquele cinza sem fim no céu. São Paulo pulsa saudades nos buracos daqueles trilhos escuros, sem sequer sinal de celular.
Algo aconteceu.
Algodão no nariz, medo, lágrimas. Dizem que ele teria saudades, mas que não gostaria de nada. Só uma dor pela dor dela, e um lamento pelo será.
Seis mãos na peça de madeira barata, para virar pó, quem sabe. Palavras pouco importariam. O ouvido não escutava mais. A boca não falaria mais. O nariz, só um enfeite de face fria e fechada.
quarta-feira, maio 21, 2008
Ok, vamos fazer um acordo.
É que eu pulso como quem pulsa pela primeira vez. Falo palavras de amor como confissões assinadas de supetão ao relento do horizonte perto. Corro quarteirões ao ritmo da fome que se desfaz ao sorriso e ao olá.
E filme de domingo a noite vira trilha sonora da semana, vontade de gostar até não poder mais e ficar na cama. Na cama. Na cama. Como que em coma. Sem querer acordar de um acordado tão bom.
Voz doce e baixa; ou alta para ser ouvida no banheiro. Eis meu grito e canto. Abraço rápido de meio-dia corrido; ou carinhoso de meia-noite sonolenta. Eis minha dança.
Mesmo sem cabelo grande, nem barba, nem grandes descobertas; esse dia-a-dia como quem descreve o que é ser feliz.
(À propósito: achei minha antiga cabeleleira. E continuo ouvindo she loves you, yeah, yeah, yeah...)
quinta-feira, maio 01, 2008
Só mais um domingo. Um domingo vazio. De manhã sem sentido. Desde que o Senna se foi, domingo não é mais domingo.
Domingo de tarde de melancolia. Tarde vazia como batida em um poste. Noite sem notícias e tristeza por anos. Desde que o Chico se foi que domingo não tem mais cara de domingo.
Mais um daqueles dias que na hora do almoço eu lembro quando um frango e uma coca-cola de 1 litro dava para muita gente. Frango, não, galinha. Galinha com cheiro de quintal da vovó e caminho para o Veneza Tropical.
E desde que meu avô morreu, numa noite de domingo, que a segunda parece um porto seguro.
Vou morrer em um dia de domingo. Não sei se como criança de domingo. Se como velhinho com sondas, memórias e mãos-filhas em volta. Ou herói que dá sentido até em dia sem trabalho.
Tenho uma bermuda verde-limão.
Comprei como piada. Um calção de banho de inédito. Ele foi para algumas feijoadas, churrascos e aniversários. Traje básico de quem falava, falava, citava, recitava, bebia, e não sabia sequer para onde ir. Um dia, após elogio de "o Humberto sabe beber", enchi a grama de vômito e a boca de grama. O corpo no chão, a risada perdida, a lembrança pela metade e, lá longe, uma menina via. "Que decadência!". E "decadência" também era ela!
Não sabia, mas tinha conhecido dez dias antes. "Quem és tu, criatura?". Como ela odiava o boçal "quem és tu". Como ela odiava, quer dizer, odeia, o "criatura". Nem lembrei do nome um dia depois. Passou. Só mais uma interessada em frases fortes e piadas sem graça em um blog que, aquele sim, tinha muitos visitantes. Até bonitinha. Belos beiços.
Passa ano. Passa noite de sono em quadra de concreto. Sol que nasce em amigo-irmão que hoje é só conhecido. Passa, tudo passa.
Até que passou da hora daquela boate chata. Fui lá fora, encontrei outro amigo. E ela, a que me viu de bermudinha verde-limão, lá fora, enchendo o saco, ela ali, sim, bem "criatura". Perdida que nem eu, ela de um jeito, eu do outro.
Aí eu pensei, mais ou menos uns 2 meses depois: "quer saber?! Hoje eu vou ser inconseqüente! O que tiver que ser será. Eu quero é aproveitar!". Saí então feito doido, com umas gotas de perfume e 7 reais, "será que dá?", no bolso.
Passaram-se cinco anos. E agora estou em casa. Nossa casa.
Eu não bebo mais. Nem ela. A bermuda verde limão continua lá, firme e forte. E se eu quiser saber "quem és tu, criatura", eu mesmo respondo, "é minha mulher, é minha companheira". A melhor inconseqüência da minha vida. A melhor vida que eu poderia sonhar entre copos de vinho barato, frases-sinceras entre sorrisos e caminhadas sem fim.
E eu me sinto como o Jonh, no começo da carreira, sorridente e feliz.
She loves you
Yeah, yeah, yeah....
quinta-feira, abril 17, 2008
Morrer, eu não morri. Na verdade, nunca estive tão vivo. Mas se tem alguma coisa moderna, pós moderna, modernista e contemporânea, ao mesmo tudo, tudo ao mesmo tempo, agora, é escrever e ser interpretado. Livremente.
E o autor não morre. Torna-se imortal. Nem que seja para minha única comentarista. Que de comentário, vira post.
ariadnecoelho disse...
da boa surpresa da promoção da tábua que rendeu banquinhos perfeitos, que nos lembram anos 70 e muito mais.
da singela surpresa, penduradas palavras por palavras exatas, com prendedores verdes...resultado lindo e mais fofo do mundo.
e não era só isso.
a fada das roupas agora tem companhia.
elfo das roupas e do "leite da manhã".
"vem cá meu bem, que é bom te ver"
os dias andam e andam, e eu só quero fazer "tudo por você".
e obrigada por fazer tudo por mim...
meu eterno inseparável tudão com refil infinito.
meu companheiro!
amo-te.
em verde e roxo e em todas as cores que a gente quiser combinar.
de tua namorada em caixa alta e garrafal
passo a tua esposa,
grifado na "aquarela".
beijos!
5:53 PM
quarta-feira, abril 09, 2008
De ser só um, por desabrochar, a realizar, por planejar, por se realizar...
Realizado.
De colchão velho com dor nas costas e saudades, companhia todas as noites e copo de leite divido na manhã seguinte. Geladeira que se pinta, oba, a máquina de lavar lava, o Guarda-Roupa coube, o chão tá limpo e a Tv televisiona. Contas, contas, contas, e o resultado final de dormir feliz.
Hoje faltou água. Ontem ligamos a máquina. Amanhã comprar mais presunto e nos próximos meses, pelo visto, ter moedas contadas mas um sorriso como nunca se teve. Prateleiras, gás, mais pano de chão. Um tapete.
Ouro em um dedo e os melhores planos do mundo. A começar pelo primeiro. O primeiro litro de anti-desengordurante.
Aos 23. Quem diria? Agora eu digo. E disse sim.
"Gosto de ver você dormir
Que nem criança com a boca aberta
O telefone chega sexta-feira
Aperto o passo por causa da garoa
Me empresta um par de meias
A gente chega na sessão das dez
Hoje eu acordo ao meio-dia
Amanhã é a sua vez
Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado
Que hoje eu quero fazer tudo por você.
Temos que consertar o despertador
E separar todas as ferramentas
Que a mudança grande chegou
Com o fogão e a geladeira e a televisão
Não precisamos dormir no chão
Até que é bom, mas a cama chegou na terça
E na quinta chegou o som
Sempre faço mil coisas ao mesmo tempo
E até que é fácil acostumar-se com meu jeito
Agora que temos nossa casa
é a chave que sempre esqueço
Vamos chamar nossos amigos
A gente faz uma feijoada
Esquece um pouco do trabalho
E fica de bate-papo
Temos a semana inteira pela frente
Você me conta como foi seu dia
E a gente diz um p'ro outro:
- Estou com sono, vamos dormir!
Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado
Que hoje eu quero fazer tudo por você
Quero ouvir uma canção de amor
Que fale da minha situação
De quem deixou a segurança de seu mundo
Por amor "
sábado, março 29, 2008
Daqui a pouco, vão parecer muito pouco.
Na tela, a contagem de pontos. Tantos mil porque acabamos de matar o "chefão". Só mais um de tantos outros que vêm por aí.
É nova fase. E o jogo, bem longe de ser finalizado, dá é uma vontade de ir na cozinha, pegar um copo de água, e encarar o que vem por aí.
Com um sorriso no rosto sem nem saber direito quem é o Player 1 ou o 2...
terça-feira, março 18, 2008
É um calendário em que cada tracinho são 20 anos ou mais de juízo e, que alegria, de contagem regressiva.
É também um coração apertado que pensa em hora não como as 12 do meio dia à meia noite, mas se é a hora. Se é tristeza?! Não, não é, talvez um pouco de medo. Sentimentos estranhos.
Mas como não ser estranho se são tantas coisas novas?!
Te trago as boas novas: é fim, é começo. É momento.
segunda-feira, março 10, 2008
A palavra "Preso" já não parece ser coisa muito boa.
You got me wrapped around your finger
Do you have to let it linger?
Do you have to, do you have to"
Constante.
Como as repostas não estariam na Constante?!
Quem seria minha constante, brotha?
sábado, março 01, 2008
Afinal, ainda sou um menino. De barba mal feita e uma filosofia para o dia: se um vegetariano vira zumbi, o que ele faz?!
Então o amigo próximo senta bem distante no ônibus, eu ligo, e nada, perco o lugar, e ganho a noite. Sou sortudo?! Sou amaldiçado?! -Sortudo, acho. É, eu também acho.
E pronto. Hoje já é sábado.
"We'll share the shelter of my single bed..."
O homem criou deus. Um homem matou deus.
Depois, morreu.
Daí veio o Google. E vem, dia após dia, dizer minha "Sorte de Hoje".
Disse que eu ganharia roupas novas (!!!!): mentira! No máximo, tirei do armário sapato, gravata, calça "fina" e uma pequena agonia de se perguntar: vai dar certo?! Será que vou pronunciar direitinho?! Será que eles vão gostar?!
Pelo visto, deu. E ao invés de pensar nos absurdos do universo, o sentido da vida, e tudo mais; volto para casa com uma voz agradável no ouvido, sanduiche na barriga e vontade de lençois.
Amém, meus ateus
segunda-feira, fevereiro 18, 2008
quinta-feira, fevereiro 14, 2008
Queijo Coalho.
Nunca fiz muita questão de queijo coalho. É gostoso, no baião, com carne de sol, ou frito na chapa. Mas é que é mais ou menos como se o pão do sanduíche da lanchonete tem gergelim ou não. Se tiver, beleza, bonitinho, -obrigado, deve fazer bem. Se não, eu nem sinto falta.
-Queijo coalho!
-Infelizmente não temos. Quais seriam, então?!
terça-feira, janeiro 15, 2008
Temor, hoje, é uma bola de pêlos cheia de dentes e frases engraçadas que imito. Alma (alma, não: fantasma. Se é nossa conhecida, é alma. Se é dos outros, é assombração), ET, monstro, sei lá o quê.
terça-feira, janeiro 08, 2008
Síncope
Como foi o carnaval do ano antes de você nascer?! Escolas de samba, sol, cerveja e tua não lembrança. Morrer não deve ser difícil: quem sabe só esse vazio sem pulso e amarelado das páginas de arquivo. Cheiro de mofo.
Ninguém sentiu falta antes; então saudades vão embora com quem morre com ela. Filhos, é certo. Netos, um pouco. Depois não mais. Só história.
Mas não. Eu não morri. Os lábios ficaram roxos, a pele, branca, e as unhas, geladas. Desliguei o ar condicionado. Sentei. Pedi sal. Com um cantinho do cérebro ainda deu para pensar: vou deixar saudades se esse frio for fim?! Não. Quase nada: só uma síncope.
Rápida e fugaz. Como os faróis do carro da faixa esquerda, à nossa frente, se espremendo no acostamento de olhos fechados.
Tenho fome.
quarta-feira, janeiro 02, 2008
É certo que este blog recebe agora palavras tão perdidas no tempo quanto as árvores de Natal
E tão ou não semanticamente direto, escreveria sobre os três discos mais importantes do ano. Ou de um show que me fez menino de novo. Da Asa Branca no mato queimado do sertão sem fim, do Natal de árvore de rede, da folga de um dia não fazer nada, absolutamente nada. Nem sequer escrevi.
Fiz foi olhar para a janela, tomar banho de mar, prender a respiração e ver o horizonte do pôr do sol em tanto canto diferente. Com uma mão sob e sobre a minha, em silêncio e sem escrita, como a roupa bonita e o perfume escolhidos à dedo para nem sequer abrir uma porta.