quinta-feira, dezembro 29, 2005

"Macte Animo! Generose Puer, Sic Itur Ad Astra"



Você decolaria faltando poucos dias para a aposentaria?
Você não têm preguiça. Não tem vontade. Apenas alma.

Está lá, guardado. Ainda não abandonado. Se aparecer um inimigo, tenho certeza de que usaria sua mira com a vitalidade de 30 anos atrás. Mesmo sem radar, sem míssil, sem nada. Sei que iria. Só com tua beleza.

Como quando toquei em ti, como quando voou tão perto da minha janela que juraria que entrariam ali mesmo. Um barulho que não incomoda, uma obsolescência que nem envergonhava. Foi uma honra ter você no céu, foi uma honra ter você na parede do meu quarto.

Bom descanso, meu querido. Só mais dois dias para entrar na história.

"Coragem jovem! É assim que se sobe aos céus"

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Nego gostar de musicais.

Mentira, mentira pura!
Eu gosto sim. Corpos que mechem, dançam e em fúria. Eu gosto da fúria.
O rosto raivoso para sorrir dar três passos para trás e logo depois pular girando. Homens na cadeia. Amigos cortando o cabelo. Clichês e clichês compondo a vida única.

Eu minto se digo que não gosto de musicais. Eu minto se digo que nunca pisei para ver até onde o motor aguenta.
Sim, eu já fiz isso. Sozinho, tão cheio de pensamentos e cantando com fúria e ardor.

Terceira. Ainda não. Ainda não. Ainda não.
Quarta. Quinta. Fundo.
Nada no retrovisor; pé no freio.

Quando deu?
Eu não soube.

"Mas naquela estrada
naquela madrugada
acho que matei alguém
e no mesmo instante
morri um pouco também"


É, mas Cry Baby sempre foi considerado por mim como um filme de comédia. E já faz tanto tempo.

sábado, dezembro 24, 2005

Eu nem preciso dizer que hoje meu pai vai me fazer ouvir músicas bem novinhas.

"Ei! Está chegando o ano 2000! Tanto tempo faz que ele morreu!"


Presentes e comida. E só. Nada de milagre, nem desculpa esfarrapada para tomar vinho.
Sou mais Chester.

Aliás, chegou o fim do ano. Há luzes, árvore, livrinhos novos e uma ou outra camiseta a mais para ficar guardada. É a troca de agendas. São os dias decisivos. Já disse vários tchaus. Já disse alguns "Olás".

Sim, eu não sou muito de Natal. Mas encham a boca para me desejarem um feliz ano novo.
(O terceiro capitulo está prestes a ganhar formas...)

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Não adiantou sonhar com rio com nome de árvore.
Pinheiros.
Não vou andar de avião. E a reposta não veio feito um "não". Só o nome que não estava na lista. Eu vou ficar aqui. Eu vou terminar minha monografia. Sair do CDVHS até dia 22. Não mais estágio, não mais temporário. Não mais achar que emprego bom seria ser atendente em livraria. Eu vou olhar para frente com vontade e pedidos. Eu vou ver o Natal e o Ano Novo pedindo para virar gente grande. Eu vou olhar para frente.

Eu vou ter que olhar para algum lugar.

"Como dois e dois são quatro
Sei que a vida vale à pena
Embora o pão seja caro
E a liberdade pequena"

terça-feira, dezembro 13, 2005

É até um sentimento de culpa.

Ter um trabalho que me faça depois sentir cheiro do mar. Todos os dias, ter um tempinho de ver o azul (do céu ou do oceano), colocar os pézinhos na areia. Caminhar.

É até um sentimento de culpa em não comer carne com uma ampla companhia de verduras; ou tomar sucos de sabores escolhidos pela cota nutricional. Ir e voltar para casa de bibicleta. Meio ambiente, gasolina a menos, sem barriga aos quarenta.

Não sei, é meio que um sentimento de culpa. Correr, correr, correr; e depois contar como é lindo o céu nascendo, ou se pondo, talvez, no meio da estrada vazia com partida e sem linha de chegada.
Um banco na praça, deitar na grama verde. Um livro frente à cachoeira, uma tarde chuvosa brincando de qualquer coisa. Um friozinho e viagem só pra depois matar saudade.

Quer saber? Quero morar na praia e na serra ao mesmo tempo.Quero trabalhar pra contar história e curtir a vida. Quando eu crescer, eu faço tudo isso. Ah, e ainda vou escolher trabalho como quem pensa em brigadeiro ou chocolate flocado.

terça-feira, dezembro 06, 2005

"Eu tenho muitos amigos,
tenho discos e livros,
Tenho sorte e juízo, cartão de crédito
e um imenso disco rígido,
Tenho a consciência em paz.

Tenho mais do que eu preciso.
Mas, se eu preciso de paz...
Tenho muito mais dúvidas do que certezas.
Hoje, com certeza,

..."

Um beijo, até sexta
Até sexta.
Sim, essa sexta.

sábado, dezembro 03, 2005

Começa mais ou menos aos 6 ou 7 anos. O vizinho tem bonecos legais, um tanque interessante, um helicóptero com canhão.

"A partir de agora, todo dia das crianças, aniversário e natal eu peço Comandos em Ação pra mãe"

Os maiores no aniversário, os mais baratinhos no Natal, já que era só lembrancinha. Consciência do consciente da inexistência de Papai Noel já aos 6 anos. Em alguns anos, já teria a coleção inteira!

E no aniversário seguinte, vem finalmente um super-tanque com 3 soldados, ogivas nucleares, adesivos auto-colantes, 4 bonecos inclusos e partes acessórias não inclusas, mas que só desenhadas na embalagem faziam sonhar. Mas no Natal seguinte, ganha-se uma "Batalha Naval". E, quer saber? O máximo.

Fica-se velho. Aos 11, eu quero é Super Nitendo. Aos 13, só ir pro cinema e uma calça azul...
E porque não lembrar que aos 8 eu pensei que o Lego era realmente legal? E que ali eu pensei: "A partir de agora, todo dia das crianças, aniversário e natal eu peço um Lego pra mãe". Mas fica velho, o plano muda, o brinquedo preferido deixa de ser. A coleção nunca se forma.


E o tanque, o lindo tanque azul com ogivas nucleares, foi dado nem sei quando, a nem sei mais quem.

Ah, ogivas nucleares... Será que vocês já eram?

quarta-feira, novembro 30, 2005

"Tanto de meu estado me acho incerto
Que em vivo ardor tremendo estou frio;
Sem causa juntamente choro e rio,
O mundo todo abarco, e nada aperto."

Aos céus, eu levanto aos mãos.Eu leio Camões, eu caminho desde o Hemoce. Para casa.Casa?! É, cama, comida, privada. Eu como, e sinto fome. E durmo, e o pescoço ainda reclama. Trabalho. Uma coisa. Duas coisas. Porque não três? Ao mesmo tempo. Futuro? Sei lá para quê. Nunca vi uma expectativa que não fosse ex.

Em janeiro, provavelmente, será tudo diferente. Nem adianta imaginar um rio com nome de árvore ou uma nova sala: será diferente. E já nem lembrarei mais o que estou pensando agora. Mas até janeiro, muita coisa vai mudar. Muita. E obrigado por não se importar em dançar nos meus acasos. Muito obrigado por estar ao meu lado.

"É tudo quanto sinto um desconcerto
Da alma um fogo me sai, da vista um rio;
Agora espero, agora desconfio;
Agora desvario, agora acerto"

sexta-feira, novembro 25, 2005

Mas antes de nada,
nada há
É a coisa certa?
Não, não é.
É justo?
Não, não é.

E sou vilão, sou muito mau, sou atroz, sou insensível.
Sou só uma bomba que explode. Mal manuseada.
Feio água, que separaram o hidrogênio e o oxigênio para virar combustível.
Fez-se fogo onde havia cachoeira.

Fica vazio, o porta-retratato.
E hoje é sexta-feira.

Eu não vou ter pressa de voltar para casa. E nem tenho nada marcado.
Mas nada como não sorrir sem saber se leva uma tapa.

E agora, quase sorrir. Já que afinal, quem diz o que é o certo pra mim?

terça-feira, novembro 22, 2005

Meu pai e minha mãe têm uma coisa muito parecida:

-O número que você ligou está...

Desligo sem nem ouvir o resto. E o resto de quase tudo deles é diferente. Toalha, roupa amassada, cheque pra trocar, tira a rede do mêi, na tua família também tem linguarudo.

Nem sei o que diabos será que eles pensam de mim. Se é que pensam. Na escola eu fui esquecido umas duas ou três vezes, e ontem quando eu cheguei não tinha pão. Tá, mas, tudo bem, eles devem lembrar a maior parte do tempo.

-Quanto foi o jogo do Figueirense?
-Vai comprar o pão?

Ah, meu pai, ah, minha mãe.Se eu contasse para vocês, vocês nem iam acreditar. E conto. Tudo, todos os detalhes. No dia seguinte comento.

-De quê?

É, não ouviram. Tudo bem. Basta esperarem....que eu compro o pão e mostro a tabela completa.
Com todo o prazer do mundo.

sábado, novembro 19, 2005

Hoje eu quero ver o sol nascer ao teu lado.
Dirigir até a metade do caminho, viajar só, sozinho,
Só com o meu pai.

Hoje eu quero ir longe no Brasil, sem rumo, sem caminho,
Te encontrar parada (sorrindo?), olhando para mim
E falando de vida.

Um vôo, um carro, um hotel, um trabalho
Fracasso ou sucesso: você do meu lado
Acaso ou destino, você ali. E eu só
Com você: sorrindo

Hoje eu quero vacilar o beijo
E sorrir de tudo isso
Olhar pra ti e entender tudo
(desejo, destino, desatino)
E você sorrindo

----------


Hoje eu vi Elizabethtown. Eu chorei, eu ri, eu pensei. Eu pensei com carinho. Eu pensei em você. Pensei com carinho. Calma, menina; calma, menina.
Falta pouco para o destino

segunda-feira, novembro 14, 2005













É.
É, a gente fica velho. Sendo o mais novo, dão um jeito e você fica velho. Tão mais velho! Que ele olha, não entende direito, mas te olha. Olha e ri, olha e pula em cima. Às vezes, olha e admira.

É, a gente cresce.
Nunca dormiu muito fora de casa (ainda ontem, nem no próprio quarto!), e já se imagina sozinho. Só uma cama, uma mala, e uma metrópole imensa do lado de fora.

E memória. É, a gente leva muito consigo.
Já olha para o futuro como um plano. De gente grande.
E ele me olha! Admira, imagina? Apenas olha.

Olha, olha...
E não entende direito. Olha e ri, olha e pula em cima.
É, ele olha.
Sem nem imaginar que é tão rápido o crescer.

Ainda ontem nem no próprio quarto!
É, nem tão ontem.
É, a gente cresce.
É...

segunda-feira, novembro 07, 2005

Que não seja certeiro, que não seja certeiro, que não seja certeiro!
Ufa! Deu-se o insucesso do artilheiro.
Que o faça como seja feito, que o faça como seja feito, que o faça seja feito!
Foi-se! A glória que só se vê em um instante.
A bola repousa. A bola esnoba. Poderosa! Gloriosa... Rola e desenrola na rede adversária.
Defesa falha!

Sorriso que não apaga.
Fortaleza, mais uma tarde de final de semana.
Aliás, sempre achei um charme mulheres de óculos.


sábado, outubro 29, 2005

"A voz do povo é a voz de Deus
mas eu acho que quem escreveu essa frase era ateu
porque o povo tá calado. Tá calado esperando Deus
batendo palma pro Diabo"

Iguatu. Gostei. Ver falando a prática da teoria. Ver a Márcia Vidal descabelada de madrugada, na rodoviária. Dormir no banco da praça; brega:

-pensannnndo nela....

Caminhar sozinho. Ver pela TV o jogo em casa. Lembrar de quando minha mãe trocou uma passagem de luxo por 2 desconfortáveis só porque o filho queria andar de ônibus grande. Um poste, outro poste. Sem postes. Estrada escura. Estrelas. Ronco na cadeira ao lado. Ela na minha cabeça. Uma luz no fim do corredor, é o motorista.

A velha linha de trem. Onde meu avô trabalhava. Nem há cartão postal, então que eu apareça com os trilhos. Mesmo que já tenham sido trocados: meu avô passou por lá!

Seminário. (Com as despesas pagas). Viva CDVHS. Viva estar com a mente aberta para novas experiências. Vivam as comunicações comunitárias... Viva uma bolsa, uma passagem, uma coragem e uma vontade.

Eu já tô já voltando praí...

quinta-feira, outubro 27, 2005

Sono insone.
Insônia.

Onde estavam os versos?
Por anda andas?!

Sono insone, meu, minha dama...
Companheira de toda uma vida.
Que se recusa à minha cama.
Para quem não lembra, eu tenho um sobrinho. E tem 2 anos.
Para quem não sabe, também tenho uma mãe. A idade é muita, e é professora por formação...

Pano rápido, uma palestra...
"-Então, nessa atual perspectiva, os professores precisam tirar leite de pedra..."
"-De pedra não, é da vaca, vovó!"

Passa um dia, passam dois. Chega minha irmã para pegar o menino na creche...
"-Olha, o que o Luan anda vendo? Passou o dia todo falando que o Severino roubou o dinheiro!"

quinta-feira, outubro 20, 2005

-Gláucia falando.
-Olá Gláucia, aqui quem fala é Humberto, de Fortaleza...
-Tudo bem?
-Na verdade, era para estar. Comprei uma câmera sua no MercadoLivre e adorei, muito bom o material, a bolsa de brinde é ótima. Mas tivemos um problema (...)

Pânico. Entramos em pouco de pânico quando o inesperado acontece. Tudo é chato. Quando meche no bolso, é chato duas vezes. Quando é muito, é mais chato ainda. Seria uma boa compra, mas foi como diz Marlim: "A felicidade está indo embora". Primeiro, a tensão por saber de fato o que é. Depois, a frustração na fila do banco. Por fim, a tensão, na hora de negociar. Mas não...

-Ah.. tudo bem Humberto. Tudo resolvido assim.
-Obrigado! Tchau!

Fui eu sortudo?! Acho que não.
Afinal, ri com os fiscais. Ri com os outros punidos. Ri com a idéia de mandar uma foto que era minha cara de insatisfação.

E rindo da insatisfação, a gente acaba satisfeito.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Será que estou velho demais para isso?
Será que meu estômago não aguenta mais pó de guaraná?
(Digestão é esporte radical!)

Será que eu não sou menino-véi ou sempre fui assim?
(A perna dói, nunca sinto sede, o som é bom, a companhia é boa, o público nem tanto)
Será que eu sou chato em não querer procurar pessoas?
Será que sou certo em ficar feliz em achar por acaso?

Será que engenheiros vem depois para um show?
Será que os Los Hermanos também voltam?

O que será que aquela mulher (de máscara cirurgica) pensou ao me entregar esse papelzinho na entrada?
Será que eu vou pro inferno?

"Acho que alguém aqui pirou, eu ando desconfiado que esse cara sou eu
Às vezes acho que eu não produzo nada, às vezes sei eu viajei errado
Às vezes acho que eu sou excluído
do paraíso

Às vezes acho que o centro do universo está no meu umbigo
Todo dia quando eu entro no banheiro
Está tudo lá
Da escova para cabelo ao fio dental

Tem dias que eu olho no espelho e falo: tai um cara legal
Tem dias que eu tenho a convicção de que eu não sou normal
Tem dias que eu to puto, alguns dias maluco
Graças a Deus a maioria dos dias eu estou contente

Também tem os dias doentes

Mas esses, eu sei, fazem parte da vida
Esses fazem parte da vida e se isso for só pretensão
Não, não é possível, neste mundo só tem “maluco”
Ou serão só lúcidos


Eu espero um sinal de um homem lúcido: amizade
Eu espero o sinal de uma mulher lúcida: amor
Eu espero sinal de um povo lúcido: paz
Eu espero como você espera
Um disco voador

Acho que alguém aqui pirou..."

quinta-feira, outubro 13, 2005

Às vezes eu rio quando você quase chora. Sem nem saber ao certo onde está, com a avenida conhecida logo ao lado.

Se construirem no terreno baldio vizinho a sua casa, adeus!, estará na rua. Se falir a loja, nunca mais acha o caminho. Se fecharem uma rota, você passa longe, bem ao largo.

Às vezes eu rio quando você quase chora.Sem saber nem ao certo contar. Quartorze menos sete são oito. Quarenta e três é número impossível e seis vezes seis é coisa demais. Não vou atrás. Sorrio e aguardo o erro. É trinta e seis.. É trinta e seis.

Às vezes eu rio quando você quase chora. E eu olho pra ti e vejo cabelos, rosto, cílios, beiços, beijos, seios, pernas, braços, abraços. Agarro. Um ser vivo. Respira. Um dois três.

Nessas horas eu quase rio.
Quando você quase chora.

quinta-feira, outubro 06, 2005

"às vezes parece que eu não tenho medo
às vezes parece que eu não tenho dúvidas
às vezes parece que eu não tenho... ...nenhuma razão pra chorar
você esquece que eu não sou de ferro
(até o ferro pode enferrujar)
você esquece que eu não sou de aço e faço questão de provar:
olhe pra mim...enquanto eu me quebro"


Sim, há tragédias. Pequenas, é veras, mas elas existem. A noite que não dá tão certo. A vitória certa que vira goleada indigesta. Prego. Dinheiro que vai embora. Escuro. Ter que andar de mototaxi (isso é que é tragédia!). A vontade de ver tudo tão direito. E lembrar que não dá certo. Nem sempre se pode dar certo. Nunca ser tão sincero.

"às vezes tudo, às vezes nada, às vezes tudo ou nada, às vezes 50%"

segunda-feira, outubro 03, 2005


-Ei, tio, bate uma da gente!

Já seria bem a 200° foto em dois dias. E eu bem sabia que eles não veriam a foto, que era só mania de pedir, apenas isso. Mas o pedido foi tão delicado e sorridente que não deu pra resistir.

-Certo, mas se você fica entre elas duas vai ficar bem bonito...

Já o sorriso, a careta, a simplicidade não foram combinados. E gostei do resultado.
A foto também acabou publicada no jornal Diário do Nordeste com o crédito no meu nome. Mas o que eu quero mesmo é mandar imprimir e mandar pros meninos do Canindezinho...

quinta-feira, setembro 29, 2005

Aniversário do Gabriel
Aniversário de porre de bermuda verde-limão.

Ele fazia 18. Agora já são 21.
Três anos, três anos, três anos!

Quem diria que eu sobreviveria.

terça-feira, setembro 27, 2005

Já dizia o poeta que olha para mulher ao lado e vê o universo, às vezes...
Universo que é só pele e glândulas.
O amor é uma conspiração.

"Já não sei o que é verdade e o que é desejo
Será que você existe?
Será fruto da imaginação?

Miragens, fantasmas, ovni's
E o que mais for preciso para ser feliz
Meu coração visionário tá legal
E dispensa comentários
Ele nem pensa na real

Será?Miragens, fantasmas, viagens no tempo
Será que você existe? Será?
Delírio, desejo, vozes e visões
Fruto da imaginação?"

segunda-feira, setembro 26, 2005

1.1
É isso, foi dada a largada.
Mais tarde do que eu queria, mas agora, pé na tábua.

Dois, três. E fim de ano.
Vai passar rápido,
tu vai ver, eu vou ver.

sábado, setembro 24, 2005

..."Escute, garota
Façamos um trato
Você desliga o telefone se eu ficar um pé-no-saco"

Eu, um saco.De saco cheio.
Já deu.
Já encheu o saco. Um saco.
Eu de saco cheio.
D'eu.

terça-feira, setembro 20, 2005


Exitem 1001 movimentos sociais. Escolha o seu.
(e conheça o CDVHS)

Adorei essa foto.
Acho que se eu comprar uma máquina, vou fazer muita foto...

domingo, setembro 18, 2005

I lost the perfect job.
Write about planes, live my life. By myself.

Dream. Too near to me.
But I lost the perfect job.
By my self.

I said I can't write in english.
Or was it just fear?!

Live alone...
Grow up alone...
Nevermind, now.

Lembro como se fosse hoje quando assisti Batman 2. Minha mãe pegou os três filhos e meteu dentro de ônibus. Vários, mas esse é o fim da história. Um de 12, outra de 11 e eu, de oito. Era uma época anterior aos terminais.

Pegamos um ônibus e fomos para o Iguatemi, ver um circo. Não deu certo. Pegamos outro e fomos para o Centro. Deu o prego. Entramos no (já lotado) que vinha depois. O cinema estava igualmente superlotado. Tanto que entramos na metade do filme, ficamos durante o intervalo para depois ver o começo...

Na hora de ir embora, fomos andando para a Guilherme Rocha para pegar o saudoso Clube das Regatas - Vila Betânia. Tinha dois que passavam. Um ia lá para a Barra do Ceará. O outro, para nossa casa. Subimos em um, e era o errado. Descemos, entramos no certo e fomos para casa. Já de noite, bem cansado, com fome, suado. Apertado.

Achei ruim?! Na hora que fui dormir, fiz o comentário para minha mãe que até hoje eu lembro...
-Hoje foi tão legal! A gente pagou três ônibus, andou em quatro e subiu em cinco!

Ontem rodei de ônibus das 18h20 até às 20h10. No trânsito parado e quente. Santa Cecilia 2, Siqueira-Papicu Via Aeroporto, Papicu-Praia do Futuro. Achei ruim?! Que nada... só mandei a mensagem...
-Ô vale transporte rendoso!

quarta-feira, setembro 14, 2005

E até o futuro, nas revistas de avião e discussões, agora já são fatos.

2005! 2005! 2005! 2005!
Sonho é só o que a gente continua pensando ali, cama é só um colchão em um lugar qualquer, personalidade é só verdade sob o lençol e realidade o quarto em volta...

Olhos fechados para dormir.
Ir.
Ir.

"...como é possível alguém sonhar, o que é impossível saber?
Não te dizer o que penso, já é pensar em dizer..."

la la la la la la laira la la

sábado, setembro 10, 2005



Francisco Russo: "É um filme tão ridículo, mas tão ridículo, que chega a ser engraçado." Nota 6
Henrique Miura: "Com piadas grotescas, escatológicas e principalmente sarcásticas, Ben Stiller erra feio ao contar uma história sem pé nem cabeça com clima de filme de super-herói." Nota 4
Felipe Figueiredo: "Não é um lixo, mas bom também não é." Nota 5
Diego Fernando Lino: "Se você quiser economizar dinheiro para ver um filme melhor, faça isto." Nota 2
Ricardo Augusto: "Péssimo! Um filme absolutamente sem graça. Piadas horríveis com uma história ainda pior. Não posso fazer maiores comentários porque saí na primeira meia hora de filme. Insuportável." Nota 0

Mas eu quero ver de novo, eu quero, eu quero, eu quero, eu quero, eu quero!
Adoro ver filme ruim.

quinta-feira, setembro 08, 2005

Dá-lhe,
Dá-lhe
Dá-lhe,
Dá-lhe,
Dá-lhe, Fortaleza!

E eu que sou quieto, me empolgo. E eu que sou calado, gritei com dois torcedores fi-duma-égua para deixarem de falar besteira. De repente, não mais que de repente, a gente vira aquele louco que se vira no meio do nada e faz o outro nem discutir, só baixar a cabeça porque sabia que não tinha razão. Se o time é de primeira divisão, a torcida tem que se comportar como tal!

(Tem gente que parece que não quer ver o Fortaleza crescer. Fica babando jogador de time de fora, feito abestado. Só podem pensar que ser time grande não é ser se destacar, mas mudar a sede pro Rio, pra São Paulo ou pro Rio Grande do Sul. Ops, Rio Grande do Sul não. O Fortaleza é 1° divisão. E o Grêmio, é 2°)

quarta-feira, setembro 07, 2005


O mais belo, vai-se.
Vai embora em último embarque.
Diz o comandante que pronto para a guerra.
Eu, sinceramente, espero que não.

Algumas aves são muito belas.
Muito belas para sua missão.

segunda-feira, setembro 05, 2005

"antes de atirar o vaso na TV eu ouvi o que ela dizia:
-quando não houver mais amanhã será um belo dia
estranha coisa pra se dizer
antes de dizer os números da loteria
mas é assim que eles fazem
e fazem muito bem"

Descobri que minha monografia acabará tendo fins comerciais.
Pouco práticos, mas terá.

domingo, setembro 04, 2005

...mas, contudo, todavia, enquanto...
- .
- .
- ?
- !
- ...
- (...)....
- ?!
- !!!
- !!!!!!!
- !!!!!!!!!!!

...gozo

terça-feira, agosto 30, 2005

-É o Siqueira?!

Eu ri. Todos eram. O terminal era Siqueira.

Nunca tive um ônibus "meu". No final da 8° série, pegava o Parangaba-Náutico para sair da Vila Betânia e ir para a aula no Santo Tomás de Aquino. Mas foi só por três meses - depois que abandonei o transporte escolar - e só de ida.

Agora vou e volto. Lá pro Siqueira. Siqueira-Papicu, Siqueira-Centro Expresso ou Bom Jardim-Centro. Esse último evita o Bom Jardim 2. São 40 minutos, 50 minutos, ou até em 28 minutos, quando tive sorte. Sorte ou coragem, não sei ao certo, me leva a comer salgadinho no terminal. Do Siqueira. Onde se escutam pérolas, mas é até arrumadinho, tem pracinha...

Para quem não soube, o O POVO não deu certo. Alegaram o psicológico, disseram que ligariam, alegaram, ah, não alegaram nada. No começo de agosto, eu cansei de esperar uma ligação. E cansei de só ficar em casa. Restar. No meio do mês, num domingo, comecei a trabalhar no jornal O ESTADO. No dia seguinte, pedi demissão. E ganhei uma história engraçada para ser contada. Três dias depois, comecei a estagiar no Centro de Defesa da Vida Hebert de Souza, lá no Bom Jardim.

É para onde eu vou agora todo dia.
De Siqueira.
Meio calado, meio sério.
Meio alegre, mais satisfeito.

Meio pra dentro, mais para dentro.
Meio de tudo.
Meio termo.
Meio terno, menos ternura.
Mais afeto. Aconchego.

Mais ou menos.
Ou só meio. Só a metade.
Por inteiro.
Com um sorriso no rosto, eu começo a ler L'Étranger...

"Entre um rosto e um retrato
O real e o abstrato
Entre a loucura e a lucidez
Entre o uniforme e a nudez
Entre o fim do mundo e o fim do mês
Entre os outros e vocês

Entre mortos e feridos
Entre gritos e gemidos
A mentira e a verdade
A solidão e a cidade
Entre um copo e outro
Da mesma bebida
Entre tantos mortos
Com a mesma ferida

Entre a minha boca e a tua
Há tanto tempo, há tantos planos
Mas eu nunca sei
Pra onde vamos

Eu me sinto um estrangeiro
Passageiro de algum trem
Que não passa por aqui
Que não passa de ilusão"

domingo, agosto 28, 2005

"Não é possível que o presidente não soubesse de nada, que ele não tivesse idéia do que o seu homem de confiança fazia na sala ao lado da sua no Palácio do Planalto. Afinal, um presidente da República não pode ser tão desinformado. Aliás, o presidente deveria ter se dirigido à opinião pública para, no mínimo, prestar esclarecimentos sobre esses escândalos."

Lula, em 30/07/2000, referindo-se ao presidente Fernando Henrique Cardoso e ao escândalo da violação do painel do Senado.
Acaba ano, acaba.
Acaba ano, acaba.

Caia logo a neve do Natal, pelo menos venha papai Noel.
Acaba ano, acaba.
Seja presente épocas de presentes.
Acaba ano, acabe.

Acaba ano, acabe.
Por favor, acabe.
Quero saber como tudo vai acabar.

terça-feira, agosto 23, 2005

"-Ah... o seu texto está ótimo. Você poderia ficar logo aqui para fazer coisas que aparecerem?!"

Menos de 24 horas depois.

"-Olha, desculpe, mas eu gostaria de agradecer, mas não me interessa mais a vaga..."
-Mas é possível você ficar vindo até o final da semana?
-Não, não é."

E não me sinto nem um pouco culpado. Sei lá, sempre achei que é importante ter um certo juízo. Em respeito a quem gosta do local, não irei mencionar tudo o que vi. Desde as picaretagens até as minhas risadas.

Eu devia ter feito administração. Ou ter ido para a FAB.
Se eu vejo meu pé direito;
e depois vejo o esquerdo
(e não é ao mesmo tempo)
é porque estou andando

Se eu sigo por essa rua
e nem sei por onde direito
(mas até sei o rumo que tem)
É que eu posso passar por ali

Se só,
Só pra te ver.
(do meu lado esquerdo)
"Eu pensei que quando eu morrer
vou acordar para o tempo
e para o tempo parar.
Um século, um mês,três vidas e mais
um passo pra trás?
Por que será?...vou pensar.

- Como pode alguém sonhar
o que é impossível saber?-
Não te dizer o que eu penso
já é pensar em dizer
e isso, eu vi, o vento leva!
- Não sei mas
sinto que é como sonhar
que o esforço pra lembrar
é a vontade de esquecer...e isso por que?
Diz mais!"

sexta-feira, agosto 19, 2005

"O literato do futuro é o homem que vê, que sente, que sabe porque aprendeu a saber, cuja fantasia é um desdobramento moral da verdade, misto de impossibilidade e sensibilidade, eco de alegria, da ironia, da curiosidade, da dor do público - o repórter"
João do Rio
(início do século XX)
Três folhas ao vento.
Como aquele chute que o volante dá da intermediária e nem acredita muito no que vai ser.

Pode ser que o vento bata, engane o goleiro, e vá para o gol.
Quem sabe até tenha aquele bate-rebate, e gritem.
Ou vai para fora. O que seria mais normal.
Ou é gol. Direto e certeiro.

Deixe disso, só são três folhas ao vento. Que se tornam conversam, que podem se tornar em rotina. Rotina. Rotina é bom. Gosto dela. Não só porque parece com Cantina. Mas porque é com suor no rosto e a certeza da falta do tempo que ele fica bem maior.

Três folhas ao vento. Podem até não dar em nada. Mas já encontrei uma força-vontade que há muito eu não encontrava!

quarta-feira, agosto 17, 2005

A aula começa 9 horas.
A aula começa 9 horas.
A aula começa 9 horas.
E já são nove e dez!

Corro, passo rápido. Encontro a Ariadne, mas mal falo. Acho o mapa. Sala 17. Mas já são nove e quinze! Subo as escadas. Corro. Atrasado! Logo no primeiro dia?! Já tinha gente na sala.

-Excuse-moi... Pardon...

Peraí?! A professora não era para ser a Liliane?! Porque é a Nevinha?! Ela olha estranho para mim. Eu olho estranho para ela. Tudo bem que mudei de horário, mas não conhecer ninguém é estranho.

-Ouvrez le livre à la page...

E eu entendo tudo. Absolutamente tudo. Tô me garantido. Sabia que até o sétimo semestre do francês eu iria começar a entender esse troço. Mas..Como assim?! Esse é o livro passado. Olha ali o Dellano! Essa não é o meu semestre, esse é o segundo!

-Excuse-moi... Pardon...

E saio de sala. Deve ter sido estranho para quem tava lá dentro. Um louco que entra, olha tudo, e sai. A aula começa 9 e meia.

domingo, agosto 14, 2005

Palavras bonitas, palavras sensíveis. Frases engraçadas, até verdadeiras, e ainda divertidas. Em breve, vão comentar comigo "que post bonito!", "amável!", "tocante!", "criativo!". E nem interessa o que esteja escrito!

Conjunto perfeito, eu me expondo. Por querer, por ter o que dizer. Palavras, ah... Palavras! Criativas, maravilhas... Venham a mim, e preencham essa tela em preto. Saiam dos meus dedos e me façam melhor. Uma bela imagem. Sensível, bonito, engraçado.

Imaginário. Idéias que vão e vêm, ao sabor do vento que penso. O resultado é magnífico. Não é um clichê de um cavalo alado, não é uma piada que já conheço ou aquela história simples. São os modelos e tramas que ainda não inventei, mas à noite, sozinho, eu imagino a capa. Uma capa para folhas em branco.

Vou escrever um livro. De um personagem que se esconde do narrador.
E some. Seu nome é

(foi-se. Engraçado, sensível. Tocante)

segunda-feira, agosto 08, 2005

"que som os lábios vão lamber?
vem me ensinar a falar
vem me ensinar te comer
na minha boca agora mora o teu sexo
é a vista que os meus olhos querem ter
sem precisar procurar
nem descansar e adormecer
não quero acreditar que vou gastar desse modo a vida
olhar pro sol, só ver janela e cortina"

sábado, agosto 06, 2005



"A bomba atômica é triste
Coisa mais triste não há
Quando cai, cai sem vontade
Vem caindo devagar
Tão devagar vem caindo
Que dá tempo a um passarinho
De pousar nela e voar...
Coitada da bomba atômica
Que não gosta de matar!

Coitada da bomba atômica
Que não gosta de matar
Mas que ao matar mata tudo
Animal e vegetal
Que mata a vida da terra
E mata a vida do ar
Mas que também mata a guerra!
Bomba atômica que aterra
Pomba atônita da paz"

quarta-feira, agosto 03, 2005

Não vou esperar mais decisão de outros. Se aparecer outra coisa, vou buscar. Mas só quero ficar tranqüilo. Beijos e sono, um livro por semana. Monografia feita no fim do ano. Alergia a caranguejo não é mais coceira. É falta de ar e uns calombo que são um aleijo. Fui para praia, mas não fiquei bronzeado. Não morri de tétano, mas me cortei no parafuso enferrujado. E não quero isso em verso chato, sim em parágrafo.

"Eu não sei fazer poesia. Mas que se foda. Eu odeio gente chic.
Eu não uso sapato"*

*Eu acabei gostando dessa música. Mas que se foda.
"não peça perdão, a culpa não é sua
estamos no mesmo barco e ele ainda flutua
não perca a razão, ela já não é sua
onda após onda, o barco ainda flutua

ao sabor do acaso
apesar dos pesares ao sabor do acaso... flutua
então, preste atenção: o mar não ensina, insinua
estamos no mesmo barco, sob a mesma lua

no mar, em marte, em qualquer parte
estaremos sempre sob a mesma lua
ao sabor da corrente tão fortes quanto o elo mais fraco
ao sabor da corrente... sob a mesma lua

âncora, vela
?qual me leva? ?qual me prende?
mapas e bússola sorte e acaso
?quem sabe (?) do que depende?"

quarta-feira, julho 27, 2005

Enquanto isso, no governo, o placar do jogo não vai bem. Tá Caixa 2, Fome 0.

Mas pelo menos temos segurança. Quem já imaginou que um petista poderia andar por aí com mala cheia de dinheiro sem medo de ser assaltado?!

Viva Lula!

segunda-feira, julho 25, 2005

A esperança é boa.
É o telefone sempre ligado, é aquela pulsação mais forte em cada tentativa. É correr para atender, é olhar o calendário e pensar: "Esse dia, já estará tudo bem".

É, a esperança é boa.
Sempre certo de que tudo há de dar certo. Se fiz tudo direito, ficará bem. Apoio de todos. Torcida de muitos. São só alguns dias de descanso até hoje. Até amanhã.
Até depois.
Até próxima semana.
Até... não sei quando.

A esperança é boa. A esperança é maravilhosa.
Mas não vale nem um naco de uma certeza.

sábado, julho 23, 2005


Somos só nós dois.
Sem importar a roupa, nem a idade, nem a companhia, ou até o lugar.
Somos só nós dois.
Teus cachos, meus óculos; teu corpo que sei sentir até sem olhar, meu rosto que eu não olho antes do anoitecer...


Nesse momento eterno. Só nós dois.
Essas paredes que me expelem.

Não me odeiam, nem me vomitam: me colocam para fora, não como dejeto, nem como produto. Só fico pelo caminho. Essas paredes que já nem são mais as mesmas: eram acolhedoras, em bairro distante (até pareciam maiores), e há alguns anos já nem sei quais são.

Paredes brancas, sem marcas, sem eu, sem mim. Que não trazem muitas memórias, perdem para as minhas poucas cicatrizes, perdem para o sentimento... de repulsa. Paredes, expelem-me.

E não escolho. Sou escolhido. Vida vil que será minha. Não há de ser vil, há de ser boa. Não dá para fazer tudo, então faça o que te põem para fazer. Vil são essas paredes.

Le Bourget que se desfaz em litros de anti-desengordurante....
Com todo o prazer.

quinta-feira, julho 21, 2005

Estranhas essas mortes. Que a gente vê no orkut, acha o fotolog. Acha uma pessoa.
Que não gostaria se conhecesse, mas é alguém.
Ou era.
Os jornais, eu ainda não tinha lido.
Só haviam dito: tinha 17, caiu de costas, abriu a cabeça.
Morreu na hora.

Nem viu o time entrar de cabisbaixo
(Só tinha 17)
Não viu que o médico parou, que a torcida fez silêncio, que as faixas de vitória foram retiradas
(Afinal, só tinha 17)
A ambulância de luzes apagadas, os amigos calados e cabeça baixa.
(Apenas 17)

Escorregou, caiu ou será que se jogou?!
Jogo? Nada de jogo para o time. 1 a 4.
Mas ninguém viu, nem ele soube
(Somente 17)

Do azul, do branco e do vermelho
Ficou o último. Tão seu. Tão seu. 1 a 4.
(Só 17) -Quatro a menos que eu!

Vida morta no concreto.
E nem era tudo isso. Eram só 16.
Nem um ano para cada metro.

(Apenas 16, só 16)

domingo, julho 17, 2005

São altos os vôos.

Seja de uma pedra sólida, de 1.115 metros de altura. (1.116,67 somando a mim). O vento forte no rosto, a vista que vê a paisagem que não é um quadro, nem uma tela.

Seja da janela, mais alta, tantos mil metros, até com caça ao lado a reabastecer sem deixar de voar. Com o mundo pequeninho e nuvens embaixo.

Acho... acho que até no solo. Seja um vôo só, ou muito bem acompanhado, isolado do mundo numa barraca gelada. Éden de patos, gansos, galinhas, pavão e cavalos. Coope Noodles em Guaramiranga. Olhos fechados na imensidão do Pico Alto.
Fora dela, até se der errado, vai ficar bem. Tudo.

se eu pudesse, ao menos te contar o que se enxerga lá do alto

com o céu aberto, limpo e claro ou com os olhos fechados
se eu pudesse, ao menos te levar comigo...lá
pr'o alto da montanha num arranha-céu
sem final feliz ou infeliz

quinta-feira, julho 14, 2005

Cresço, cresço.
Mas me espero
Eu quero crescer com eu mesmo

quarta-feira, julho 13, 2005

Tão perto.
Tão perto.

É o vento veloz que passa pelos meus dedos ou a esperança que não espera?

Veloz.
Tão Veloz.

Incerto. O que era claro, vira possibilidade. A comemoração pode se tornar arrependimento. Tão perto, tão perto. E falta a pergunta fundamental. Que sou?

Me espera
Me espera

Tão perto, mas tão veloz em si mesmo. Desatinos do suposto esperto.

terça-feira, julho 12, 2005

"A letra A do seu nome
Abre essa porta e entra
Na mesma casa onde eu moro
Na mesa que me alimenta
A telha esquenta e cobre
Quando da noite ela deita
A gente pensa que escolhe
Se a gente não sabe inventa

A gente só não inventa a dor
A gente que enfrenta o mal
Quando a gente fica em frente ao mar
A gente se sente melhor

A gente em movimento: amor
A gente que enfrente o mal
Quando a gente fica em frente ao mar
A gente se sente melhor"

segunda-feira, julho 11, 2005

Filme preferido mesmo antes de ser visto?
Vi Fantástica Fábrica de Chocolates mais de 100 vezes quando era criança.

É, tenho um filme que eu lembro as falas. Jonhhy Depp, das mãos de tesoura, Tim Burton, de peixe grande, e também de mãos de tesoura. Jonhhy Deep, de Cry Baby, de Em Busca da Terra do Nunca. O menino também é o mesmo da terra do nunca. Jonhhy Depp inspirado em Howard Hughes recluso.

Filmes que me fizeram rir, filmes que me fizeram chorar.

História pitoresca, bizarra, ares psicodélicos.

Lumpa, lumpa, lumpa di du
I got a work it's so much to do
Lumpa, lumpa, lumpa di dá

Eu quero um gotisprote permanente.
Sabor nevascaranga. E as nevascarangas tem sabor de nevascarangas.

sexta-feira, julho 08, 2005

Aliás,

FORA LULA!
"Todo homem é incendiário aos 20 anos, e bombeiro aos 40"

E eu, aos 20 anos, não queimei nada. O que será, então, agora?

quarta-feira, julho 06, 2005

Voa, Luis, voa.

(Já foi o segundo. Mas todos nós certamente temos um encontro marcado)

terça-feira, julho 05, 2005

Como prometido:

1) Não é preciso ter amigos em todos os lugares;
2) Não é porque se estuda ou se trabalha em um lugar que as pessoas precisam entrar na sua vida;
3) Diversificar contatos
4) Não quer? Foda-se.
5) Quer? Seja bem vindo.
6) Valorizar quem é bem posicionado

7) Acabar com a frescura de querer tudo simples. A vida é dura e chata mesmo.

segunda-feira, julho 04, 2005

Hoje é o primeiro dia.
De muitas coisas.

Vou definir quais.
(começarei pela calça verde)
Hier encore
J'avais vingt ans
Je caressais le temps
Et jouais de la vie
Comme on joue de l'amour
Et je vivais la nuit
Sans compter sur mes jours
Qui fuyaient dans le temps

J'ai fait tant de projets
Qui sont restés en l'air
J'ai fondé tant d'espoirs
Qui se sont envolés
Que je reste perdu
Ne sachant où aller
Les yeux cherchant le ciel
Mais le cœur mis en terre

Du meilleur et du pire
En jetant le meilleur
J'ai figé mes sourires
Et j'ai glacé mes pleurs
Où sont-ils à présent
A présent mes vingt ans?

domingo, julho 03, 2005

"Beijão e tudo de bom com a nossa profissão lasqueira e com os aviões!!!"
"Parabéns ao menino aviador!"
"É uma tarefa árdua - muito árdua! - gostar do Humberto. Mas amá-lo não."
"parabéns, leite! espero que tenha curtido a folga! (você se livrou duma pauta..."
"Camarada, felicidades e muita força. Agora é só o começo."
"Por que é que, no dia do aniversário das pessoas, a primeira página de recados é sempre lotada com mensagens de parabéns? =P Aliás, aposto que, se eu clicar em ´próxima´, ainda vou achar mais =) Acho que só prova o quanto o cara é querido mesmo ; )"
"vim dar os parabéns mas ficou foi com gosto de despedida. Nam, isso é maior paia... Você foi uma das primeiras pessoas q conheci na facu, sempre foi um cara mt legal, engraçado e, agora, quase casado!!! Hehehehe"
"Espero que vc aproveite a festa que o Humberto Gessinger preparou pra vc e que estão dizendo por aí que é pra divulgação do Ceará Music... Povo baixo... "
"Só quem tem show especial dos ídolos no próprio aniversário. Tá VIP, hein? Parabéns, rapaz!!!"


São só trechos de 80 scraps (e alguns e-mails). Realmente o orkut é ótimo. Acho que recebi mais parabéns que na vida todinha. Você não pode entrar em uma sala, você não pode encontrar alguém... É ótimo.

Tive Ariadne, estou tendo jornalismo, tive engenheiros. Aliás, quem nunca peca em misturar suas paixões?!

http://www.noolhar.com/opovo/vidaearte/489046.html

Faltavam os aviões. Mas eles vieram, pro lado mal. Fizeram-me esperar umas 3 horas em pé. Em que cada balançado de cortina era uma alegria, cada som produzido, expectativa. No final, as já presentes vaias viraram aclamação. E eu acertei algumas apostas do texto ;)

Coisas em cima da cama.
Torta de frango e vela.
Mas ainda sou menino,
isso eu ainda sou.

quinta-feira, junho 30, 2005

Hoje foi meu último dia como repórter temporário.
Amanhã é meu aniversário.
Não será folga, já que não há trabalho.
Ai vem o sábado, vem o domingo....

E segunda é o primeiro dia. Como repórter de esportes contratado!

Feliz aniversário, Humberto, feliz aniversário.

quarta-feira, junho 29, 2005

O time do Brasil é o melhor do mundo até quando tá ruim.

terça-feira, junho 28, 2005

Eu me sinto envelhecendo.

Não de veias ficando desgastadas como fios descascados, não de olhos embassados com manchas brancas sobre o mundo. Eu me sinto velho, do absoluto ser relativo, de ser fácil dizer um elogio que se sente, de ser simples repensar, desfazer, reconstruir e refazer qualquer coisa. De saber o que se tem, de não se ter o que não se sabe.

Eu me sinto envelhecendo. De ver a barba mal feita e saber que sim, sou eu.
Eu me sinto envelhecendo. Dia 26, dia 27, dia 28.
Eu me sinto envelhecendo. Vivendo dias que serão descritos na minha biografia.

segunda-feira, junho 27, 2005

"Que me desculpem Vinicius de Moraes, os editores e os redatores, mas repórter é fundamental. É certamente a única função pela qual vale a pena ser jornalista. Jornalista não fica rico, a não ser um punhado de iluminados. Jornalista não fica famoso, a não ser um outro (ou o mesmo) punhado e assim mesmo no círculo restrito que freqüenta ou no qual é lido. Jornalismo, por isso, só vale a pena pela sensação de ser poder ser testemunha ocular da história de seu tempo.

E a história acontece sempre na rua, nunca numa redação de jornal. É claro que estou tomando "rua" num sentido bem mais amplo. Rua pode ser a rua propriamente dita, mas pode ser também um estádio de futebol, a favela da Rocinha, o palanque de um comício, o gabinete de uma autoridade, as selvas de El Salvador, os campos petrolíferos do Oriente Médio. Só não pode ser a redação de um jornal. Por isso, é um privilégio ser repórter. (...)

Reportagem é uma coisa paradoxal, por se tratar, ao mesmo tempo, da mais fácil e da mais difícil maneira de viver a vida. Fácil porque, no fundo, reportagem é apenas a técnica de contar boas histórias. Se bem alfabetizado, pode-se até contá-las em português correto e pronto: está-se fazendo uma reportagem, até sem o saber. Difícil porque o repórter persegue esse ser chamado verdade, quase sempre inanintível ou inexistente ou tão repleto de rostos diferentes que se corre permanentemente o risco de não de conseguir captá-los todos e passá-los todos para o leitor/ouvinte/telespectador. (...)

Para executá-la, sejamos francos, exige-se muito mais transpiração do que inspiração. Mais esforço físico do que intelectual. Exige que se gaste a ponta do dedo telefonando para todas as pessoas que possam dar ao menos um fragmento de informação. Exige que se gaste a bunda nos sofás das ante-salas de autoridades ou "otôridades", na espera de que elas atendam o repórter e lhes dêem mais um pedacinho de informação. Exige que se gaste as pernas e as solas dos sapatos andando atrás de passeatas, comícios ou fugindo da polícia. Exige ainda gastar a vida lendo livros, revistas, jornais, documentos, relatórios, certidões, o diabo, atrás de detalhes ou confirmações ou, no mínimo, como ponto de partida para se iniciar um trabalho com um mínimo de informações prévias. Gasta-se a vista também no simples exercício de olhar com olhos de ver. Tem muita gente que olha e não vê detalhes que acabam compondo pedaços por vezes vitais de uma reportagem. (...)

Repórteres são ou não seres idiotas? São, mas às vezes conseguem até ser felizes na sua estranha maneira de viver a vida".

Clóvis Rossi - no prefácio de "As aventuras da reportagem"

domingo, junho 26, 2005

Deu certo.

O ozzy não morreu, a Liana não me reprovou e o Gilmar amanhã entrega o projeto, que ficou "grande demais".

Já não tenho mais sala, sobrou bolo (êee) e, mesmo com sono e azia, achando que ia explodir, consegui dormir direito.

E essa é a primeira vez que eu páro desde a última quinta-feira...

quarta-feira, junho 22, 2005

Última semana de aula. Eu e minha irmã disputamos o computador. São livros por toda parte, anotações. Noites que vão longe, tardes intensas.

Chego em casa, meu irmão formatou o computador. Ele, claro, sem ter muito o que fazer. "Mas eu salvei os arquivos"... Os que ele achava serem os únicos. Internet? "Vixi... tem que pegar os arquivos...".

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Inspira. Respira.
1 2 3
Inspira. Respira.

1... PORRA DE CONTAR ATÉ 10!
PUTA QUE PARIU!
AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

terça-feira, junho 21, 2005

"93% dos jovens crescem sem a presença do pai dentro de casa;
31% dos adolescentes têm o primeiro filho antes dos 16 anos;
55% dos adultos e 27% dos jovens disseram já ter passado fome pelo menos uma vez;
6% dos jovens pesquisados afirmaram que suas primeiras relações sexuais aconteceram com alguém da família;
13% presencia algum tipo de violência dentro de casa;
34% disseram já ter usado algum tipo de droga;
59% dos adolescentes reclamam que vivem em bairros violentos;
80% se sentem inseguros nos seus próprios bairros;
58% dos jovens não trabalharam nos 12 meses anteriores à entrevista;
2% nunca foram à escola."

segunda-feira, junho 20, 2005

O projeto já foi entregue.
O de análise já tá impresso.

Só falta mais um.
Ai eu estudo francês e leio livre.

domingo, junho 19, 2005



O acaso me deu um ótimo presente de aniversário.
1° de julho é dia de show bom ;)

quinta-feira, junho 16, 2005

Finalmente tenho arquivo no disco (e, por segurança, no G-Mail também) chamado PROJETO.DOC.
Só mais umas 50 páginas e bufu, eis o fim do ano e o canudo.

Mas antes falta o de globalização e o de análise.

Pará um pouquinho
descansa um pouquinho
5.555 Kilômetros

(E no jornal, todo dia, tem pauta nova)

terça-feira, junho 14, 2005

Leitor, se me lê, parabéns.
És alguém raro.
Os poucos posts e os muitos dias mostram que há muita coisa.

Há, muita coisa.

Eu repórter (de manifestação, de jogo do Brasil, de Zé Gotinhas), eu teoria (objetividade, notícia, discursiva), eu cansado (olhos para baixo), eu amado...

Feliz dia de namorado, feliz dois anos, feliz dia de repórter bajulado, feliz dia.
"Aqui, para que alguma coisa seja noticiada, basta ser verdade"

Hoje a Fátima Bernades me fez rir.

Des-con-tro-la-da-men-te

quarta-feira, junho 08, 2005

Humberto Leite
Especial para O POVO

Não a partir de amanhã, pois só amanhã que o café-da-manhã será mais forte;
Não por muito tempo, só até julho;
Não na hora certa, há tantos livros e trabalhos.

Não por muito dinheiro, mas já louvável por já ter ido de graça.

E, sobretudo, feliz. Bem feliz. De dezenas de nomes, o meu.
(E Ronaldo Salgado ganhou abraço entre pulos meus no terminal da Parangaba)

sexta-feira, junho 03, 2005

"Não se deve exigir de mim que eu encontre a verdade,
mas sim que eu a procure"

Sempre gostei dessa frase do Diderot. Um iluminista de 16 anos...
Eis que a encontrei em um livro sobre objetividade jornalística.

E, surpresa: pensei foi em mim.
Só um corpo parado olhando para o vazio.
Só um corpo parado.
Só um corpo
Só um.
Só.
Vazio.

(Mas quem me vê, dia pós dia, pode jurar de pé junto que eu sou legal, brilhante, que li três livros em uma semana, faço meus trabalhos e ainda conto piada. E é bem verdade; também é verdade...)

sábado, maio 28, 2005

A felicidade vem sozinha. É um sorriso no canto da boca. De quando menos se pensa. E se pensa uma coisa linda.

Que vem sozinha, e vira tudo.

"Eu vi a cara da morte, e ela estava viva"

Eu lembro. Caia a noite, e eu estava lá. E passavam horas, e eu lá. Quando menos me via, sozinho, no escuro que havia chegado. A noite caia e me encontrava caido.
Só, sozinho.

Por favor, antes de dormir, pense em mim. É o que garante minha existência. Sem bem, sem mal. Não há. É quando se torce para te odiarem. Para você existir. Mas passou, passou...

Com uma arma na mão, os suicidas são fracassados por pensarem. Mas será que se tira a vida por reflexão?

sexta-feira, maio 20, 2005

Cantem cisnes, cantem.

Cantem com o entardercer. Cantem ao silêncio em seu fim.

Cantem cisnes, cantem.

Cantem, pois eu não decoraria mais datas.
Cantem por ontem, 19 de maio de 2005.
Cantem por hoje, 20 de maio de 2005.

21. 22. 23.
Eu não decoraria.

Maio.

terça-feira, maio 10, 2005

"Estranho seria se eu não me apaixonasse por você
O sal viria doce para os novos lábios
Colombo procurou as Índias mas a Terra avisto em você
O som que eu ouço são as gírias do seu vocabulário
Estranho é gostar tanto do seu All Star azul"

O all-star não é azul. É bege. Não é o 12, é o sexto. E eu nem mesmo conheço o bairro das laranjeiras. Mas sorrio.

São lindas as músicas lindas.

domingo, maio 08, 2005

A cidade caiu
Não, não caiu
Sumiu, das mãos de quem dita a dor

A cidade tava vazia
Vazia e des-sentida
Muda, torna nova cor
Endurecer, mas sem perder a ternura jamais.

Conceito de orgasmo, deixe de lado. Quero falar de revolução, do sangue quente que toma ruas e pulsa instituições. Das ondas, de pernas e mãos, que sacodem estruturas e afogam a realidade.
De sonho que nasce em noite fria no deserto; de prato de comida roubado de panela cheia; de aperto de mão de mãos que não se uniam.

Sem perder a ternura. A ternura é a origem. O sorriso, o afeto, a amizade, o amor. Amor aquele que te mostra que, sim, é humanamente possível. Morro acima, suor abaixo. Vida ao trabalho, pelo prato, da comida, vida, para o trabalho.

Mas vida. Com sorriso de dentes sujos e morte de cama pobre. Mas feliz. De atravessar o rio, sem forças para atravessar o rio, mas atravessar o rio. Sem ar, mas continua. Com gritos de urro.

Gritos da cidade que cai. Em nossas mãos.

(Ainda bem que o Che morreu. Seria difícil se sempre se acordasse)

sexta-feira, maio 06, 2005

Eu escuto vozes.

Toda vez que falam comigo.

A fé vem na dor.

-Por quê?! Por quê?!

Parece que comi cimento. Uma dor na barriga que não se transforma em dor de barriga. Minha doença mensal, é de praxe. A fé vem de dois lados. Olhar site de plano de saúde. Pensar no que teria feito.
-Será que fiquei doente porque ia me vestir de virgem maria?!

Já me condenaram a ver um espírito e sujar minhas calças. E um tão cristão já me apontou o dedo para prever um futuro comigo, agonizante, clamando ao céus um perdão.

Eu prefiro só pensar que teus braços são minha cura.

segunda-feira, maio 02, 2005


É uma bola vermelha em torno de uma bola azul.
É o negro infinito.
É a plenitude do universal.
É a certeza de não estarmos sós. De iguais, ou d'Ele Superior.
É um outro mundo.
É um celeiro de flores e baobás.

É uma reprodução da BBC publicado na Folha On Line. O primeiro planeta fora do sistema solar a ser fotografado. Cerca de cinco vezes o tamanho de Júpiter e em uma órbita de quase duas vezes a distância de Netuno em relação ao sol. Se falarem muito, acharão o pi. 3,14. Planeta 2M1207B em torno de uma massa de Hélio e Hidrogêneo.

Um lar e uma estrela.
Distantes daqui.
(3,14, pi)

sábado, abril 30, 2005

A vida passa nos meses frente aos olhos.
Há quanto tempo eu não postava, de casa, sem blusa e olhando para a lua?

Eterna dúvida se eu sou apenas quem eu era e não sabe onde está.
Toda vez que me pedem um trocado eu entro em crise.

Eu, que me sinto bondoso por compartilhar guarda-chuva com desconhecidos em dia de tempestade em avenida d´água, fico sem saber o que fazer. A gente fala de social. De moderno. De pós-moderno.A gente argumenta que a violência é culpa das desigualdades sociais.


Então, em um sinal, pedem trocado. Olho minha carteira: agora mesmo tenho R$ 11,10.
Não tenho ilusões. As palavras nunca irão bastar, nem as futuras, impressas.
Por quê eu disse que não?!

domingo, abril 24, 2005

A bola entra entre redes e o grito é inevitável. Pulos, abraços e comoção.
É gol.

O silêncio, peso cruel à minoria que insiste em existir no nosso reino é esquecido. No barulho, no grito, no ardor da garganta com veias à mostra e ecos no vizinho; não há oposição. Para não ouvi-lo, somente com mais barulho. Eu grito, você grita, eu não te escuto, nem você a mim.

Mas a lembrança é boa. É grito amigo, é abraço e alívio, isso pois estávamos aos 44. E, no teu ou no meu quarto, os sussuros são mais altos que gritos. E seguimos - quando já pensavam que eram os acréscimos, inevitáveis e crescresntes, como um grito. Lá vem a prorrogação.

E eu ouvi falar que tem gol.


quarta-feira, abril 20, 2005

Se fosse um filme, a cena estaria ficando escura. A música, mais alta.
É o fim de um capítulo.

A câmera se foca no meu rosto, no meu olho, na minha boca a pronunciar as próximas palavras. E em uma pintura, um corpo com cores em fuga, em velocidade, transformação.

Eu estudo, e o sujeito é mutável, descentrado.
Eu me divirto, e tudo é instável.

E vou me des-prendendo de muitas coisas, ao mesmo tempo.
Agora.


(Sempre foi assim. Da 4° para a 5° série, eu mudei o comportamento, de idade, de paquera, de turno da escola, de série, de interesses)

sexta-feira, abril 15, 2005

"Vida louca, vida
Vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve

Vida louca, vida
Vida imensa
Leve leve leve leve..."

quinta-feira, abril 14, 2005

Para não dizer que não falei de flores, vou falar de quando a vi morrer.
De que uma caixa, vazia, é tão sozinha! Que entre restos, papéis, fotos e desenhos, há lembranças que não se rasga.

Para não dizerem que não falei de flores, eu pensei em amar uma flor por ela não ser única, e por seus quatro espinhos não a protegerem de nada.

E sobre uma flor, eu me proponho à cativá-la, dando voltas rápidas no mundo e o que for possível para ficar ao seu lado.

Para não deixar de te mandar um beijo, minha flor, eu me desfaço em braços.
Os teus.
"se eu fosse embora agora
?será que você entenderia?
que há um tempo certo para tudo
cedo ou tarde chega o dia

se eu fosse sem dizer palavra
?será que você escutaria?
o silêncio lhe dizendo que a culpa não foi sua
é que eu nasci com o pé na estrada
com a cabeça lá na lua

não vou ficar... não vou ficar
[eu fiz bandeira desses trapos... devorei concreto e asfalto]

tenho feito o meu caminho
volta e meia fico só
reconheço meus defeitos e o efeito dominó
mas se eu ficasse ao teu lado, de nada adiantaria
se eu fosse um cara diferente
sabe lá como eu seria

[não vou ficar... não vou ficar]
[eu fiz bandeira desses trapos... devorei concreto e asfalto]
[fiz o meu caminho... devorei concreto e asfalto]"

segunda-feira, abril 11, 2005

É ele, do outro lado da avenida (com ela, estranha, que nunca se identifica, mas sorri como quem não quer dizer algo).

Anda alegre, saltitante, com a barba ao vento e o sorriso aberto. Como eu bem conheço.
Sim, é ele.

E eu ali, a justificar. O j, o u, o s, o t, o i, o f, o i, o c, o a, o r. Sendo vilão sem culpa alguma.

sábado, abril 09, 2005

Biscoito chinês diz que vou conseguir tudo aquilo para o qual sempre luto.

Ótimo. Maracanã, enchei-vos, vou aí cantar Guantanamera.

(Presente rápido, inesperado e sincero daqueles que você nem imagina que existem)
"Sempre estive... ao seu lado
Me diga agora... se estou errado
Você me ama... isso eu sei
Mas me deixou... sem ter porque
Você pode inventar mil desculpas
Mas meu bem você já é bem adulta
Pra ficar comigo"

A vida bomba. Três dias "bebendo" o almoço, e ninguém ressucita. Fazendo quatro horas onde há duas, cinco onde há três, e o sono, seis, cinco, quatro, três...

Xerox. Livro. Pauta. Entrevista aqui, entrevista aculá. Pedra na prefeitura, e eu vendo. 10 minutos é pouco pra você?! É padre chato, pode ser muito pra ti, e pra mim também.

O melhor de si em pouco. O melhor de si em tanto lugares. Depoimento, conselhos, já sei por onde vocês devem caminhar, mas na minha época eu fazia diferente, fica melhor com mais esforço.
Eu já falo da minha época, eu já falo que algo passou. E o devir é incerto.

"Nos momentos... que deitamos
Eu me lembro... foram muitos planos
Agora vejo tudo desmoronar
Abro meus olhos... você não está"

E entre uma coisa e outra, ainda há tempo de uma canção. Ou sentar no banco da bela praça, sozinho, a pensar. É verdade, eu faço entrevista correndo atrás dos carros. Sim, é fato, eu faço algo planejando outro e sentindo um outro.

Pois eu não deixo de sentir.

"Vem ficar comigo... sem mais demora
Pra ficar comigo... de vez"

E assumindo novas idéias, sem deixar as anteriores. Até quando puder. Até breve. Mas é possível, sei que é. E mesmo se não der, tudo bem.

"Trabalho muito... o dia todo
No fim do mês... não me sobra um troco
Mas sem dinheiro sei que posso viver
Sem você... eu não sei"

Casa. Olhos baixos. Costas ao chão. Besteiras minhas, muitas besteiras. E no final de tudo, eu me faço estúpido. Mas nem por isso deixar de tentar.

"Meus sentidos estão todos a mil
No meu carro tem um banco vazio
Vem ficar comigo... sem mais demora
Pra ficar comigo... de vez"

A vida no álamo. Ou bombando, diriam.